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terça-feira, 31 de março de 2015

Simples

Do campo a casinha,
Faxino feliz.
Divina ignorância,
Vida simples.

Me indigno com as notícias lá do fora
O povo se mata, se estressa atoa
Eu aqui nem sei o que é essa globalização
Essa movimentação me soa tão preguiçosa
Prefiro dormir à ir embora ver o que é que há.

Vou alimentar o meu gato,
Carinho, pego no colo.
Ele mia, conversa do jeito dele,
Eu entendo e boto no pelo escova
Sente mais carinho, esse bicho mimado
Sempre que me vê se renova
Não pede nada em troca.

Minha casinha feliz
Divina ignorância que me deram
Não vou reclamar, não sei, não vi
Minha vida é mais simples...
Minha vida é mais simples...
Mas a vida é tão simples...
Não é?

Sonho de saboreio

Era uma caminha apertada
As paredes próximas
Mãos mais que bobas, tóxicas
Os corpos suando quente
Dava pra sentir os corações
E o amor tava tão exprimido
Tão gostoso e bem dirigido
Aquelas partes ardentes

A cozinha do trailer era pequena
Mas dava pra fazer ovo frito
Eu muito curtia fazer o café da manhã
Quando tava pronto só se ouvia o grito
Ela tinha aquele sono pesado
Que tinha que ir lá olhar os olhos fechados
Bonitos, na pele bronzeada,
Nos calos do pé lindo e viajado
E na primeira fala do dia,
De timbre que me deixava delirante
“Que horas são?”
Assim você me mata, quem diria,
Você tá acordando e me dando questão banal
Quando do dia não importa que horas são,
Mas quanto tempo vamos gastar durante,
Mas antes que você me pergunte de novo,
São seis e meia da manhã.

Ele a olhou e disse com sua cara de pacato homem tolo e feliz:
Você está linda, mas já dormiu 16 horas. Levanta que chegamos em Santa Catarina e eu vou dormir, com prazer. E você vai levar o trailer pra um motel, sem desculpa. E daqui há 4 horas eu quero que me acorde e que subamos pro quarto pra transar o dia inteiro. Bem-vinda ao meu sonho de saboreio, meu amor. Feliz ano novo, logo renovamos nosso contrato de 1095 orgasmos por ano.

Ela beija-a.

Boa sorte.

Cai e dorme.
E os dois dormem.
Mas em quatro horas tudo estava como ele havia pedido.
E no fim do dia,
Sonho de saboreio.

O enredo ridículo da cabeça que não conhece o molejo

Se enfaixa então
E deita na minha cama
Se encaixa então
E me adentra na tua trama
Se afilia então
No meu drama
Se enfia então
No seio da história tão mal contada por Deus…

Alivia, minha filha, minha carga escrita
Realiza, minha filha, o amor que eu te dei.
Canta, samba, assovia, enfia ele no coração como pedi
Canta, samba, assovia, enfia ele no coração que encomendei pra ti

Se enfaixa então
E deita na minha cama
Se esvaia então
E molhe minha cama
Se alivia então
Dando na minha transa
Se acaba, então, meu amor
Tu nunca te cansas

Mas...

Enfaixa-te então.
Minha cama…
Esvaia-te então.
Minha cama…

Alivia-te então,
Me transas…
Acaba-te então,
Nunca te cansas.

Fala-me então
Que me amas
Discuta-te então,
Nunca te cansas!

Defere-me então,
Golpes e lanças.
Ao destino, meu amor
Teu amor que me sente e não queres dizer, esconde e não te cansas

Mas me dizes logo, amor
Sei que me amas.

Threesome feliz

Me, he, she.
De três vivia feliz.
Do, re, mi.
De semitom era infeliz.

Me, she, she.
De três era mais feliz.
Fan-ta-sy.
Só em sonho não era feliz.

Ela acordava pela manhã
E não sabia a quem beijar.
Um já em pé estava e já cozinhava
Ela acordava o outro como boa canceriana.
Um sorria com olhos castanhos e celebrava
O outro se espreguiçava sempre cansado
Cheio de mimos e adepto da insônia.

Ele acordava pela tarde e estava sozinho.
O café tinha esfriado e os outros dois estavam fugidos.
Do lado de fora o lago era gelado,
Mas tudo era do sol um grande desporto cansado.

Transavam nus no lago em apelo
E sem vergonha se mostravam ao observador terceiro
Threesome.

Threesome.
O seu olho era negro, e o cabelo comprido.
Ele era gêmeo.

À noite tinha canabis,
E a fogueira era discreta.
O repelente já era costume,
Pouca roupa e de quebra,
Lugar nenhum onde estavam.
Não era uma grande festa
Mas eles eram livres de certa forma.

Já era costume a segunda trazer vodka e perder o controle do peso
E o primeiro carregá-la pra dentro.
O terceiro nunca se enturmava, mas os amava por dentro.
O primeiro era o mais atencioso,
Mas a segunda era a cola grudenta.
O terceiro era o menos romântico, mas o mais privilegiado,
E o desatento primeiro o que mais amava
E a segunda sabia que ele estava mais sabendo
Que o terceiro nem ligava, preguiçoso, cheiroso e meio violento.
O primeiro era o mais completo, e era grande amigo do terceiro.
E a segunda era a mais satisfeita na cama, pros dois vivia cedendo.

Ô, tempos bons enquanto o terceiro não quebrava.
Ô, tempos bons enquanto a segunda não esquecia os planos.
Ô, tempo ruim, que o primeiro escreve sem realizar palavras que era só ele quem acreditara enfim.
Me, me, me.
Em realidade se finda o sonho.
Me, she, none.
Nobody believes in the threesome.

Gozou?

Depois de ler os textos do blog, como você se sente?

Existem três opções em cada postagem feita no blog.

Gostou muito? Marque [x] gozei

Achou emocionante ou triste demais? Marque [x] chorei

Achou uma bosta? Marque [x] me cortei

Ou marque me cortei se pra você isso significa que achou muito legal,
e gozei se pra você isso significa algo muito forçado.

Tanto faz.
Só marque algo, porque é divertido.

Tchau!

Texto egoísta que ninguém quer ler nº 1000

A realidade é engraçada e dramática
Nem disfarça a sacanagem que é
E de tão desgraçada ao mesmo tempo
Mesclo o cair ao girar da apreciadora de balé

Estar em casa apreciando música
Raciocinando ou discutindo lúdicos pontos de vista diversos
Eu sei que não deveria ter pena
Mas choro na cena em que o cachorro fica preso do lado de fora
Decorro em meus versos
E nada mais ninguém espera
Nada mais é agonia tão intensa que pensa minha mãe
Eu estar em decadência
Todas as coisas que aconteceram na última semana
Me fazem perder o controle da estrutura do texto
Escrevo e nem sei o que mais estou dizendo
Mas eu fiz, eu fiz tudo, juro que não foi minha culpa,
Eu to procurando me redimir de ser uma criança,
Finda meu mimo, Gaia, Mãe Natureza.

E eu estou sentimental.
E eu quero retomar alguns laços,
Com a tesoura pronta pra fagulhar
Cortes fugazes
Enlace banal

Está um verdadeiro omelete de sentimentos o escrito
Assim como minha cabeça virou um circo
Só falo merda, assim como é a realidade
Pedi na minha carta que só não maldissessem minha sanidade
Mas talvez ela esteja corrompida, no brilho da faca
No desejo da batida parada,
E a preocupação finda, mas não a penalidade eterna,
E o pagamento é da eterna chibata
Nas mãos de Lúcifer...
Nas mãos de um anjo caído.
Afio o gume da faca e mantenho os metais polidos
Nada mais.
Vou esperar e ver.
Até que não é tão ruim assim, mesmo sendo.
Nada faz sentido
Omelete de sentimentos.
Não é o que eu precisava escrever,
Era o que eu queria.
Não era o que eu queria dizer,
Era o que eu precisava.

Quem se entorta?

Prelúdio da Amável Formalidade

Quem vive de ti?
Quem luta, e rasga os lençóis em agonia
Quem pensa por ti?
Quem olha, e sangra os olhos em monotonia

Quem pensa?
E sente o tempo passar
Quem lembra
E ri pra ti também lembrar?

E quem se importa
E se entorta pra te fazer notar?
Quem sequer nota
E se esforça pra te fazer sorrir?

Ir embora nem sempre é o melhor
Mas é a única opção sã
Esperar e ver no que dá sempre pode
Mas tem opção pior?

E quem se importa?
Quem se entorta pra te fazer notar?
Quem sequer notaria
E se esforçaria pra tu parares de chorar?

quarta-feira, 25 de março de 2015

Anomalia

Já faz um tempo que eu to pouco fodendo pra se eu vivo ou se eu morro
Meu esquecimento é cheio de lembrança
Meu nada é cheio de tudo
Meu tudo bem é cheio de males
Envolta do meu umbigo não gira o mundo
Mas eu faço de conta

Já faz um tempo que eu fumo cigarro vagabundo
E minha carteira anda vazia
Já faz um tempão que não tenho na minha mão a seda de antigamente
Já faz tempo que procuro trabalho
Fujo de mim mesmo correndo pelos vales cheios de folhas
Eu deito, fecho o olho e durmo
Me pareço anormal pra minha própria desconfiança
Tenho o odor natural de quem se engana
Eu ponho a culpa no meu signo ascendente
Meu inferno astral é cheio de mentira

Já faz um tempo que eu tomo um porre quando nem passou o efeito do último
Já faz um tempo que eu me escondo dela e ela nem me procura
Já faz um tempo que eu sou bobo e não sou digno de pena
Eu manipulo, minto, me faço de obscuro, quando sou a luz da perseverança de continuar vivendo

Faz um tempo que parei de procurar a felicidade e procurar cana
Faz um tempo que eu me desfaço e desisto de tentar ser bacana
Faz um tempo que estou mal nos estudos e não me esforço mais
Faz um tempo que sou feio e não me preocupo em ser bonito
Eu exagero, mas que faz tempo, faz

Out of the lips


















Viaja dos bolsos cheios
Seus cabelos feios
Duas carteiras de cigarro
Chaves de casa e copo é cinzeiro

Lonely heart
Doesn’t it feel like it, Filipe?
Above the treat
Doesn’t he feel like that heat?
He doesn’t feel but he throws it
Out of the lips

Cubículo Verde

Tapada no teu cobertor
E eu derreto no calor do cubículo verde
Carente de eu e tu fazendo amor
O que eu faço se fui tonto a ponto de perder
Sentir teu sabor toda manhã

Em que mundo eu nasci?
A realidade reversa aqui é nossa amiga
É direita
Em que sonho eu cresci?
O perfeito é a mentira feita
E a verdade morre de fatiga

Deitada no seu ardor
E a gente nem sabe porque tá separado
Carentes de um no outro fazendo amor
Como fui tonto a ponto de perder
Renascer mais perto de ti e te ver mais de perto
E te comer inteira todo dia
Em que mundo eu fui nascer?

Cheiros

Tirei um tempo no meu berço
Pra pensar no teu cheiro
Eu sei que queimei brasa na boca
E esfumacei ele pra longe
Mas sinto saudades dele

Esmaguei um pouco no meu peito
Deito no teu lado de dormir
E olho aquelas fotografias
Eu sinto que te perco só fisicamente
Mas ainda vou tentar
Porque nosso estar não pode ruir
Eu me faço de valente
Mas quando tu dizes que é isso
Eu choro
Eu sempre fico carente
Lembro de ti, eu preciso do teu cheiro

Vivo…

Se eu canso, minha mente não
Sou eu que desisto, não meu coração
Sinto falta do teu cheiro, não meu pulmão
Ele continua a pedir o que esvai teu cheiro
Não sou eu que te odeio, é o vício
Por isso fumo o dia inteiro
Não é motivo pra me abrir um vão
Volta pra mim, eu te dou um banho
E te faço cérebro de novo amante
Volta pra arrumar o nosso berço

Tirei um tempo no meu berço
Pra pensar no teu cheiro
Sentia ele forte enquanto tu rias
Esmaguei um pouco no meu peito
Deito no teu lado de dormir
E choro naquelas fotografias
Volta pra mim, meu cheiro

terça-feira, 24 de março de 2015

Momentos felizes, quem sabe?

Já pensou se um dia a gente casa
E viaja o mundo todinho?
Já pensou se um dia a gente viaja
E moramos juntinhos?

Já pensou se qualquer hora a gente para
E acha que tudo é tão fácil assim mesmo
E a gente fica junto do nada e esquece
De todos que vão falar de um fim iminente

Já pensou se fosse tudo mesmo tão fácil
E nossa vida juntos não conhecesse fim?

Eu sei que tudo tem seu ciclo
Mas e se fôssemos uma fênix
Um varal de momentos felizes
Pendurados um nos outros
Com um fraco cadarço de tênis
O sol secando a pele da serpente
Que fica olhando na maldade
Quem sabe a gente não queima feliz?

Já pensou por um instante
Que eu posso ser teu homem da vida
E tu pode aprender a gostar dos meus defeitos
Assim como eu acho os teus desenhados pra mim
Já pensou se eu te amo
E aí não vai ter mais jeito?

Será? Então já era
Porque não tem mais peito dentro que aguente ficar sem você

Já pensou se eu te mordo e te passo meus genes
Se você me lambe e aí a gente simplesmente se entende

Já imaginou a gente com cara de bobo dizendo que fomos feitos um pro outro?

Quem sabe a gente queima feliz?
Quem sabe somos uns loucos?
Uma penca de deslizes
Amarrados fortemente uns nos outros?
Quem sabe é infinito nosso ciclo
Porque ele não queima?
Quem sabe a gente não é fênix
Como um varal de momentos felizes?
Quem sabe a gente se aguenta?
Quem sabe a gente tenta?
Quem sabe a gente consegue ser feliz?

Poeta Preguiçoso

Poeta preguiçoso
De que adianta a tua boa rima e estrutura
Se teu texto esvazia a mente
E perturba a alma?

De ti eu quero o sentimento
Mas não a mentira
De ti quero sim o som
Mas não o vacilo ao vento

Não complica a minha cabeça
Escreva com o teu coração
E não edita pra me enlouquecer
Edita pra esclarecer minha leitura

Poeta é cara estranho
Mas não precisa ser elitizado
Se quando vai ler
Ninguém entende

Poeta é cara inteligente
Mas não precisa se achar demais
Se quando recita
Incita o pudor musical

De ti, poeta
Quero boas palavras
Complicas mais básico
Não me enches o saco

Se te compro o livro
E leio esmerado caos do incompreensível tu
 Ora, caro poeta, te queria boa poesia
Assim me obrigas a te mandar ler antes de pensar
Antes de te mandar tomar no cu

Escrevo mesmo como poeta maloqueiro
Escrevo versos despreocupados
Reviso sem complicar pro meu leitor
Me importo mais com a arte do meus isqueiro
Menos com a rima e mais com o conforto
Me importo em transmitir minha dor
E rimar ela com amor

Van

Meu riso deu tom de amigos
E disse pro meu cérebro que estou entre eles
Proteção mesmo que em perigo
É onde eu quero estar e compartilhar saberes
Notícias, graças e também deles ouvir os risos

Eu risco uma linha na minha cara
E ensaboo meu humor.
Se eu estiver triste, bem acompanhado também estou
Segunda, terça e quarta
Uma hora, meia hora, nem lembro quando começou
Uma goma de mascar que dá pra todo mundo
A barriga do riso de todos está farta do lado de fora

Um ano, dois anos, nem lembro quando começou
Uma van que tem lugar pra mais um, tem pra mais dois
À quinta-feira sinto saudades
Ao domingo aguardo
A coca-cola e a batata
A risada e a sapata
A sagitariana e a compacta
A polenta e o agá de Dara
Outros dois bichos ruins
Winrar, Ingrids e Marias
Outros vários seres bons
Tem lugar pra mais um, tem pra mais uns milhões

segunda-feira, 23 de março de 2015

Diamante Negro

Invés de pra ti vou me fazer um presente esta noite
To terminando de fazer um diamante no emaranhado desse teu cabelo preto
Passo a agulha por dentro da dinamite, d’agulha, posso sentir que tá ficando perfeito
A gente sempre se esforça mais pra nós mesmos, não precisa ter vergonha
Deixa o ego tranquilo
Não tem absinto, então toma tequila com sal e limão ou de qualquer jeito
Eu sinto que finalmente findo o diamante negro

Rima que rimo sem parar

Estes versos perdidos me encantam
Escrevo quando faço e faço quando escrevo
Se digo, eu faço
Às vezes minto

Às vezes eu saio
Não quero conversar
Devo dormir, mas não quero descansar
Quero desgastar, rápido
Quero que esta energia de raio se esvaia
Mas ela não sai

Amo meu talento
Mas não o mundo
Como fazer?
Não quero tanta fama
Só quero o dinheiro
Juro que é pelo que tento
E me decepciono rápido
Sempre canso de esperar.

Nem sempre faço direito
Às vezes reutilizo quaisquer palavras
E as rimas prontas
Como essa que tantas vezes escrevi
Todo texto está já feito
E minha memória quer me enganar
Mas já tá pronto
Aqui no dentro
No centro do meu suposto dom
Rima que rimo sem parar
Porque é tão bom se passar por garoto direito
Mesmo que não sou e não quero me passar
Faço obrigado a ser aprovado
Como manda a minha alma
Com rima que ela rima sem parar.

Feito pra mim

Feita pra mim
Foi minha cama
E o travesseiro que cai quando me deito

Feito pra mim
Foi meu cigarro
E a fumaça densa que dele se esvai

Feito pra mim
Foi meu cinzeiro
Que é uma tampa de café instantâneo

Feita pra mim
Foi essa vontade de escrever
Porque paro de tragar pra saciá-la
Porque nem tudo é perfeito
O que me fizestes, Deus, muitas vezes é cheio de defeito

Recém

Suor do ar é fumaça do meu cigarro
Sombra na luz do meu computador no breu do meu quarto
Fumaça poética e admirável que admiro sem parar
Ponta que não é mas parece neon do meu inevitável descaso
Como eu gosto de usar palavras fodendo-me pros significados
E muito mais vale uma tragada depois de tempos que seguida de outras três ou quatro
Segue o vagalume em brasa com a mosca vagabunda ziguezagueando
O vai-e-vem que eu odeio
A ponta-fim cai e me queima só por gosto de humilhar
Pousa na parede verde
Descansa
Respiro
Matei
Como é bom fazer o animal sangrar.

domingo, 22 de março de 2015

Faz um sanduíche

Texto roubado de Incoerência, Doce, de textos bons e gozos tantos, por Débora Ambrósio.

Sorteia um da tua lista
Dá boa noite
Conversa
Como se não chorasse
Como se não estivesse ali para pedir ajuda

Enche a porra do saco de mais um
Pra ele te odiar
E tu provar seu ponto

Vai, desastre ambulante,
Megafone de si,
Vai falar com todo o mundo o quanto a tua tristeza é importante

É melhor que a morte
Prova que tu não sabe se conter
Que é uma inútil
Que nunca sabe fazer nada pra ninguém

Se mata quieta no canto
Pra falar pra todo mundo
Que a vida não valia mesmo nada
E que foram todos otários
De esperarem algo de você

Faz tudo errado de novo
É isso
Sempre isso
É pra errar que te puseram no mundo
Sofrer foi escolha tua,
Agora te vira aí

Morrer

Ditas verdades quando compartilhas tua dor
És semelhante, dizes tu, mas porque não sinto em teus olhos?
O teu odor me remete felicidade ou amor de belos casais,
Com teus lindos olhos, lindo semblante.

E se eu me fiz apaixonar outra vez
Como, se nem me recuperei da última?
Morrer na praia já me virou gandaia
Nem sei donde me vêm golpes
Quem sabe eu vá me matar outra vez
Mentalmente, mas a sangue frio.
É sensatez perder a linha dos moldes
Parar enquanto é tempo,
E não está ficando dormente.

Teu suor me sente como uísque de boa qualidade
O sal dos banhos da melhor praia
Teus cuidados remetem à minha narcísica personalidade
Satisfazem meu jeito de falar dos conceitos
Enquanto tua religião é minha penalidade

O teu coração de vampiro psíquico é caos
Em meio do teu caminho de espinhos
As atitudes cheias de insanidade
Tu és uma sina, marcada anunciando que vou perder-me
Só não faça morreres

Ah, mas às vezes...
Eu é que quero morrer-me

Meu nirvana é escutar Nirvana o dia todo
O pesadelo mais pesado é pensar em você de novo
Equiparáveis lágrimas de sabão que minh’alma cospe fora
Às palavras inúteis quais’crevo que tentam passar lição
Eu quero mais um pedaço desta torta
Ou poderia morrer-me

Tento passar mensagens em vão
Como minhas tentativas de ter-te
Todas as minhas tentativas de manter-te por perto
‘Qui estão

Eu queria tirar-te pigmento destes olhos para que não me façam efeito
Mas que olhos tão bonitos...

Eu vou perder-me
Nestes olhos tão lindos
Sei que não tem como manter-te por perto
Então
Eu vou
Morrer
Em poucos

Alien

Sinto-me um alien.
Por alienação, claro que não.
Estou sempre ligado,
Mas parece que os outros não estão.

Sinto-me no lugar errado.
Parece-me o tempo inteiro assim
Ninguém escuta minha música
E eles riem de mim,
Minha roupa, cabelo e estilo,
Em todo lugar,
Eu por completo pareço piada
Ninguém é de confiança
E não há quem eu possa abraçar.

O pior é isso me esmagar
E impedir de escrever.
É o desenho do meu horror,
Porque sem escrever nada sou
E nada é tudo que odeio ser.

N. O. U.

Não, não.
Pouco entra na minha cabeça
O que me enche é o coração.

Tua abstinência és me enxaqueca
Eu tanto quero que entraria no seu ventre
Deixa que vente todos os ventos
Bebo os sangues que vêm do seu rincão
Sugo os nutrientes e faço-me aqui pra sempre

Pouco me entra na cabeça
Muito de ti me enche o coração

Não sou doente
Estou numa nova ordem deste universo
Não sou triste
Canto de romance em todo verso

Não me mato
Nem depois de tanto criar impacto fraco

Mas é bom poder desgastar meus bordões
Os velhos poemas que discutiam antigas tristezas
Agora te recriam em garrões

Vê que é diferente, me diz o que tens
Todo o agora e o sempre do amanhã
Faz-me tanto e tão bem todo este bem, meu amor

Tu

Os versos dos homens fracos não te servem ou cabem
Os versos destes dedos não te agradam ou machucam
E as histórias que eu conto a ti são fracas e leves
Como as coisas que digo por aí, passam pelos olhos, mas apenas ardem

Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais tu

Toda coisa que dizes é passageira como um beijo na bochecha
Toda coisa que fumas perduras intensa e te apodrece por dentro
Toda mentira que contas é linda e toda verdade és falta afinal
Todas coisas que te digo é nada mais que uma brecha

Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais também

Tudo que eu te gravo é um basta de tesão
E tudo que te canto é desprevenido de refrão
Tudo que me escreves é falso de coração
E tudo que me cantas é lindo e sem perdão

Nós devíamos ter sexo com mais ardência e discussão com menos tempo

Eu me refiro a todas as vezes que eu te firo ou tenho a chance
E todas as vezes que eu te deixo de lado são opacos objetos de desejo
E nada na minha vida é tão real ou tão virtual quanto nossa relação
E toda coisa que eu te digo é uma grande traição que nunca será perdoada
Mas toda chibata vem do fundo mais profundo deste obsceno coração

Você deveria ser mais você, e eu também deveria ser.

Eu te amo tanto que nem eu sei, e você me ama tanto que nem tem ideia
Eu minto tanto que eu nem sei por que, e tu me odeia tanto que nem quer saber
Eu sou tão gay que nem piedade tenho, e você tão hétero que nem tem o porquê
Você é minha, Nícolas e eu sou teu, Dionéia
Eu sou seu, Dionaeam, e tu é minha a minha mercê
Eu sou do teu direito e tu tens poder a todos os meus clichês
Como esse e outros, que vou recitar sem fim, sem saber
Odeio teus textos sem rima, e amo eles porque são diferentes dos meus.

Escorpião

image


Escorpiano safado
É uma alma perdida
Um corpo solitário
Anda distraído, alado, descontraído
Merece um cigarro
Merece um afago

Escorpiano carente é um corpo ardente
Pessoa diferente com alma complexa
Talvez ele seja doente, mas merece uma festa
Merece uma guerra, merece uma transa
Me erra, me leva pra casa

Ô bicho ruim do cabelo estranho
Postura de quem não tá nem aí
Até parece riquinho de sentimento suave
Quando é perturbado do começo ao fim
Ave! Deixa ele sozinho                       - deixa não
Qualquer mancha é um desenho
Deixa de nóia, escorpião

Ô bicho ruim, que gosta de um drama
Qualquer ponto é mancha
Pra quê quer tanta fama, se num sabe nem dançar?

Qualquer erro é agressão
E em qualquer situação quer se destacar,
Escorpião
Tão bonito e tão desgraçado
Que tanto quer lutar
E tanto quer atrapalhar
Que tanto quer se achar
Escorpiano safado

“Eu, eu, eu, eu, eu, eu”
“Eu...”

Escorpiano safado
É uma alma perdida
Um corpo solitário
Anda distraído, alado, descontraído
Merece um afago
É tão complicado

Acha um amor todo animado
Logo se arrepende, o bicho mal amado
Pega um pente e se arruma, a lua é sua estante
Escorpiano é fogo, mas tem muito mais paixão
Ciúme de mãe, lá vai o escorpião, parece até valente
Intenso, quanto temperamento
Escorpiano, pra que tanto drama?
Já nem tem tanto pano pra tanto chão
Já tá todo mundo de saco cheio dessa tua discussão
Me erra, me leva, ô escorpião

Escorpião é água, mas tem muito mais coração

Ciúme de pai, lá vai ele todo lindo no seu alazão.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Amor, café, cigarros

Ato minhas mãos
E te espero seminua na janela
Pra pular assim que deres o sinal
Dá-me logo o tiro da largada

Quanto te importa a mentira
Se a alucinação é nossa?
Quem se importa com a verdade
Quando a religião escrita é a que prevalece?

Sinto-te, Arths
Queimando a minha inspiração como Marijuana
Batalha de poemas round two
Você me faz querer sair da cama

Se não és tu,
És tampouco o Chapeleiro Louco
E tampouco sou Alice
Não me incomoda o que tu és
Desde que esteja aqui, que fique claro

Não te peço o que os normais te pedem
Fode-as com amor, fuma-me com tesão
Espero de ti esta partida breve
Aposto aqui o meu pulmão direito

Para por em ordem toda falsidade que me cabe
Te devoro, absorvo,
Como esponja na primeira vez de uso

Adoro também teus lápis de cor
Que tu cravas no meu crânio, inconsequente
Como amas se o sadismo é o que reina?
Esses versos vão ser sempre incoerentes

Me oferece um café,
Que nunca não o bebo
Te entrego todos os meus cigarros,
Mas não as noites de sono

Fala comigo,
Mente.
Que sou tua plantinha carnívora,
Dionéia,
A digerir toda palavra que me escreves.

Qualquer falso alerta me mata,
Sou mais frágil que qualquer outro ser,
Por ser carnívora.
Por só me alimentar de ti

(E de mentir)


Débora Ambrósio, minha diona,
Te roubo este escrito de Incoerência, Doce para que todos vejam que maravilhas me inspiram, e quais me matam até hoje.

Paradoxo

Carrego rádio, mala e sorvete pro teu jardim
Toco meu som
Tu me olhas com desprezo e cospe a ofensa
“Eu não to afim”

Quando eu te amar
Quando tu me amares
Lembra-te deste anexo
O sussurro da memória
Implantes no teu semblante
Sei que o é um paradoxo
Mas quando tu me amares
Satisfaça-te

Eu não vou te olhar
Nem cantar, não mais
Quando tu me amares
Lava-te

Quando tu me amares
Lembra-te deste episódio
É um paradoxo
Mas quando tu me amares
Satisfaça-te.

Vaut le Coup

Teu sotaque és inspiração
Escrevo em todas línguas que conheço
Faço parecerem bonitas
Teu repertório me é motivo
Para que eu entenda todos os castigos que mereço
Faço-os valer consequência

Je suis un manque d’espace
Vivant dans vos pensées
Hie
Da
I think we’re going to forget all those things we just said
And everything we’re about to say today

Mais voutre amour ça vaut le coup
I just said
Voutre amour
Vaut le coup
Vaut le coup
Vaut le coup
Vaut le coup
Vaut le coup
Vaut le coup
Vaut tout le coup

Teu sotaque me é inspiração
E de todas as palavras que uso de línguas que desconheço
Fazes delas bonitas (mesmo que erradas)
Teu sermão me é sempre bem-vindo
E o teu coração, e o teu beijo, o medo e o vinho,
Eu sei que mereço

Votre amour, votre amour, votre amour,
Votre amour, votre amour, votre amour,
Aucun autre amour, aucun autre amour, aucun autre amour, aucun autre amour,
I love you, I love you, I love you, I love you
I love you, I love you, I love you, I love you
No other love, no other love
Eu te amo, eu te amo, eu te amo,
E ninguém mais, ninguém mais, ninguém mais, ninguém mais.

Desisto de tentar


Acende, apaga

Tudo que finjo
Tudo que planejo
Protejo teus olhos
Guardo teus sonhos
Quero-te melhor
Sei que não posso

Mas ainda traço caminhos descalço
E fumo bebidas sólidas antes da comida
Ainda festejo sem causa
E minha fala ainda pausa quando penso em você
A vida me maltrata me impondo responsabilidades
Mas eu as aceito para poupar-lhe de encontrar-me
E eu estar com aquela cara de perder
Tu és tudo que me importa, portanto continuarei
Hei de vencer mesmo que de dia sou falso
De noite sou escondido meu próprio rei

Fagulhas ascendem minha mente
Em perdição caminho ardente para fugir mais um pouco
Centelhas ascendem minha morte
Em salvação caminho ardente para sorrir um pouco mais

Tudo que finjo
Tudo que planejo
Projeto teus olhos
Resguardo teus sonhos
Quero-te melhor
Mesmo que não posso
Juro que tento
E me perdoe, castigue,
Mas ame, família, preciso

Ninho



Pai, não sabes do que dizes
Se é por ti que corres sangue em veias em mim
Pai, não sabes do que dizes
Se sem pais não tenho vidas, não tenho motivos
E morro bandido, sem carinho
Vivo por pais, nada mais
Juro por Deus, não tenho sentido, não caminho
Quero a morte sem culpa, mas tenho bons vínculos
Continuo por dó dos meus pais...

Pais...
Pensam no que digam,
Pais...
Cuidam dos teus filhos,
Pais...
Deem-lhes mais carinho,
Pais...
Preparem bem o ninho.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Algo Para Dormir

Fecha os olhos e me vê
Adoece e não sente
Seja anjo vestido de mim
A noite inteira
Sou eu enroscado
Você é o meu travesseiro, meu edredom
Sonhando conosco num lugar abençoado

E vai se apagar, calmo como uma música ruim
Algo passageiro que se vai embora
Sonha comigo
Ama-me sem pensar
Liberta-te dormindo
Continuo a te esperar
Teu bom dia motiva
E faz ter mais sentido tirar a areia dos olhos
E faz sentido quando busco teu beijo
Quando eu acordar.

Outro Cigarro

Então é você que vem me roubando sono
Inconsciente como um assombro
Um espírito sem sentido
Que vejo no canto do olho

Você passa seu dia pensando em mim
E mente, em mente,
E me nega direito de ser gente pra ti
Eu me nego a continuar sendo também
Gente sem compaixão nenhuma
Eu não tenho paixão nenhuma
Eu não tenho amor nenhum
Eu tenho todo o amor do mundo

Mas vamos ser bons seres intelectuais
Vamos ser amigos bem problemáticos
Tico e Teco
Eu e você
Bons cálculos insolúveis
E dizeres tão pouco pragmáticos

Você é meu leão escorpião
Com tuas tão poucas qualidades
Que maravilhosas se fazem então

Eu sou teu escorpião leonino
E tenho tão numerosas qualidades
Que são defeitos exceto pra ti

Não faço rima quando não quero
E vá se foder

Me sine com uma palavra que não existe
Eu te sino com uma palavra que existe

Vamos beber veneno e nos perder
Você é minha escorpiana leonina
Eu sou apenas outro cigarro
Que você fuma com a ingenuidade de uma pouca menina

Que você fuma com a intensidade de uma maconheira louca

Que você fuma como se fosse um animal

Que você fuma com toda a vontade do mundo

Que você fuma
E fuma com vontade esse meu pau

Gas Station

Talvez, quem sabe, eu não o faça pela fama
Mas para o dinheiro que me paga viagens
Porque afinal de contas de que adianta
Viver de versos complicados
Se o que eu realmente quero é chegar na tua cama?

Uma carteira, outra
Uma roupa rasgada, nem me importo
Uma bebida, uma festa
Eu necessito de uma transa
Mas aquariana não me satisfaz (não me satisfaz)
É leonina que me dá gás (a gas station)

I gotta move on
Can’t stand in this situation
I gotta get you
Gotta eat you (everyday)
Gotta smell you whole (gas station)

Me anoja a tua distância
E a tua petulância de me obedecer
E resplandecer desfocados olhos sobre meus textos
Procuras sinal, brilhas verbos com sujeitos
Não notas que meu jeito tá queimado em mente
E tu não sentes arder nada além do que sentes
Então não fala que é, que não é
Porque eu dito regra, verdade e mentira
E tu é só uma vadia

Nota que meu jeito tá queimado em mente
E tu não sentes arder nada além do que sentes
Desculpe, mas não lhe alcanço a mãos nos beiços,
Infelizmente.
E excitante sabes que és, querida
E contigo me casaria
O que obviamente é sinônimo para suicídio
Mas não quero outras, mas a ti, como única margarida
Adoro fazer-te tão mal, bem te quero, mal
Adoro mentir e tu acreditar
E de novo me repito dizendo
Pares de drama e me chupa o sal

Falso Alento

Quero-te passar uma gota de sangue
Um galante perfurar de riquezas
O hímen rompido abre as possibilidades
E finda infantilidade de outras safadezas

Não engravides, não de mim
Não te perdoo se deres ao mundo outro sofredor
Não engravides, jamais de mim
Pois o teu cheiro bom então se tornaria mundano odor
E eu não mais te possuiria, só comeria
Não mais transaria, mas faria coisas sem amor
E eu provavelmente nos mataria então

Quero-te uma gota de vinho
Um deselegante soluço tonto
A roupa suja no calor do momento
E o fim da noite de útero fecundado
Porque não me acreditas quando conto

Sim, eu irei lhe abandonar caso engravides
Não de física, mas de alma.
Me alentes enquanto tens chance,
Vamos morrer juntos, mas sem criancices.

Amável Formalidade
















Nota-me
Avalia e fuja
Mas não esqueça-te de cair
Se necessário

Respeita-me
Avalia e julga
Mas antes que sentencia
Beija e usa

Posso ser só teu
Alguns segundos.
Posso provar teus perfumes
Eu posso assegurar guardar teus medos
Posso curar tua fobia de correr
Posso sugar-te da liberdade
Porque não só ofereço-te amor
Mas desvio se me desviar
Com sua amável formalidade

A casa desliza pra Santa Catarina
Nós juntamos nosso dinheiro
Escorrega o tempo que for
E conseguimos em desespero
Ligeiro amamo-nos
De novo e de novo
Briga atrai outra
E evito e repito,
E erro e renovo
Recrio de novo

Eu sei que sou talvez um escroto
Devoto do romance conquisto-te
Com mais um escrito, palavras clichês
E sentimentos verdadeiros considerados bonitos

Que bom

Que posso ser só teu
Alguns segundos.
Posso provar teus perfumes
Eu posso assegurar guardar teus medos
Posso curar tua fobia de correr
Posso sugar-te da liberdade
Porque não só ofereço-te amor
Mas desvio se me desviar
Com sua amável formalidade

Hm.
Escutando a melodia da tua flauta (melodia)
A melhor maneira de te fazer veres
Que posso com muito prazer pegar você
Todo dia...
Todo dia...
Todo dia...

Arranho Teu Rosto

Sonhos gelados
Te agarras arranhando
Sonhos quentes
Te ando rondando

Sonhas com vários tipos
E acordas gozando
Vais ao céu e ao inferno
Me desenhando

No negro dos seus olhos fechados
Lousa vazia do teu inconsciente
A mente tem como todas a vida de vadia
Enquanto dorme toda noite

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