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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tarde de reflexão

No quarto de madeira,
o pensamento reflexivo
direto na lavoura.
Em pensamentos fundos
de muitos anos esquecidos
de tentativas de fuga.

Como pode o homem perdido
ter a capacidade de lançar
desesperados ao caminho reto?
Como pode o homem encontrado
retirar o que o pôs em certo
direto para as vias infernais?

Pois assim se aprende
que nada de ruim é eterno.
Assim se pode ver
que fé pouca leva ao desespero,
e desespero leva à fé forte.
E fé fraca leva a desespero.

O ciclo da vida é belo,
pois é fruto da vida.
E vida é bela porque é um milagre
ou uma probabilidade que resiste...
por menor que seja... resiste...
Por mais desesperador...
Resiste.

Resiste.

domingo, 27 de setembro de 2015

Quem sou eu?

Me dói sua ignorância,
Sua nostalgia interminável,
Pois o ignorante está em perdição
Se não é cercado de inteligentes.

Que vida digna terá
Se não lhe mandarem tomar banho,
Se não lhe avisarem de amor
Ou que tais coisas tem outro significado?

Quem sou eu para julgar ou insistir
Para que saia da burrice.
Se não o quiser, se não me escutar,
Que aprenda na velhice.

Quem sou eu para tentar em vão
Se cada empreendimento de minha força
Tem força de forma amor n'outro coração?

Quem sou eu para namorar
E estar sempre sozinho
Se há quem me preencha,
E me seja bonzinho?

Quem sou eu para deixar o tempo escorrer
Se em tanta boa-aventurança me posso estar
Não me posso deixar em ociosidade,
Tampouco me posso entristecer,
Se em tal mundo posso ser Peter Pan
Sem nunca parar de crescer?

Não devo explicações

Na noite de desabafar para as paredes
O porque eu estava triste.
Na noite de desabar entre as cobertas
Porque eu estava ficando doente.
Na noite de desencadear as correntes
De dessabor por estar carente.
Na noite de destroçar a serpente,
A esforço puro da mente.

Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não choro.
Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não volto.
Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não morro.
Eu não devo explicações,
De porquê eu sei, do porquê eu faço,
De porquê tenho em mente
Tanta certeza de que tudo está certo.

Eu não preciso saber teu sofrimento
Pra saber que ele acaba.
Eu não preciso saber tua nostalgia
Pra saber que ela é não é cabida.
Eu não preciso saber tua reclamação
Pra saber que é perda de tempo.
Eu não preciso secar teu choro
Pra saber que ele é de coração.
Eu não preciso te acariciar
Pra saber que tudo nesse mundo
Sendo a tormenta de tão dentro ou tão de fora,
Está predestinada a passar.

Eu não devo explicações nem a Deus
De que eu sei que ele sabe de tudo
E que nem sequer uma folha cai da árvore
Sem ter contribuição ao mundo.

Amori

O amor nos faz funcionar,
por ele fomos criados
e por ele não nos podemos destruir.

Assim é pecado do enraizado
de todos nós originais da Horta da Mãe,
travar sua luta contra tal aprendizado.

Nossa condição é frágil,
por isso a primeira Lei
é termos humildade de nos assumirmos falhos.

Nossa origem é rica,
por isso dit'outra Lei
sermos fiéis ao mesmo coração que peca.

Nosso objetivo é feliz,
por isso a terceira Lei
diz-nos sejam esperançosos.

Nosso ardor é fugaz,
por tanto a quarta Lei:
não reclamei jamais.

Nossos sonhos são preciosos,
nisso se baseia a quinta Lei:
não destrua a do outro, sejam bondosos.

Nossos olhos pouco enxergam,
então usemos os ouvidos muito
para não falar mentiras do longe.

Nossos ouvidos são também limitados,
e graças a isso não nos condoamos
com qualquer maldição de outros brados.

Nossas bocas se sujam quando abertas,
então mantemo-nos bem calados.
Nos abriremos para o conhecimento oculto,
mas não a esmo espalhemos o fato.

Temos cabeça dura
e nisso uma mágoa qualquer perdura.
Mas temos cabeça mole
então não levemos por muito.
Ofensa, agressão e ódio
não penetram coração algum
de homem que só existe
para provar que o perdão resiste.

E pela desobediência de tudo isso
existe mais nova Lei
tal que repete 'evite',
evite, amado, morrer de antecipado.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Tiago, próxima encarnação

Tiago,
Te sentimos falta.
Tu, em tua humildade,
Tiago, que saudade.

Da próxima encarnação,
Tiago te aproximes,
Me enches de teus preceitos
Esteja em volta,
Me escute nessa oração...

Tiago,
Te sinto falta.
Tiago, sem tua riqueza,
Que desolação.

Tiago,
Te sentimos falta.
Tu, em tua coragem...
Tiago, que saudade.

White Vibe

Entrou em mim uma vibe positiva
Dias, semanas, meses, anos atrás.
Uma vibração branca.
Algo de esperança, bonchance,
Uma vontade tenaz
De assassinar a maldita fase negra.

Os anos se passaram.
Os bons presságios apagaram-se.
A fase negra atingiu-se em auge
Dum clarão inigualável
Que cegou todo o mal estado.
Que diabos?

Os anos se terminavam.
Hoje os bons presságios concretizaram-se.
A fase verde traz no horizonte a eternidade
Num clarão de éter assombroso,
Que vai levando os maus ao longe.
Que sorte.

Teoria dos Sonhos

Em meus devaneios espirituais
Te procuro, solitário.
Meu guia envergonhado
Com minhas peripécias do passado.

Tu andas com gente outra,
Tu te prendes igualmente atrás.
As vezes à frente.
Temos de recorrer à nova postura.

Tempo, tempo.
Até os bons sonhos levam tempo.
Tempo, tempo.
Toda forma de amor leva um bom tempo...

Minha alma vaga por calor material,
Enquanto tu vagas por conhecimento e moral.
Eu velejo em aventuras carnais,
Tu em aventuras perigosas, em umbrais.

Tempo, tempo.
Até os bons sonhos levam tempo.
Tempo, tempo.
Quanto tempo até eu te levar um beijo?
Tempo, tempo...
Tempo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Molti Molti

Você é meu plano. Você vale todo o tempo.

Eu te amo muito.

Eu te quero demais.

É como tem que ser quando você ama alguém.

É como quando eu choro de tristeza e você me alegra.

É como o Sol quando a noite está escura demais.

É como o herói grego que chega para extinguir os monstros invencíveis.

"O amor é o herói grego que chega para extinguir os meus monstros invencíveis."

E você é o meu amor.

Obrigado.

Vá dormir, disse meu pai.

Noites, perigosas noites. Seus sulcos pelos quais escorrem os temores, os amores, os poderes. Os lençóis por onde escorrem as tintas vermelhas, azuis, o sangue e o vinho. Branco ou tinto. As noites. Aquelas em que me sirvo cafés, porque sei que não irei dormir. Porque sei que não preciso. Porque sei que as noites irão durar para sempre. Se não para mim, para algum outro fim. Noites, belas noites. Noites, lindas noites. Noites que eu preciso aprender a dormir. Fechar os olhos e viajar no subconsciente. Noites, preciosas noites. Noites que eu preciso reconstruir. Noites, necessárias noites. De que valem os dias de sol, sem noites de chuva?

"Tá na hora de eu crescer", disse Peter.

"Liberdade"

Em meio às ruas do Império Romano
Os bordéis, as arenas
Os patrícios e as prostitutas
Os amores e as culpas

Dentre cada beco de Paris
Os ladrões, os mendigos
Os namorados, os sonhadores
Os loucos e os andarilhos

Em cada salão da Grécia Antiga
Os homens e as orgias
Os deuses e os monstros
Os heróis e a filosofia

Em cada rua deste país
Em cada casa sem amor
Em cada grão de areia
Em cada restaurante sem sabor

Em cada favor deste Universo
Nos empréstimos de peças da Verdade
Você em minha ótima está presente
Você é de tudo necessário.
Obrigado, Liberdade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Drunk

Eu estou bêbado agora. Estou pensando sobre a vida. Sobre como eu consigo teclar automaticamente tudo que eu penso. Isso deve ter se tornado um hábito estranho. Talvez eu pudesse me tornar uma máquina. Quantas pessoas teclam assim, rápido, preciso e correto? Estando bêbados? Não sei.

Eu costumo cuspir textos e publicá-los. Não sei porque eu disse isso, não vou fazer um twist dizendo "este vai ser diferente". Vai ser a mesma coisa. Quem sabe cuspir mais do que alguém que bebe?
Eu queria estar chorando agora. Como da última vez. Não estou.

Estou agoniado desta vez.

Wendy me deixou assim.

Ela ameaça se matar. Da última vez foi tudo porque eu a queria perfeita. A queria como Tinker. Ela não foi Tinker, foi Wendy. E Wendy quer ser criança boba. Quer crescer. Eu não quero crescer. Tenho tudo o que eu preciso bem aqui, com Tinker. Será que ela não entende?

Eu vou desistir de tudo isso. Esse negócio de aprender com quem não sabe nada. Vou ir aprender com Tinker. Ela sabe das coisas. Ela pode me ensinar. Ela liga pra mim, mais do que pra ela mesma. Eu sei disso. Ela me ama de verdade. Wendy não me ama. Ama a si mesma. E esse é o pior tipo de pessoa para se amar. Mas eu sou Peter. Me deram o nome à uma doença, e eu concordo. Posso sê-la. Mas não preciso que ninguém me diga "fique bem" mais. Eu simplesmente sou o bem. E isso é o suficiente para viver na minha Terra do Nunca.

Eu estou aqui, feliz. Vivendo para sempre. Os outros estão vivendo o agora... eu, o amanhã.

Certo, um Peter Pan bêbado. Pois por que não?

Exatamente.

Um Peter Pan bêbado.

Escrevo essas merdas. Essas merdas que eu deveria escrever sóbrio. Sou não Fernando. Não Renato. Não Pedro. Sou Peter. Sou sempre Peter. Sou Peter Pan. E você não entendem o que é viver para sempre/ou o que é viver sempre jovem.

A vida é uma brincadeira. E eu rio dela. E ninguém é capaz de me dizer "você está louco" e me convencer. Eu sou uma criança, viajando numa nuvem chamada vida. E eu vou ser para sempre. Como o anjo cupido, eternamente retratado como um bebê de asas. Sou uma criança com uma XII tatuado no pulso. Marcas da inocência. Com certeza. Eu amo viver. Eu amo estar aqui. Eu amo rir de quem não sabe viver. Todos vão aprender um dia, é inevitável, então eu apenas rio.

Eu amo viver. Eu vivo. Pra sempre.

Eu sou Peter Pan.

I just wanna be free. I just wanna be me. And I want my friend to envite me from their parties.

Afronta

Nunca teria sido certo pensar
que um dia eu diria isso.
Sempre fora ela,
e ela sempre será este ser.
Sempre fora ela,
Eu dela sempre fui.
Eu do destino, sempre pertenci,
eu pertenço ao plano.
Eu sou humano.
Eu fui mal.
Eu fui mal.
Eu errei.
Mas nada justifica a crueldade:
não poder ter.

Amei.
Intensamente amei.
Jeni,
Vanessa.
Rainha dos Elfos Vermelhos,
Wendy.
Mas eu pertenço ao destino que escolhi.
Eu pertenço à felicidade
dos sonhos e dos jardins
recheados de flores.
Eu pertenço à realidade
que eu escolhi.

Os sonhos de viver uma vida
Meditando ao lado do monge.
Os méritos de se suportar o aprendizado
Com a criança que brilhava em alegria.

Mas eu pertenço ao certo.
Ao feliz.
Ao bonito.
Ao desejo perdoável,
à bondade dela.
Aquele que deve se nomear.
Eu amo
Ela.

Apenas
Ela.

90 graus

Zorro.
Se fossem três traços, seria simples.
Se fossem no tecido, seria fácil.
Mas, a superfície,
de cores peculiares e sua sutil variação,
possui nomes em dobro,
foneticamente compatíveis.

Pertence a um nome composto,
que é demônio e também é santo.
Não dói como antes doía.
Não queima a pureza do espírito,
ou sequer condena o que a danifica.

A inicial do nome de luta,
que esconde a sua verdade na rotação,
agora adora o seu dono,
como se não houvesse mais volta.
O que agora existe não deseja volta.

Traços irregulares,
dispostos em três direções,
carregados de transparências bege,
equivalem à oração de todos os dias.
Peter, meu Peter.
Revelam a permanência

do que não pode ser previsto.

Peter, meu Peter.
Cuja identidade é forjada
em letras de escolha própria,
consciente da própria voz.

Peter, meu Peter.
E seus belos tímpanos
em deleite dos meus elogios.
E meus profundos olhos
à espera da aparição de seus medos e recados.
Peter, meu Peter.
E os diversos pecados
que decido não cometer.

Se não tivesse, outrora,
avistado o poço,
Se a face que hoje agrada
não tivesse observado com cuidado,
Se não tocasse insistentemente
nas mesmas teclas melódicas,
Ou se, por acaso,
não sentisse medo a cada verso,
Não teria ainda
as vestes que hoje habito.
Não seria,
em voz quase exclusivamente interna,
fonte de luz alguma.
Não preencheria jamais
os pequenos vãos que me moram.

De que me valeriam, afinal,
as marcas de batalha,
se não antes soubesse
a beleza da sua estadia?

Peter, meu Peter.
Não há validade mais extensa
que a da regeneração finita.
Se há cura para o que me cobre,
Há cura para todo o resto.

E todo o resto agora
existe em torno de Peter.
Peter, meu Peter.
Precisamente meu.
Preciosamente
Peter

Débora.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dia de Aniversário

Eu estava num estado tórpido, tentando não abrir os olhos. Mas aquelas mãozinhas fofas eram insistentes, me chacoalhando pra lá e pra cá. Aí eu despertei. Os olhinhos esverdeados me observavam sob cabelos castanhos amadeirados, e aquele sorrisinho entre bochechas gorduchas. O rosto limpo e brilhante à luz da manhã que invadia o quarto pela janela. Seu olhar de admiração e amor verdadeiro me encantavam a qualquer hora, mesmo quando eu estivesse no pior momento de minha vida.

- Bom dia, amor - disse uma voz por trás da pequena Bella. Uma voz doce e límpida, como se tivesse vindo da natureza lá fora diretamente para meus ouvidos. - Feliz aniversário.

Fiquei extasiado. Bella me olhava agora rindo como se minha felicidade estivesse se refletindo nela... mas era a felicidade dela que se refletia em mim. Éramos espelhos de amor, um de frente pro outro. Sorri de orelha à orelha.
- Fizemos um bolo, pai - disse Alice, com seus longos cabelos castanhos cobrindo as laterais do rosto. Segurava um bolo nas mãos limpas e bem cuidadas logo ao lado de sua mãe, com um sorriso tímido à face.
- Ah - disse eu, me espreguiçando lentamente e sentando-me. - Nada melhor pra começar o dia do que um bolo de aniversário e várias guloseimas pra me alegrar, não é, meus docinhos? - eu ri feliz. - Pois bem, espero que tenha morangos no recheio.
- Acha que a gente ia esquecer dos morangos, Nícolas? - riu aquela linda mulher de cabelos ruivos.
- Jamais, pois aí está você, o melhor morango de todos - disse eu, enquanto ela se colocava à cama ao meu lado, dando-me um beijo demorado e quente.
Percebi, então, ao meu lado, meu pequeno garotinho de cabelos encaracolados, abraçado num travesseiro e perdido em sono profundo.
- Não quis acordar ele - disse minha deusa maior. - Acho que fica mais bonito assim, como um anjinho adormecido.
- Esse é o melhor dia de aniversário que eu já tive até agora - disse eu. - Espero que nunca acabe.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Monks

Agradecimentos
Ao monge budista
Que me melhorou.

Desculpas
Ao monge budista
Que eu abandonei,
E aos seus cabelos dourados
Saudades,
Porque os amei.

Lírios
Ao monge budista,
Porque tinha ares de artista,
E merece mais que poemas vis.

Pedras ametistas,
De poder incomensuráveis
Ao monge em transe,
Cuidando de suas pedras duras,
De seu coração de lobo,
De seu canto de cordeiro,
Refazendo suas listas.

Amor, muito amor
Ao monge budista,
Porque merece e devo
Uma imensidão de favores.

Carinho e abraços
Ao monge budista
Porque de mim leva mágoas frias,
O monge merece calores,
Merece anjos adornados de prata e ouro,
Merece aplausos, merece flores,
Merece agrados e não mais agouros.

Companhia em silêncio,
Ao monge budista,
Meditando solitário à montanha,
Uma conexão, um consenso,
Um título de mestre
Ao monge budista.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Teoria do Aprendizado

Assim o homem moldou de terra seu aprendiz
E lhe deu o sopro da vida.
Assim diz a teoria do aprendizado criacionista;
Assim diz o servo da dívida.

Aprender, continuar, sem cessar.
Suicidar, para aprender apenas de mais tarde,
Que amar é o único caminho para o amor.
Amar é a única saída para amar melhor
E receber ainda mais.

Assim o homem moldou de terra seu aprendiz
E lhe deu o sopro do conhecimento.
Assim diz a teoria da sabedoria,
E o homem de tudo sabe, sem nada saber de fato.

Cacos

Ser quebrado é uma dádiva
Ser a personificação do milagre
De cacos de vidro
Tornar-se cristal,
Imune ao tempo.

Estar quebrando,
Se desfazendo,
Hora depurando,
Hora desaparecendo.

Eu sou areia do deserto,
Nuvem dos céus,
Tinta do rosto rubro,
Amor do corpo nu,
Ébrio, sóbrio,
Opaco, translúcido,
Em transição,
Nos véus do universo,
Eu brilho.

Eu sou cacos de vidro,
Eu sou gás tóxico,
Evaporando das águas termais,
Para chover em Júpiter,
Sou diamante.
Sou tudo, e nada nem eu,
Nem ninguém foi jamais.

Tu, Sempre Tu. Outro Eu.

Tu és tu.
O universo sabes quem és tu.
Tu, que tanto o és,
Sabes que és tu.

Já eu,
Não sei quem sou.
Me nomearam vencedor,
E eu me pus em pompas
De perdedor.

Eu hoje sou um;
Que ama;
Que é paciente;
Que vive;
Que pacientemente ama viver.
Que aspira.

Tu hoje és uma,
A mesma que conheci ontem.
Com todos os raciocínios,
Cálculos e respostas,
Crenças e descrenças;

Eu te amo.
Eu te quero.
Te quero bem,
Te quero bem resolvida,
Te quero muito.
Te quero bem,
Te quero bem evoluída.

Eu hoje te quero,
Te quero bem,
E isto é imutável,
E rege as leis da minha afinidade.

Eu ontem fui um,
Hoje quero ser outro,
Melhor.
Que assim seja;
Que assim eu, de carvão,
Me transforme em diamante,
Ou em ouro.
E assim sejas tu,
E assim ficamos bem,
Almas radiantes.

Quando Tornamo-nos Invisíveis

Eu me pergunto que aconteceu
Com a luz da razão
E da vontade pela verdade.

Eu me pergunto que houve
No ímpeto do clarão,
Que nos fez cegar.

E me pergunto não de hoje
De onde e por quê
Por que nos deixamos parar de crer,
Em qual dado momento
Súbito como o incerto
Nos invadimos de tolice
Nos enchemos de ego
Nos esquecemos de tentar entender...

E seguimos com vontade de ver
O momento no qual iremos ser
Sem nunca parar de querer ter
Sem entender que ser não é ter,
E ter por tempo curto é ser.

Quando tudo mudou?
E quando tudo mudará?
E quando nós iremos ver
O que não vemos jamais?

O que iremos fazer
Cegos, aspirando o Sol,
Surdos, aspirando o som,
Mudos, aspirando o bem?

O que iremos fazer
Nos encontrando imóveis
Na bela tentativa de alcançar
A velocidade da luz

E nos encontramos insolúveis
Querendo a compreensão universal?

Quando queremos ser etéreos
Tornamo-nos mais opacos;
Se queremos menos e fazemos invés
Quando tornamo-nos invisíveis
Quando tornamo-nos incríveis,
Somo-nos felizes.

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