Páginas

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Tora Tora Tora

Lá vem os pássaros
em seu levantar
caçando pra tentar
sobreviver de poucos.

Carniça no chão,
não são urubus pra pegar.
É a frota do Japão
vindo de kamikaze aniquilar.

O sol que nasce vermelho
é de sangue a jorrar.
Na Segunda Guerra
com honra pra se inflar.

Tiros aqui e lá,
não existe tal coisa
como bomba atômica,
pra nos parar.

Tora
Tora
Tora,
atirar.

Orgulho, honra e morte.
Tora, atola a espada no peito
porque o mestre morreu.
Arranca uma tora do joelho.

Tora
Tora
Tora,
suicidar.

Código de honra que guia.
Tora tá feito e assim vai continuar.
Somos bom em esquecer,
mas também em lembrar.

Tora
Tora
Tora,
bombardear.

Não tem ninja mais rápido
que um fuzil pra te estuprar.

TORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORA.

domingo, 30 de julho de 2017

Perdona mi español

He estado perdido
Hasta que el latido de tu corazón
Se acercó de mis oídos
Tu me has robado como un ladrón
Pero me acostumbré de tu cautiviero
Tus labios tuvieron la capacidad
De alimentarme como a una ciudad
Tu eras completo como un sueño
Que calenta aunque es el invierno
Detrás las persianas
Tu vas a ser para siempre mi cielo
Aunque vengamos a ser el infierno
Luchamos pero tenemos fuerza y decimos
"Te quiero".

Acontece Que Nos Amamos

Só você pra me fazer
Assim de uma forma tão sutil
Ter um querer forte de viver
Vamos fugir daqui num navio

Vamos dar um pulo na Europa
Eu sei que é nulo quando procuro
Nessa sua belaza na cara
Qualquer indício do escuro

Mas o seu brilho esconde dor
E eu sei segurar como se fosse flor
E te fazer esquecer
Vamos fugir daqui num navio

Eu sei que não sou eu pra quem
Você vai dizer depois de tudo
"Amor, eu te seguro"
Mas é você quem me mantém

Eu vou brigar com todo o mundo
Poque você vem comigo
Eu sou seu melhor amigo
Você é meu porto seguro, hm

Se aproxima de mim pra dizer
Que me quer mais que tudo feliz
E eu me aproximo de você
Só pra você saber, faço tudo por ti

Acontece que nos amamos
Não importa quão longe formos
É amor que liga a todos, não é?
Um ajuda o outro a ficar de pé

Tá bom assim...
Tá bom, sim

sábado, 29 de julho de 2017

La La La La

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Eles vão se matar antes do anoitecer
Com as veias pulsantes do ódio
Uma cheirada de pó pra poder se engrandecer
Encontraram prazer no ócio

O que nos espera lá fora, mãe?
Pra onde eu vou quando você não estiver mais aqui?
Por favor, não me deixe.
Pra onde nós vamos depois do fim?

Só podemos responder essa pergunta assim
O psicopata com a arma na sua cara
Com toda a droga correndo nas veias
E a certeza da morte que não se cala.

Eles vão se afundar antes do amanhecer
Na cocaína, na heroína ou coisa qualquer
Num spray aerosol pra se enaltecer
E não há nada que eu possa fazer.

Mamãe, onde é que ele vai?
Ele volta ainda antes do escurecer?

Eles, em algum lugar ainda antes do anoitecer.

Mamãe, não vá atrás do papai.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Até Onde Você Vai?

Até quando vai ficar
atolado nas suas mentiras
só pra conquistar
meios sorrisos, acenos perdidos,
faíscas
que não fazem fogueiras?

Até quando você vai...?
Meu Pai!, para de pintar a cara.
Tira essa máscara e vai...
E cai, tem muito buraco pra cair...

Não sai, não sai de perto de mim,
é só assim que você chega lá.
Do mais, você pode ir até o fim
porque eu sempre vou estar lá também....

Até quando você vai...?
Até onde você vai?

Todos estão aí, rondando,
procurando alguma paz
ou atazanando, corrompendo,
corroendo as pontas da corda que seguram sua sanidade enforcada na ponta da árvore do cais.

Até onde você vai?
Enquanto você for eu vou.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mensagem Motivacional

O Caminho

Liberte-se do seu entendimento desta passagem atemporal
e concentre-se na música ou na única coisa que importa
antes do obstáculo final.

Não há o sexo, não há drogas,
não há desperdício, não há trocas,
não há morte e não há dor.

Não há solidão, não há amor,
não há vida aqui
e não há um outro lado para onde ir.

Não há valor, eternidade ou fim,
só há o calor,
mundo animal,
mas não há absolutamente nada que entorte
o caminho até o objetivo final.

Liberte-se do seu entendimento desta passagem atemporal.

Existe a caminhada até a entrada, é de um abrigo,
há uma subida, algumas descidas,
há lições que se recolhe pelo caminho.

Há campos pra se semear a vida,
há plantações por todo os trilhos
de coisas semelhantes às quais você plantou um dia.

Há os montes, os amores,
as pedras e as mãos que as tocam
e as que te ajudam a levantar.
Não há outros, não aqui,
são apenas rascunhos no fim.

Mas há o tempo,
e seus inventos pra fazê-lo passar.
Segue o teu caminho,
um dia você chega lá.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Não Quero Escrever

Original de 01.02.17

Não quero mais mudar
Tipografia ao mar
Digita inteira e afoga
Alfabeto do mal

Não quero escrever
Do zero ao zero
A mesma história
Se repete de novo

Mais uma vez
O gênio afogado
Amaldiçoado
Tenta se salvar

Pretensão revés
Nunca faz crescer
Não quero escrever
Mais uma vez.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Jardim de Tons de Rosa

Aqui deveria escrever palavras
ou seus significados?
Aqui você vem pra se perder
ou pra ser achado?

De que adiantam mil rimas
e poemas todo dia,
se vai ser bonito e sem nada
de alguma valia?

Eu continuo procurando moral
ou viro brinquedo à venda,
bonito na estante com sua etiqueta,
dizendo ser feito na China?

Esse jardim cheio de flores
não é só pra juntar abelhas.
Chegue-se pra sentir frescos odores,
sente pra ler como se usasse as orelhas.

Sou um pintor e este é meu desenho
ainda com pouquíssimas cores.
Você vai sair pra ver os atores
ou esperar pela obra prima de Nícolas?

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Olhos Cancerianos

MORRER

Original de 2016.

Dizes verdades quando compartilhas tua dor,
és semelhante, mas porque não sinto em seus olhos?
O teu odor faz jus ao cheiro do amor de belos casais,
com teus lindos olhos, lindo semblante.

Mesmo o teu suor sinto como uísque de boa qualidade.
Teu sal de longos banhos na melhor praia,
teus cuidados carinhosos, minha narcísica personalidade.
Satisfazes meu jeito e falas de novos conceitos
enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

Mas nossa relação de vampirismo psíquico é caos.
Nosso coração em meio do caminho de espinhos,
as atitudes cheias de insanidade
enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

As atitudes cheias de insanidade
Enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

Somos uma sina, marcados anunciando que vou perder-me;
Só não faça morreres.
Ah, e às vezes, ao teu lado,
eu é que quero morrer-me.

Nem sei de onde me vêm os golpes.
Quem sabe eu vá me matar outra vez
na insensatez de perder a linha dos moldes.
Parar enquanto é tempo
e não estás ficando doente.

Mesmo o teu suor sinto como uísque de boa qualidade.
Teu sal de longos banhos na melhor praia,
teus cuidados carinhosos, minha narcísica personalidade.
Satisfazes meu jeito e falas de novos conceitos
Enquanto religião...

Meu nirvana é escutar Nirvana o dia inteiro.
O pesadelo mais pesado é pensar você de novo.
As lágrimas de sabão que minha alma cospe fora,
eu quero mais um pedaço da tua torta.

Ou eu poderia morrer-me.

Eu ainda tento te enviar mensagens em vão,
como minhas tentativas de ter-te:
todas as minhas tentativas de manter-me por perto,
aqui estão.

Eu queria tirar-te o pigmento destes olhos
para que não mais me fizessem efeito.

Mas que olhos tão bonitos tens.

Eu vou perder-me de novo
nestes olhos tão lindos.
Eu sei que não há como manter-te por perto,
então
eu vou
morrer
em poucos.

Os momentos cheios de insanidade;
Eu vou
me perder
aos poucos.

As atitudes cheias de insanidade
nessa abstinência de personalidade.

Eu quero me perder nos teus olhos,
e assim eu vou
morrer-me
em poucos.

Os momentos cheios de insanidade,
insanidade vulgar,
meu bebê de caridade.
Me perder nos teus olhos
é o melhor jeito de poder me encontrar.

Os momentos de insanidade,
o teu calor em partes:
Eu vou
me perder
aos poucos.

E vou
morar
entre os teus olhos.

domingo, 23 de julho de 2017

O Que Eu Faço

Original de 2016

O que eu escrevo não tem utilidade social
ou é benéfico ou irá salvar o mundo.
O que eu faço não tem utilidade social,
o que eu deveria escrever então?

O que eu faço é egoísta e imundo.
Me desculpe se não agrado,
eu já tentei e não consigo.

Me desculpe se sou inútil,
eu já tentei não ser.
Me desculpe se magoei alguém,
eu já tentei desfazer também.

Me desculpe se não escrevo todo dia,
se falhei em melhorar uma frase
ou em revisar um qualquer artigo.

Me desculpe se não atingi suas expectativas,
a qualquer hora você pode ir embora
imitando o que todas as pessoas costumam fazer.
Me desculpe se eu não satisfaço o seu amor
e seu coração dói quando lê o meu poema,
mas ele não foi feito pra te atingir.

Me desculpe se você acha que este texto é pra você.

O que eu faço é egoísta e imundo.
Me desculpe se sou inútil,
mas na breve sensação que você puder ter
agradeço imensamente, assim fútil
por alguém que tenha vontade de terminar de ler.

Então, obrigado,
mas me desculpe por ser.

sábado, 22 de julho de 2017

Nícolas e Débora

Ele queria salvar o mundo
as mãos nas costas, na cabeça o oculto
Ela queria salvar a si mesma
as mãos amarradas, a cabeça no alto.

Ele tinha muitos argumentos
e ela a preguiça de debater.
Ele tinha orelhas grandes
e ela mal tinha ouvidos.

Ele tinha fatos aos quais se ater
e ela simbolismos que não podia descrer.
Ele escrevia para o público ler,
e ela para a si mesma entender.

Ela e seu rosto escondido
debaixo das cobertas.
Ele e seu procurar incessante
por um rosto amigo.

Ela no Rio de Janeiro
e ele onde morava o perigo.
Ele querendo ser político
e ela analisadora dos convívios.

Dois artistas sem rumo.
Ela e seus sentimentos ambíguos,
ele e suas certezas sem ritmo.
Eles e seus defeitos malditos
em brigas sem espaço pra trégua.
Dois poetas.
Nícolas e Débora.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Mundinho

Vivo no meu mundinho
de textos e pouco conhecimento adquirido.
Vivo de natureza morta,
e o único ser vivo ao meu redor é objeto
de admiração.

Caos ambulante motivo da minha evasão.

Dentro do meu computador
vive um universo cheio de dor
no qual reina a rainha e o rei
do meu coração.

Mas não importa ao externo
a extensão deste universo
se quando chega o inverno
a necessidade é de calor.

Todos os blogs do mundo
que decorrem a vida
apontam o mesmo,
apontam amor.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sem fim

Alguns rascunhos, alguns anéis,
tentam contar histórias fiéis
sobre quem sou.
Quem conta as mentiras
é o preto nas unhas
e sob as linhas
de todos os papéis.

As tatuagens em fileiras
na lista de coisas a fazer,
que nunca está satisfeita
pra começar a ser feita.

Tocam um milhão de músicas
e a cabeça ainda só consegue
produzir um poema por dia.

Todos os desenhos perdidos
no blackout da máquina.
A vontade de arrancar os cabelos,
e o autocontrole maldito.

Alguns fios para trás da orelha,
a cintura parece tão longe.
Algumas conversas durante
uma infinita leva de ociosidade.

Nada se continua,
e não existe desfecho
no meu dia-a-dia
ou nas criações
advindas de suas fantasias.
Nem minhas histórias,
nem essa poesia,
coisas infindas,
frutos de hipocrisia.
Coisas da minha vida.

Take Me To The Moon

So take me and go
Nobody's gonna find out about it
Take me to the moon
Lead me to where there's no pain
I won't complain the travel's taking us so long
Doesn't matter the path we take
Just don't ever leave me alone

So take me home
Believe me it isn't late to run away
Just make me yours
Undress the feelings that seem to say
Because this can't be wrong
It ain't wrong to fall in love
It was never supposed to be the case
Why do you look so amazed?
It's supposed to be this way.

Just take me, go on
Your body hot, mine upon
Our bodies working on and on, hun
You stole my heart
And tattooed it above yours
I won't ever let you go
Without me
I won't ever let you go
Without passing by
To take me home
To introduce to me
How happy life could be.

Take me
Take me to the moon
Take me home,
Take me to your bedroom
Take me
Take me to the moon.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Porcaria

É melhor viver no chiqueiro
do que ser um porco humano.
Ter no estômago o remorso
porque ao redor do umbigo
não gira o mundo inteiro.

O porco visita o chiqueiro,
porco de olho faxineiro.
O porco visita, o porco me irrita,
porco sem vida e sua porca querida.

Qual vida hoje eles vão salvar
pra depois humilhar?
Qual qualidade eles vão se gabar
pra me fazer urrar?

Ar

O porco visita o chiqueiro,
depois de trabalhar o dia inteiro.
O porco visita, o porco em conflito,
não sabe o que faz pra se contentar.

Sua única meta de vida
é continuar.
O porco gordo a fuçar
na merda por ele plantada.

Um dia a colheita
merda será.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Página Em Branco

Essa página em branco
é como um amigo antigo
que empresta o ombro
quando não há nenhum outro
conhecido ou chegado suposto
aos quais empresto palavras
minimamente escolhidas.

Quando me veem em socorro,
com histórias da pior lavra,
com a gordura rasa,
me pedindo para tirar.

É fácil pra quem se importa,
não me custa nada
desfazer as histórias criadas
mostrando o óbvio,

Mas quando tá escuro
não neles, mas aqui dentro,
eu recorro ao meu isqueiro
e essa página em branco.

A Day To Remember

It's the morning again
and it came as a slap in my face
but it's okay...
Because today's finally the day

A day to remember
nothing lasts forever.
A day to remember
lovers got to be...
Everyone's got to be clever

Those times when you used to get on your knees
and say it was worth it, do you remember?
Because today's the day to remember
that none of us' strong enough against the blow of destiny
but we're still free to run away from it.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Querida, eu queria ser poesia

Eu queria em minha pele
a cor dos pergaminhos
no qual se estende o linho
para que seja preso.

Queria que minha carne
fosse feita de livros
pra eu ser bom de cheirar.

Queria que meus pelos
fossem palavras
escritas em mim
por mim mesmo.

De dentro pra fora,
um texto bonito
que não escapa apenas
porque se precisa escrever.

Um poema bonito
que nunca mais não seria
apenas intrinsecamente
parte de mim.

domingo, 16 de julho de 2017

Pulp Fiction

Nós somos um desenho feio
dançando numa animação mal acabada.
E continuamos sendo um par perfeito
com uma história mal contada.

Somos um romance cheio de defeitos
com um roteiro insuportável,
e ninguém sabe o porquê
dessa química ser durável.

De noite eu em cima de você
na prova real dos teus ossos inquebráveis
no meu te comer interminável.

Nós saímos de uma revista pulp
no fim do século vinte.
De um traço instável
numa expressão triste...

No futuro seremos cult,
esmerado produto midiático.
Assistiremos bebendo yakult
Yuri, lemon, yaoi fútil,

lutaremos até a morte
num filme sem cores nem cortes.
Traremos de volta o cinema mudo
num longa de vinte horas sútil.

Sem dia, durante horas de noite
seremos vaiados nas salas de IMAX
por causa do orçamento desviado do triplex.
Só pra realizar este absurdo
teremos trinta anos sem sorte.

Nós seremos cantados por Jupita Jubilee
nos fenômenos do palco Multi,
versos gritados na corte inglesa,
porque somos a realeza mais útil.

Nós seremos louvados
nas câmaras, no Senado.
Nós seremos lembrados
até nas danças de reggaeton,
em Brasília, na Ásia,
na América, Sudão.

Seremos inseridos em mensagens subliminares
até nas faíscas de um Raiton.


Reescrito; original de 18.04.2016.

sábado, 15 de julho de 2017

Harumonia

Uma dança, um cheiro,
MPB do qual nunca se cansa
no escuro, um beijo,
teu ser combina com meu.

A praia do Rio de Janeiro,
teu berço, a água, um terço
de tudo que acredito ser
verdadeiro.

Os óculos de sol num filme preto e branco
consumindo poesia japonesa.

Não importa quão o vento seja forte
nós pássaros nos guiamos pelo mesmo norte.

Vamos de barco em Venesa
onde a minha e a tua beleza
também são como aqui.
Harmonia.

Inspirado em Harmonia, performado pela dupla Rythem, que serviu de encerramento no anime Naruto.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Renascimento da Fênix

Eu fui
tolo incessantemente.
Tomei
pra mim essa aura carente.

Não sei,
não soube quem fui ante-ontem.
Lutei
contra saber

Mas eu sou
eu mesmo em pele, alma e osso.
Não posso negar,
não posso fugir...

Eu fui
depressão, água com pão,
eu tomei
tudo aquilo que parecia poder
curar meu coração.

Eu tentei
com espada em punho,
com fogo e barulho
espantar meu eu de mim.

Mas eu sou
anarquista espírita vivo,
eu vivo a negar
mas não posso fugir.

Eu sou
feminista pansex e tudo,
em mim vive um mundo
e em você também.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Eu sou a Noite

Eu sou a noite, chegando com o silêncio em qualquer lugar do mundo.
Sou o fim da alegria e das risadas, que cessam quando eu chego.
Todos precisam ascender uma luz quando estou por perto, para que eu não os atrapalhe.
Eu sou aquela que tem utilidade somente para que uma estrela brilhe.

Eu sou a noite que preocupa quem está perdido,
quando eu chego, se faz necessidade de um abrigo.
Eu não tenho voz, só um uivo frio, motivo de não entenderem o que digo.

Estive sozinha desde que nasci.

Até que a Lua escurecida finalmente encontrou abrigo em mim,
e então o seu clarão inserido na minha pele foi motivo
de que todos os olhares da terra, que a escurecia um pouco como a mim,
finalmente me fizesse ser vista como alguém.

— REIS.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Até 2019

Checa, abraça, reza, até dois mil e dezenove
A sua crença dura até as onze?
Acontece, acaba, morre, passam os cinquenta anos
O amanhecer do cogumelo, o fim do tempo-prazo.

Mas será que não vai acontecer?
O caos no Brasil e a Europa nem segura
Olha o imigrante na sua
Me refugia pr'eu ser da tua turma
Eu só quero um lugar na rua
Pra poder estuprar suas filhas

Conta a conta feia, três, dois, um
Não toleramos a Coreia, cabum!
Quatro e cinco e seis,
Dança das bombas em vocês

E lá vem a deusa Ísis
Pra ouvir as preces dos tristes
Sofrendo algum deslize
Na tentativa de tornar felizes
Seus filhos e meretrizes

Lá vai os fulanos, três, dois, um
Generaliza os muçulmanos, cabum!
Quatro e cinco e seis
Dança das bombas entre vocês

Achava que o nazismo era um clarão?
Espera o explosivo de um botão.
Deixa o estranho estranhar sua nação
Não vai ter acanho para a retaliação

Um
Dois
Três
Cabum!

terça-feira, 11 de julho de 2017

Procura-se Emprego

Debocha da minha poesia
no bater da maresia
assistindo o amanhecer.

Quase que eu não fui feliz
antes de tentar,
mais uma vez.

Planta vinte e uma sementes
pra nascerem frutos
quem sabe, talvez.

Corre lá e cá, entrementes,
água pra não desidratar,
as raízes uma ou três.

Ah, mas volta pra casa
e quem não sabe
que a flor sempre irá murchar.

Você não sabe de nada,
Rei-Sol, assim não vale,
me deixa brilhar.

Dores no tronco fraco,
será que vai tombar.

Sempre me foge o sono
quando brilha o luar.

A lua é de sangue
pra me desmotivar.

Não gosto do vermelho,
minha horta é rosa pra rosas desabrochar.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Crianças

São as crianças, são as crianças de novo
E elas vêm
Elas nos vem observando
E elas estão nos atrapalhando
Criança, vai pro teu canto
São as crianças, são as crianças de novo

Santos, quebrados pouco a pouco
Elas vão se tornando
Tudo aquilo que hoje somos
Com esperança consertando
Os erros de seus pais toscos

São as crianças, são as crianças de novo
E elas vêm
Elas vêm nos adorando
Não fazem ideia do que estão falando
Criança, vai pro teu quarto
Não quero ouvir isso de novo

E elas são tão violentas
Criança, cadê tua pureza
Para com isso, tá querendo atenção?
Não há outra opção
Nós adultos somos obrigados a usar de agressão

Não vamos estar aqui pra sempre
Crianças, parem de chorar
Tudo vai ser diferente, daqui pra frente
Coleta esperança pra continuar

São as crianças, são as crianças novamente
Semente pro mundo fecundar
Criança, criança, criança carente
Pare agora de me humilhar
Não foi assim que eu te criei,
Foi só o videogame que te dei?
Seus amigos delinquentes?
Eu bem que sabia, nunca os aprovei
Crianças, crianças, crianças novamente

Porque o tempo corre
Voa na direção
Do fim de nossas vidas
E da nossa canção

domingo, 9 de julho de 2017

Quem será?

Quem será que me deixou assim?
Será que você acreditaria
que ela foi quem inventou a cor
com um espectro sem fim?

Quem será que me pintou assim?
Ela é um buquê cheio
sendo só mais uma flor
que o universo deu pra mim.

Quem será que me deixou
pra eu viver ainda mais feliz
sem precisar de um show
quando não é como esse alguém quis?

Quem será que se murxou
e perdeu até mesmo o sabor?
Quem será que desabrochou
pra seguir o sol pelo seu calor?

Quem será que te esqueceu?
Quem será que venceu
sua batalha pra nos derrotar?
Nunca mais vamos voltar.

sábado, 8 de julho de 2017

Nós Nunca Daríamos Certo

Foi quase um ano de tentativas.
É engraçado como é sempre na promixidade
de trezentos e sessenta e cinco dias.
Ela não era minha outra metade.

Brigávamos, como se fosse assim tão importante
que realmente déssemos certo.
Lutávamos, como se fosse até mais do que urgente
consertar tudo em pouco tempo.

Nós nunca daríamos certo,
ela recitava.

Só voltaríamos se tentássemos fazer certo,
ela reclama.

Não há qualquer chance
de que eu e ela voltemos,
eu confirmo.

Já não seria um romance,
teria amor ao menos,
eu me nego.

Nós nunca daríamos certo?

Não é verdade.
Eu fui muito duro
e não soube esperar.

Tínhamos a amizade.
Eu não fui suficientemente maduro
e sempre quis me casar.

Tamanha profanidade
de querer tanto fez crescer um muro.
Assim, nunca íamos funcionar.

Você estava verde
como as paredes do meu quarto.
Não demos certo, não era pra dar.

Nós nunca daríamos certo.

Nós nunca mais vamos dar.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

O Leão e o Leãozinho

Eu achei que tava apaixonado
por um leãozinho carinhoso
e eu tava.

Mas leão na realidade
tem uma boca grande,
come demais,
tem dentes grandes,
machuca,
e toda aquela juba.

Gosto muito de você, leãozinho,
mas tenho medo dos seus amiguinhos.

Que saudade de você, leãozinho,
onde é que eu fui parar?

Um leão de verdade,
aquelas unhas pra arranhar
e as patas gordas pra esmagar?

Sinto falta do meu leãozinho,
apesar de conseguir escapar
do seu leão de verdade,
mas, câncer, já vai chegar.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Suas Desculpas

Teu drama de ser tão diferente,
em sofrer eterno desde o início da tua existência,
seu caminhar para o eterno tão longe,
são motivos para ser tão desprezível.

E pode usar suas desculpas
mesmo quando tá realmente no ponto da morte,
nas tuas desgraças
e então me caça pra me fazer ser forte.

Podíamos ter tido cinco filhos:
e é do que sinto saudades.
E todos os textos de amor:
nadas na tua conta infernal da nossa realidade.

E destrói desde nosso anime
até meu ânimo em lembrar que você vive
depois de eu ter te matado
você continua desprezível.

Holy shit, holy shit,
vai se bloquear?
Holy shit, holy shit,
dá mais uma tuitada
Holy shit, holy shit,
ela quer ser notada.
Holy shit, holy shit,
fala que quer morrer
suas desculpas,
um grande e vazio nada.

Os detalhes das possibilidades,
das casas, da decoração,
os sonhos e toda aquela canção,
coisas que não eram verdade.

Coisa que você nunca foi,
desde o início da tua existência
mergulhada no sofrimento mentiroso.
Tu és fantasia, nunca ciência.

Tu és maresia,
nunca a areia.

Irreal que somes com o tempo,
nem me inventes
de voltar no vento.
Eu não deixaria, de qualquer jeito.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Assim Tão Interessante

“Você se impressiona com cada mistério meu, a ponto de ter uma opinião muito melhor de mim do que qualquer coisa que eu poderia realmente ser. É por isso que você nunca vai me conhecer.”

Eu sou um tipo tosco que faz rir
Sou suficientemente louco pra ser fútil
Só pra te deixar mais próxima de mim
Nem que isso signifique não ser mais eu;
Se impressione com cada mistério meu
A ponto de ter uma opinião muito melhor
Do que eu jamais poderia ser de verdade pra você
E pros poucos que acabaram por me conhecer.

Um pouquinho é o suficiente
Pra não notarem que não sou o bastante
E pra você é muito saber pouco
Porque eu preciso de um que me ache assim tão interessante
Pra ao menos ser lembrado
E se tiver uma sorte incessante
Talvez um dia ser amado

Por isso ninguém mais vai me encontrar
Deixo cada sentimento bater nas paredes no meu peito
Ecoando a solidão só aqui dentro, ninguém sabe
Ninguém nunca vai saber, mas vou merecer estar por perto
De quem eu quero, de você.

terça-feira, 4 de julho de 2017

A Moda

É um fiasco ser tão prático
a ponto de estudar para saber
sempre antes da hora
de usar qualquer saber

A moda agora é ser fútil
e não ter pra onde ir
não é de hoje que é útil
ter raiva ao invés de rir

Mas já não tá na hora
da camaradagem nos unir
já é chato lutar pelas coisas
ao invés de poder compartir

A moda agora é ser fútil
sem saber o que vem depois
o amor já parece tão inútil
mas quando ele tomar conta de nós

Haverá um tempo no qual
se sentar pra conversar será a solução
para o senhor e a senhora
digo que já é hora de chegar nessa conclusão

Deixa da moda de ser fútil
e não ter pra onde ir
o amor não é inútil
é o que irá nos unir.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

À Sua Espera

Não tenho razões
para imaginar que você
irá chegar cedo,
entre tantos dos meus bordões
você foi o que mais durou.

Mas nunca houveram razões
para me mimar
em relação a sua possibilidade
de chegar
e, no caso dela, a durabilidade
continua dúbia
como minhas ações ébias
em toda a minha vida.

Mas continua no ar
e no fogo que me queimam
e me cercam.
Continua no chão que piso
na água que tomo,
no Atlântico, no Pacífico...

A sua chance de surgir
e me pegar em seus braços
de quem quer me sentir...

A sua chance de surgir
e me deixar te pegar em mim
pra te levar daqui...

A mais remota e finita chance
de me agarrar na esperança de felicidade
faço porque você está no meu alcance.

domingo, 2 de julho de 2017

Irmãos

Andamos de mãos dadas no nosso próprio ritmo
e em três ou quatro passos já estamos no limiar
sem nem perceber que o tempo passa tão rápido,
mas é assim que estamos acostumados a andar.

O futuro brilha como o sol no horizonte
é impossível olhar para ele, mas há um molde
que nos cerca, e nós vamos sempre adiante
não importa o que esteja no caminho à frente

Oh, até o sol se pôr.
Enquanto a luz não se for
haverá sempre mais chão
e uma chama
para ascender o coração.
E uma brisa
para acalentar o calorão.
Ou uma sombra
para acalmar a confusão.
Sempre há cola
para reunir as nossas mãos.

sábado, 1 de julho de 2017

Conectados

Conectados nos seus cliques incessantes
Ancorados nas vidas super massantes
E parados sem saber do que acontece
Sem dados do que acabou de acontecer

Cegos pra caralho pela fumaça invisível
De pensamentos idiotas em cabeças vazias
Desconfigurados e disfuncionais, não é incrível?
Ninguém queria uma juventude de joãos e marias

Veja só onde nós fomos parar...

Estamos todos cansados de tanto trabalhar
Vagamos o mundo procurando estudar
Uma maneira

Desligamos nossos músculos pra poder descançar
Alugamos mil terras pra ter onde as máquinas ligar
Que rasteira

Lutamos em mil frontes pra poder conquistar
Direitos de sujeitos sem nem lugar pra morar
Que asneira

Veja só onde nós fomos parar.

Ligados por cabos em tomadas de três pinos
Viciados com nossos dedos a tocar
Esquecidos que podiam ir em outro lugar
Sem dados que a vida acabou de acabar.

Veja também