Páginas

domingo, 3 de dezembro de 2017

Vício

Aposto que você sorri
Disfarçadamente
Quando vê
Que o texto é pra você

Depois de tanto tempo
Ainda é de se sentir
Aquela adrenalina
Que não anima, mas arrepia
De a gente querer se unir

Cúmplices de depressão.

Que saudades do nosso
Fazer mal um ao outro
Assinando textos
Você no Rio e eu no Porto

(Viciados em dar tesão)

domingo, 8 de outubro de 2017

About To Come

I will ride you
Psychedelically
I will navigate
Your seven seas

You can't escape
My charming nails
Crave for it until it's late
Let it walk your trails

Can you breath
With all this Sun
Over your face?
I wonder how'd you live
Only browsing the surface

All what's underneath
It isn't out of your reach
Please put out your hands
Put it inside it
Delve until you find some peace

White in front of your eyes
It was inside of your mind
This whole goddamn time

White in front of your eyes
Cloudy
Let me take you higher
Finally

But I won't let you come
Not so fast so I can crack your bones
So your chest run out of air
I won't let you come
If you don't get as far away from here as possible
As deep as my tongue can pronounce
As inside as is there space to be
As I bounce as gravity allows
As is there space to be

As any wonderful possibility
Can you breath
With a bomb exploding between your teeth
Can you chew it
As it lingers?

I won't let you come
Until the end of the world comes
It's going to be held by my fingers
From the skin to the core
Foam so I know you're about to lose the grip
But I won't let you leave

And so it goes
As far away as a poem can grow
How could you know
If it is my typing that writes it
You are under my control

And I won't let you come
I won't
And so it goes
Forever on
As long as it's good but about to hurt
And so we go
All life long

Freedom

Come here
Next to me
Let me feel
Your heat

Chain me down
Fuck me up

Freedom
All I Want
Freedom
All I Want

Tease me
No more
You like me
I know

You love me
Well I don't

Won't you beat me purple
Won't you fucking touch me
Won't you love me, won't you want me?

Freedom
I love ya
Freedom
All I want

You love me
And I don't

Freedom
All I want
Freedom
All I have

I know you love me
But I can't love myself

Freedom
All I need
Kingdom
Of filth
All I have

And I know you love me
But I can't love myself
And I know you love me
I can't live with myself

Freedom
Oh, I want
Freedom,
just don't
leave me alone...

Dark ain't my home.
Flashing lights on my frowned forehead of boredom
Flower dresses as a garden of hope
You are not
You are not such thing, darling
So just don't
Don't dare to shine on me the lights of your despair
Cause I won't mistake it for
Whatever you need to go on
I won't wonder your beautifulness
Cause your nature crown ain't nothing but thorns

Freedom
All I want
Things you don't offer

I won't love myself
And freedom's something I've already lost

Análise do Ridículo

Deuses gregos dançando,
bundas do lado.

Ainda há esperança no funk,
ainda encontro amante
antes do fim
da próxima noite.

Cinco esquemas
e eu quase um edema,
uma ameba sem molejo,
uma lagartixa.

Corpos ébrios,
bundas a rebolar.
Flertam com meus cabelos
mas não querem me provar.

Sem álcool não tem como se lançar
no ridículo,
mas se você parar pra pensar,
mais ridículo
era eu lá no canto,
sem sequer um canto.
Voltei sem contos pra contar.

Mas ainda tem esperança no funk,
ainda tem carne nas maçãs saborosas
na visão que tenho do limiar.

Ainda existe samba pra eu cantar,
e ainda vem alguém pra escutar.

sábado, 7 de outubro de 2017

Textos Corriqueiros

Escrevi alguns textos corriqueiros
que ficaram melhores
que os meus primeiros.

Como é que eu me chamo poeta
se não sei versar?

Como é que eu encho microbiografias
de writer, escritor, cult-compositor,
se sou inútil, amor?
É o que sou.

Quero um vídeo de youtube,
um cigarro de faz de contas
e uma declaração de amor.

Quero sumir sem ter de voltar
porque já sou meu próprio horror.
Quero rir sem ter de pensar,
"Meu deus, preciso mudar!"
porque quero me sentir inteiro.

Reli meus textos corriqueiros
e foi melhor
que nossos estranhos ponteiros;

Nosso imenso abismo de silêncio.

Gosto

Gosto do meu narcisismo,
como se fosse em mim
a possessão do próprio Narciso.

Gosto dos teus maneirismos,
do teu desprezo dos meus vícios,
do nosso antecipado nervosismo
e da vibração antes dos sinos.

Gosto do jeito tosco como somos ocos
antes de nos preenchermos
e então sermos um todo.

Gosto de você.

Óleo

Tem óleo na água
saindo do chuveiro,
acusam as bolhas.

Líquido nojento
pra eu beber;
um par de peitos
suculentos.

Eu vou enlouquecer,
já não aguento
meu próprio ser.

Todos os meus poros
suam ardendo,
azeitando meu cabelo,
pra refletir o asco
no meu rosto no espelho.

Um lápis de olho,
um banho lento,
tentativas inúteis
de me limpar,
pois estou sujo
por dentro.

Lembrança Sem Esmero

Escrevi teus traços na minha assinatura sem querer
tentando te esquecer.
Que curioso esperar o açúcar derreter na xícara,
você nos meus braços neste entardecer.

Não é um sinal dos tempos,
mas o céu vermelho me lembra você.

Lembra de todas as vezes que você tentou
me satisfazer?
Lembra do café morno,
teu gosto,
teu rosto com meu,
nosso encosto...

Teste de personalidade,
nossa cor é linda misturada.

Lembra de nós inferno?
Ainda assim eu quero.
Ainda assim eu quero.
Ridículo te espero,
assim como te quero.

Textos sem nenhum esmero,
gargalho lembrando do nosso sexo.
Queria você na minha fantasia
sem nenhuma poesia.

-Só a pele rasgando de tão macia...tua carne é uma delícia.
Tua existência vazia.

Sinto falta da tua companhia.

A Rima

Imagina a agonia
de um poeta
falhando na procura
de uma rima.

Sou eu lendo
no espelho
minha total
desarmonia.

Sou eu sendo
no meu dia-a-dia
tudo
menos alegria.

Imagina ela chegando, a rima.

Imagina ela me entrando,
imagina minha cara sendo linda.

Imagina meu cabelo sendo livre
e sendo bonita a minha poesia...

Vai Saber

Caralho!
O que tá acontecendo aqui?

Olha,
perdido nas tuas cobertas
a tua autoestima morta!

Caralho!
Vai se tratar.

Poema de letras e sons,
batuque do bom.
Enfia o pau inteiro --

Acende a luz.
Ah, CARALHO!

Poesia é o caralho.

sábado, 30 de setembro de 2017

Ra

Uva passa, passa pra cá,
um dia a mais no Caraá,
com pássaros pra me cantar
e encontrar a paz.

Lá, onde tem quem chamar
se quiser ombro pra chorar,
mas não tem, porque tá
mais pra coisa de se pensar
do que de se ter.

Mas onde se come vatapá
também é, então pra quê se cansar
procurando onde morar,
se no teto do quarto tem sonhos altos pra sonhar?

Cá, onde só tem coberta pra se tapar,
é melhor que correndo atrás
sem saber que não tem mais nada pra pegar.

Ou será, ainda mesmo que com frio
ainda tem algo pra pescar
num rio ou poça d'água
em qualquer outro lugar?

Deixa a dúvida pairar.
Deixa calmar.

Loading Screens

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

domingo, 24 de setembro de 2017

Paletó Colorido

Guarda no armário
tudo o que importa
e o que Deus te dá
e depois feche as portas
antes de transbordar.
Não tem um caminho
tão mais impossível
de achar...
Mas é possível
que com muito carinho
eu vá...
Qualquer domingo
te encontrar,
um par de meias,
um paletó colorido,
pra você usar.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Terceiro Andar

Já faz tanto tempo
que eu não te vejo,
mas você tem estado perto
porque minha boca
fareja seu beijo.

Eu nunca estive tão errado,
ou a falta de você é que me faz lembrar
de que tudo tem seu tempo certo
e eu devo descer pro terceiro andar
pra te encontrar.

Quantos bons foram os teus textos?
Desde quando você me vê me declarar?
Há quantos passos está sua lembrança de nós de realmente acabar?

Não é que você fosse mesmo má,
mas acabou sendo inútil te explicar
que quanto mais eu te queria mais você se afogava no seu mar
de dúvidas mentirosas do quão grande era meu te amar;

E eu sei que raramente eu acerto,
mas nisso eu realmente não queria errar.
Será que eu devo descer do quarto
para o terceiro andar?

Será que você quer realmente desviar o rosto ou só acha que eu não quero te olhar?

Quem sabe nos mudamos
e tentamos nosso segundo andar?

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A vida é cruel

Desde que havia nascido, Victor sentia que algo o esperava no futuro. Ele sonhava desde sua infância em ser um cantor, na emoção de estar em cima do palco, com as pessoas se divertindo por causa das músicas e batidas que ele havia criado para elas. Um sentimento puro e recíproco de amor entre ele e a massa.

Mas o tempo era cruel, e enquanto crescia Victor percebeu que a massa não existia. Cada célula integrante das multidões que compunham uma plateia eram um universo complexo. Ele não podia ter o amor da massa, apenas o calor.

Mas Victor também era um humanitário em seu interior. Ele não sonhava apenas com a adoração alheia, mas também em fazer algo com suas riquezas provenientes da fama para tornar o mundo um lugar melhor.

Certa vez o pai de Victor notou que seu pequeno estava observando cabisbaixo um homem dormindo no chão frio, na rua da grande metrópole. Ele se encolhia entre as pernas de sua mãe sem saber o que fazer. O pai então lhe estendeu uma cédula de dinheiro, e disse, "entrega pra ele".

Mas o mundo era cruel. Victor não foi capaz de arrancar de si mesmo a vontade de fazer o bem a outro, sobrepondo sua segurança pessoal entre as pernas de sua mãe, e viu o próprio pai fazer aquilo por ele. Envergonhado, mas não menos triste, ele chorou para sua mãe revelando suas vontades de fazer do mundo um lugar melhor quando crescesse, e que não queria que outro fizesse por ele de forma alguma.

Mas as lembranças são cruéis, e ninguém além dele se lembraria da maioria dos seus sonhos. E muitos outros desejariam que ele os esquecesse.

Mas Victor era cruel, e não deixaria de sonhar por mais que os outros tentassem lhe impelir a realidade goela abaixo.

Mas a vida era cruel. Victor acabou por ter seu sonho estocado dentro de seu peito junto com diversos outros sentimentos confusos em sua adolescência. Futilidades, paixões, estudo e projeções de carreira nada relacionados com o seu sonho inicial. Victor se sentia tão sozinho por não ser conhecido que acabou se introvertendo. Teve poucas e rasas amizades, se distanciou dos pais, perdeu o dom de se expressar com palavras, e se encheu de ressentimentos e mágoas que sequer ele tinha conhecimento.

Mas os sonhos são cruéis. Mesmo após terminar a escola, e apesar de ter tentado de tudo para sobreviver sem perseguir seus sonhos, Victor se sentia vazio. Mesmo que sua vida mudasse, ele talvez nem sequer fosse capaz de encarar a plateia. Se encarasse, nunca soube se cantava bem. Se adquirisse todo o dinheiro que pudesse, como ele poderia salvar as pessoas, se é quando perdem seus sonhos de vista que ficam infelizes? E nem todo dinheiro do mundo poderia dar isso de volta para elas.

Victor havia afundado em questionamentos existenciais. O que outrora parecia tão simples, um palco e uma plateia, era agora a diferença entre o Céu e o Inferno. Victor tentou a faculdade, um emprego comum e até mesmo a ociosidade, a desistência e a religião. Mas nada o fazia ver sentido em continuar tentando viver afastado dos seus sonhos impossíveis. E apesar de esse ser o grande motivo de toda a sua tristeza, também era o que o mantinha de pé para continuar.

E então, o que é que Victor tinha para perder? Absolutamente nada. Ele só precisava lembrar dos seus sonhos e persegui-los. Poderia não ser fácil como pensara, mas nada diferente lhe traria felicidade.

Mas a felicidade é cruel. Mesmo que Victor decidisse por seus sonhos, eles eram muito fora de sua realidade. Victor tentou se munir de coisas quais não possuía, amizades, uma relação saudável com os pais, abrir caminhos para andar, e, é claro, treinar suas habilidades como humanitário e cantor.

Mas o talento era cruel. Por mais que Victor se esforçasse, os anos se passavam e ele não saía do lugar.

Seus pais eram cruéis. Tendo lhes reconquistado, estava de volta ao ciclo do rato, queriam que ele deixasse seus sonhos de lado para ganhar estabilidade.

Sua amizade era cruel. Por mais que tivesse o dom de curar a dor das feridas, não as fazia sumir.

Victor se encontrava outra vez infeliz por ser incapaz de conciliar seus sonhos intrínsecos com a sua vida. Ele se sentia inútil por não conseguir esquecê-los ou deixá-los de lado, por não ser capaz de fazer nada diferente do que o que lhe encaminhasse para o sucesso absoluto (que ele já duvidava muito da existência).

Mas o esforço era cruel. As inúmeras feridas e remendos mumificaram o espírito jovem de Victor, e ele, como muitos, se via sem saída nenhuma, era um fracasso.

Qualquer Victor pode se convencer com a crueldade do universo, mas a desistência também é cruel. Pode parecer que ninguém vê que Victor precisa de ajuda, seja lá de qual for a vertente, mas o mais importante de tudo é que ele mesmo saiba disso. Isso não deixa seus sonhos de lado, mas mais do que isso, os põe em pauta, pois são quem ele é. Não importa se os sonhos ou o próprio Victor estejam quebrados, o importante é que ele procure uma forma de consertá-los, pois caso desista, talvez ninguém mais venha a ter os mesmos sonhos ou a coragem para realizá-los depois dele.

Tente.

Em nome de todos os Victors,
Nícolas Arths.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Crânio Oco

Eu estou atônito
com o tanto quanto
esse problema quântico
me vem assombrando.

Eram tantas reclamações quando
eu me revestia com o manto
de pobre coitado e tonto.

Agora as coisas parecem sérias
e não se pode ver debaixo das minhas sobrancelhas
o quanto tenho estocado desabafos
por falta de outras orelhas.

Debaixo da rede que esconde meus cabelos
e do couro cabeludo há um crânio oco.

Sou vazio assim como o sentido
de tudo o que eu faço,
assim como tudo nesse mundo.

domingo, 3 de setembro de 2017

A Rude Tell

Everything is worthless
Senseless

I stay here
Haven't you learned anything
I don't know what you mean
When you say you don't want to live

It's poetry
And all the words are roofless
As my respiratory tracts
Blocked from polutioness
And my rhyme attracts
Nothing but a few views

But everything's worthless
As they were designed to be
And I'm just a mess
Like I've drawn when I was free

But even trying to run
I get even closer to hell
And every positivity I try to loan
Gets confused by a rude tell

sábado, 2 de setembro de 2017

Ser ou Não Ser?

Nos meus pensamentos recentes,
em sotaque carioca,
rondava a dúvida:
desistir, persistir, beber uma Coca?

Qual será o destino
daqueles sem nenhum objetivo
para semana que vem?

Querendo aprender francês,
latim, russo e japonês.
Querendo apenas saber os porquês
e se deparando com nenhuma fluidez
em tudo que jamais tentou.

Nos meus pensamentos recentes,
no inglês que foi tudo que não perdi,
rondava a dúvida:
to be or not be?

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Artista

Você é um artista, meu amigo,
que talento reprimido.
Continua escrevendo histórias
e faz um relatório resumido.

Todo dia, me diz, o que é que você faz?
Canta, dança, escreve e faz poesia?
Nenhum dia eu vi você fazendo isso.
Trabalhando e reclamando da maresia
do sangue dançando e doendo
debaixo da sua pele fraca,
embaixo da sua cabeça confusa pacas.

Desenha e cria, todo dia, meu amigo?
De que tipo de loucuras você é capaz?
Rapaz, sai de perto desse pensamento nada esperto
de querer se livrar dos seus problemas.

Corre pra cá, corre pra lá,
mas o que te mata por dentro,
você não é capaz de matar.
Continue a compartilhar.

Você é um artista, meu amigo,
muito antigo, é verdade.
Mas é tão fugaz
querer apenas liberdade.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Foragida

Procuro problemas,
mas eles têm cruzado meu caminho.
Já me acusaram de ter saudades,
e debocharam da minha vontade
de fazer tudo de novo,
do jeito certo.

Procuro uma forma
de usar minhas economias
sem seguir a norma
dos meus antepassados,
ou das anamias.

Procuro por mim mesmo,
e talvez apenas isso.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Needs

My burger king crown
Those shoes down my feet
Looking for some place to sit down
But please daddy don’t frown
No one wants someone like this
Someone like me around

But this is what we all need
Someone to support
Some guts of steal
Making some effort
To stand still

How to make a vow
And keep on it
However the bounds
And borders found
How can we run the town

Isn’t it in what are based all of our needs
Someone to lay on
With a chest of bread and weeds
How do we keep on
And stand still?

domingo, 27 de agosto de 2017

Correnteza

Vivendo todo dia
o mesmo dia, talvez
se crie melodia,
mas fica mais difícil toda vez.

A prática leva à perfeição,
mas eu fico cada noite
ainda mais sem chão,
sabendo que outro dia traz após a manhã
outro dia de açoite.

As tardes lentas sem um maço de cigarro,
talvez fosse melhor ter aprendido
antes de ter sido esculpido do barro
como nada além de um fodido.

Corre o rio do destino.
Corre o povo antes do canto do hino.
Corre Vic, corre pra longe pois a multidão está vindo.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Vic Desprezo

Vic Desprezo,
espelho de seu inimigo.
O cara dos textos,
que sai na chuva sem abrigo.

Sai pro trabalho,
pra batalha de ego,
nas mentiras sem teto
me desdizem o mérito.

Mas eu mereço
de tudo um pouco,
mesmo sem ter feito
nenhum esforço

porque aqui dentro,
escondido em meu torso,
estardalhaça um vento
querendo dar aos outros
o prazer do gozo.

Vic Desprezo,
o garoto sem rosto,
burro e lento.
É assim que é visto,
não importa o que eu vejo.

Tontura

Embriaguês que não advém de vodca
cobrindo meus olhos com lágrimas.
Ariando minha raça curvado pra parede rosa,
tantos poemas, nenhuma dádiva.

A difícil realidade
de todos a minha volta.
É estranho ver neles
normalidade,
mas ali está,
lhes fazendo escolta,
no expediente sem fim,
sem prestar contas a mim.


O olhar complexado,
superior que é inferior,
com medo de ser taxado
do que é, com terror,
com medo de mal olhado,
medo de morrer na praia,
medo de ser pra sempre
nada mais que um desgraçado.


E a tontura sem álcool
não satisfaz sequer no momento,
só serviu pra mostrar para algo
o caminho errado do lamento
até transbordar como de um lago
olhos afora sem nenhum alento
e rondado de cadeados,
sem espelho pra dizer que meu rosto
não era só um vergonhoso sombreado...

Mas está acabado.
Como na folga de um buraco,
minha cabeça se enterra,
sem pedir por afago.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Arrogância

Hoje me contaram
que há em mim rispidez
espinhos que machucam
escondendo o pequinês.

Talvez se minha altura
tivesse de centímetros escassez
e nos meus olhos
a cor lilás que pedi aos céus...

Mas arrogância,
já haviam me dito,
é em mim uma fragrância:
forte e intrínseca,
apesar dos banhos.

Talvez se meu cabelo
pudesse cobrir meu rosto,
escondido e com medo,
eu fosse visto belo,
sem todo o resto.

Mas águas emergem
dentro de todo gêiser
e neste florescem
no entorno, nas bordas,
com água quente
flores pintadas a laser.

E assim como o 12
sobre os meus pulsos,
palavras marcam em rosé
na minha aura ensinamentos avulsos
que não serão esquecidos
após as onze.

domingo, 20 de agosto de 2017

Um Dia De Cada Vez

Vivendo um dia de cada vez,
demorados,
parecendo ao revés.
Dormindo
pra esquecer o stress.

Fechando os olhos.

Abrindo os olhos,
tossindo.
Pega o ônibus,
contando moedas.
Lá no trabalho,
sobram cédulas.
Ante a loucura
clientela incrédula.

Fechando os olhos,
sou apenas eu
fugindo.

Saudade das páginas,
saudade da máquina,
saudade dos ossos sem dores
e amores sem responsabilidade.

Mas vivendo um dia de cada vez
apesar de qualquer talvez.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Café Morno

Nesses ossos moídos
está sendo escrito
a história,
desde o seu início.

Nesse cérebro falhado
cheio de responsabilidades,
está se dividindo
dois caminhos:
morte ou imortalidade.

Está vindo
no horizonte distante
(des)Esperança
pra servir de adorno
na minha estante.

E o café morno
me leva adiante.
E a realidade turva
me deixa pronto
pra voltar pra casa.

sábado, 12 de agosto de 2017

Segundo Dia

Segundo dia de
tentar ser
tudo aqui aquilo que
nunca se quis,
mas acabou por acontecer.

Quem sabe um dia
aconteçam os sonhos,
por que alguém diria
que eu no final seria
louco?

Talvez seja a sinfonia
da minha vida
como a de todos os outros:
Morre aos poucos com tudo,
luta com força com pouco.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Cântico Ébrio

Até quando você vai cantar
as suas mesmas músicas?
Até parece que não tem o que falar
quando de mim se despluga...

Já não tem mais lados
nesse teu disco arranhado
pra poder virar.
Já nem mais tem espaço
pra riscar...

Até quando você vai ficar
escondida no poço?
Até quando você vai contar
essa mentira esboço?

Ninguém nunca vai te acreditar,
sabemos que você não caiu.
Vamos logo aprender a dançar
e dançar na beira do rio...

Deixa pra trás esse cântico
e essa palavra que espalha tão vil,
deixa o espírito crescer cândido
pra conhecer do mundo maravilhas mil...

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

sem neXO

olha o seu Reflexo                              Reflexo
é isso mesmo
que você quer Ser?
essa coisa sem neXO
vagando a Esmo
não olha os grandes
tem sonhos pequenos

que COISA sem neXO
parece um aneXO
grampearam errado
amassado e do avesso
da cegonha ao berço
não parecia certo
quem foi que te enviou?

será que é
será que foi
quando Nirvana chegou
que eu fiquei fodido

ou será que é?
ou será que foi?
¿eu Perdido
que Nirvana encontrou?

que TROÇO sem nexo
1acento circunflexo
em formato convexo
coroando as letras
de sílabas 💯 seu som
uma dor na uretra
um Cantor Fora Do Tom.



quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O Seu Único Defeito

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Passei tanto tempo criticando você
Mal achei tempo pra notar que tudo era perfeito
Agora depois de tudo é que eu consigo ver
A verdade é que eu era o seu único defeito

Tantos calos, momentos
Eu com o meu ego,
Você com seus talentos.

O que mais eu poderia esperar?
Tava na cara que ia me apaixonar
Mas aí veio um monstro interior
Então eu soube que ele ia me devorar
Não foge não, amor, vamos namorar
Foi você quem quis me ajudar
E agora olha só pra nós, eu aqui, você aí
Mas será mesmo que tá tudo no seu devido lugar?

Essa história é sempre igual
Um casal, o amor,
Então vem como se tivesse moral
As futilidades sem valor

Quando acaba, não chora,
Não vá embora, então por que é que acabou?

Dor.
É isso mesmo tudo o que sobra?
Não tem desejo, remanejo, nem lugar pra retornar
E a saudade devora lento como uma cobra
Éramos acostumados a nos abraçar
Aqui mesmo, então porque tanto veneno?
Porque fomos nos afastar?
Só restou o arrependimento

Quer voltar?

Só se for valer a pena, esse é meu lema,
Mas eu queria ter tido mais tempo
Pra poder outras coisas experimentar
"Cara, fala sério, sua ideia muda como o vento
Fugindo daqui pra outro lugar"
Mas é que costumava ser meu passatempo
Ficar criando problema pro tempo passar

Já era a segunda vez, onde foi que eu errei?
Eu juro que agora tô nos eixos!
O nosso único problema, eu nunca notei
Eu era o seu único defeito.

Às vezes precisamos de tempo
Quem sabe é assim com o seu parceiro
Tendo que aguentar o seu único defeito:
Você mesmo.

Realiza, pra frente, marcha soldado
Analisa a corrente que o une ao seu escravo
Tem tanta coisa nesse mundo que é verdade
Se você é um defeito então se torne a qualidade.

Passei tanto tempo criticando você
Mal achei tempo pra notar que tudo era perfeito
Agora depois de tudo é que eu consigo ver
A verdade é que eu era o seu único defeito.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Escape

Olha lá pra rua
Vê o vento ventar?
Cai a chuva
Não aguento esperar

Mas algum dia
Há de se sanar
Como melodia
Hei de me safar

Pra poder continuar
E acabar com a própria vida
Como gota desmorona
Se atira do céu e no chão cai e seca

Não há flor que dure
Por mais de século
Não há sentido imune
Ao fim dos tempos

Olha lá pra rua
Vê o tempo cansar
Você nua
Não evito de olhar

Mas algum dia
Há de se parar
O sofrimento
Essa agonia
Do nunca chegar

Eu vou correr
E vou colher
Tudo que plantei
E o nada que herdarei
Quando perder tudo

Eu vou correr
E vou alcançar
Alguma coisa mórbida
E fria no fim do dia
No último dia da minha vida

Mas algum dia
Hão de sarar
Minhas feridas
Hei de escapar...

Sempre

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Hoje tinha que ser assim triste
Pois já não há nenhuma chance
Uma vez que ninguém pisa antes
De que esteja morto para sempre.

Num milhão de anos longe
Parecia que você já estava aqui.
E do nada o baque estonteante
Da queda de mais um gigante.

Eu não sei quantos anos esse dia vai levar
Pra conseguir acreditar que isso foi verdade.
Nem sei se depois vou poder sorrir
Mas sei que levo tua roupa junto da tua bondade.

Daqui pra frente
Terei você em mente pra ser melhor
Você deixou suas sementes
E as regou com o próprio suor
Daqui pra frente
Terei você presente diante do pior
Sei que vai ser impressionante
Na lembrança do seu rosto
Pintado na minha visão pra sempre.

Em memória de Alan Rickman.

domingo, 6 de agosto de 2017

Porquês da Noite

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Por que toda noite é tão depressiva?
Por que toda noite não é bem dormida?
Por que toda noite é mal recebida?
Porque toda noite é poluída.

Por que toda noite é reprimida?
Por que toda noite não é descontraída?
Por que toda noite é mal investida?
Porque toda noite é maldita.

Por que toda noite é vestida?
Por que toda noite é infinita?
Por que toda noite é falida?
Porque toda noite é uma caída.

Porque toda noite é bandida.
Porque toda noite é sem saída.
Porque toda noite é pra sempre
Sem nenhuma garantia
Porque toda noite é escura
E completamente vazia.

Por que toda noite é ressentida?
E toda noite demora a ser varrida,
Porque toda noite é inimiga
E toda noite demora a ser vencida.

Por que toda a noite está sem vida?
Toda noite é tão antiga.
Por que toda noite é desconhecida?
Por que a noite é assim?
Porque toda noite é sempre maligna.

sábado, 5 de agosto de 2017

Música & Poesia

Cheio de sobretons,
Eu me aconchego nela
Com meu edredom.
Sou seu sentinela.

Música,
Poesia.

Eu faço isso todo dia,
Me alimento com cortesia.
Música também é poesia,
Poesia...

Cheio de estalos na língua,
A garganta arranhando o som.
Uma arte tão ambígua
Andando comigo vestindo meu moletom.

Música,
Poesia.

Minhas melhores amigas
Fazendo barulhos,
Trazendo alegria,
Cessando ânsias, graves e agudos,
Diários de bordo, meu tudo
De todo dia
Que tem poesia
Que também é
Música.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Açúcar

Este poema é de conteúdo pesado, se você é sensível, aconselho que procure por outro no blog.

Momento de explosão de energia
Açúcar queimando na veia
Como heroína
Exalta minha expectativa de vida

Eu vou destruir você
Ou qualquer coisa.

Onde está minha insulina?
Overdose de glicose
Com os pulsos pulsando mais forte
Mesmo que eu goze

Eu vou destruir você
Ou qualquer coisa.

Preciso mesmo de heroína
Pra contrabalancear tanta cocaína
Açúcar mascavo no embalo
Da balada regada a êxtase no fim de sábado

Punk rock não é suficiente
Metralho palavras ativo de olhos saltando
Rivotril já é ineficiente
Me dá um floral pro meu placebo semanal

E eu vou destruir você
Ou qualquer coisa.

Nicotina, nicotina, nicotina
Corta pela raiz o mal da rotina
Deixa meu sangue ácido
Jorrando dos braços em agonia

Preciso estuprar esse sentimento
Indecentemente até o âmago do meu problema
Incessantemente gritando até o outro dia
Decepar os seus membros sem pena

Destruir você
Ou qualquer uma.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dentes

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Como de água para etanol
Uma transformação sem precedentes

Me estraga até a alma
Os pulmões, a garganta,
Até as gargalhadas
Eu mereço uma salva de palmas

Eu lembro do tempo
Incontavelmente antes
Com protagonistas
Que agora são coadjuvantes

A dor dos meus dentes
Não se compara ao estrago
Que até a alma se estende
Não existe reparo
Pra dor dos meus dentes

Mas eu nunca me esqueço do tempo
Dos medos dos sabores viciantes
Da saúde que corria ao vento
Incontavelmente antes
Me decepo até o centro
Não há saudade do controle atento

Daquele tempo
Até os estragos sem precedentes
Me tiraram de vez do meu berço
Aonde quer que eu vá e leve meu terço
Segue junto o meu maço
E acendo meus cigarros
E é claro, há dor nos meus dentes.

Predição

Quando as pétalas brancas das folhas de verão secarem
e repousarem sem vida caídas da árvore da vida no outono
será tempo de rosas negras nascerem no inverno
e o inferno chegará a esta terra.

Ainda antes da primavera um novo rei será coroado;
e seus espinhos irão ferir a nação.
Ainda antes do fim de uma quarta próxima estação;
com seus próprios espinhos morrerá sufocado.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Tudo Que Conseguimos Até Hoje

É possível que tudo que construímos
um dia possa acabar.
É verdade que tudo que conseguimos
há de perecer.

Mas nada pode nos abalar,
se com o seu coração está o pensamento
singelo e amarelo de esperança
de que vale mais aproveitar o momento;

Todo mundo vai, é verdade, com o tempo,
no seu dado instante desaparecer.
Isso não significa que sejamos areia
que se perde pra sempre no deserto;

O amor não é um laço invisível que nos une?
Então eu estou certo se afirmo que não somos
areia que se perde no deserto,
enquanto o vento afasta ela pra longe,
nossos laços nos puxam mais pra perto.

Já passamos por essa bifurcação outras vezes.
Tá na cara que uma hora acaba, mas
quem é que quer viver evitando o final da festa?
Só chega mais, talvez o fim se afaste de nós.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Subitamente

Por favor
Alguém me apareça
Com uma razão pra viver
Um abraço que aqueça

Por favor
Alguém na minha frente
Com algum amor
Subitamente

Não elabore todo um plano
Se com uma palavra já nos alegramos
Imagina um 'eu te amo'

É tudo o que faz falta
Num mundo baseado no mercado
O amor tá em alta
Quando nada faz sentido

Por que é tão bom?
E por que não?
Procura-se um motivo pra ter força
Sobre qualquer pressão

Apareça
Faça e aconteça
Algo pelo quê tentar
Algo pelo quê continuar

Nas ruas
Tantos sorrisos preenchendo bochechas
Pessoas
Saindo dos cantos sem se queixar
Cabeças
Baixas sem ombros em quais deitar

Por favor
Alguém se cruze
E faça ser filme de chorar
Use e abuse

Por favor
Encontre na sua mente
De ficar em casa um horror
Pra sair e topar comigo
Subitamente

MAIS VISTOS DE JULHO


Olar!

Finalmente Julho chegou ao seu fim, e com isso cada vez nascem mais leoninos em 2017. Pois bem, como você já deveria saber, todo fim de mês tem MAIS VISTOS aqui no blog, e você pode conferir as outras postagens clicando aqui.

Sem enrolação, bora pra lista! Você pode conferir todos os poemas clicando nos títulos deles.


Número 5!

Nícolas e Débora - 62 visualizações, 22 de Julho.

A inspiração para este poema veio de alguns vídeos que meu pai estava assistindo sobre o Uruguay, pois algumas músicas estavam tocando em espanhol e possuíam uma letra muito bonita. Para fazer o poema, por outro lado, eu escrevi sobre meu último relacionamento...


Número 4!

Porcaria - 64 visualizações, 19 de Julho.

Este poema é um tanto pessoal e digamos que não posso contar a origem dele, mas vale dizer que você pode dedicá-lo para qualquer espírito de porco que conheça. É um dos meus favoritos do mês.


Número 3!

Sem Fim - 65 visualizações, 20 de Julho.

O nome original era Infindo, palavra que descobri enquanto fazia a pesquisa para escrevê-lo. É auto-explicativo, mas vale dizer que ele relaciona as coisas que faço com coisas que nunca possuem uma conclusão - mas de uma forma mais positivista, pois coisas infinitas são diferente de coisas das quais você desiste e, portanto, não possuem um fim.


Número 2!

Pulp Fiction - 71 visualizações, 16 de Julho.

Este poema é original do dia 18 de Abril de 2016, mas era bem diferente antes. Quando me deparei com ele novamente, achei muito bom e resolvi reescrevê-lo. Existem muitas referências sobre coisas que gosto espalhados por este texto: Raiton, por exemplo, é o poder de estilo raio no anime Naruto e Naruto Shippuden. Jupita Jubilee, outra referência no poema, é o nome de um personagem meu que tem um relacionamento com uma garota chamada Phenomena, que significa "fenômenos", assim no plural, em inglês (por isso a palavra fenômenos vem acompanhada do nome dele no poema).


Número 1!

Querida, eu queria ser poesia - 86 visualizações, 17 de Julho.

Quem não quer ser um livro aberto e exposto a todos? ... Bom, talvez eu seja um dos poucos. Só que isso não quer dizer que eu simplesmente gostaria de ser mais aberto, mas você pode me entender melhor no significado dessa poesia que gostei tanto se ler também Assim Tão Interessante, que fala sobre se querer ser tão interessante quanto algumas pessoas que não nos conhecem acham que somos. Agora faça o cálculo final: você prefere que alguns te admirem pelo que você não é, ou ser admirado por poucos pelo que verdadeiramente é? Talvez agora você entenda o porquê querid, de eu querer ser poesia.



E então, gostou dos Mais Vistos do Mês? Não se esqueça de compartilhar um link para esta postagem na sua rede social favorita então, basta copiar o link https://nicolasarths.blogspot.com/2017/08/mais-vistos-de-julho.html e postar no seu feed do Twitter ou Facebook e isso me ajudará muito na divulgação dos poemas do blog.
Outra forma útil de compartilhar os posts e também poder conferir facilmente os poemas novos que saem diariamente aqui no blog é curtir a fanpage Arths, clique aqui para ser redirecionado.

Então é isso,
Obrigado pela sua visita, e todo dia tem poemas novos, seja bem-vindo!


See ya ✌

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Tora Tora Tora

Lá vem os pássaros
em seu levantar
caçando pra tentar
sobreviver de poucos.

Carniça no chão,
não são urubus pra pegar.
É a frota do Japão
vindo de kamikaze aniquilar.

O sol que nasce vermelho
é de sangue a jorrar.
Na Segunda Guerra
com honra pra se inflar.

Tiros aqui e lá,
não existe tal coisa
como bomba atômica,
pra nos parar.

Tora
Tora
Tora,
atirar.

Orgulho, honra e morte.
Tora, atola a espada no peito
porque o mestre morreu.
Arranca uma tora do joelho.

Tora
Tora
Tora,
suicidar.

Código de honra que guia.
Tora tá feito e assim vai continuar.
Somos bom em esquecer,
mas também em lembrar.

Tora
Tora
Tora,
bombardear.

Não tem ninja mais rápido
que um fuzil pra te estuprar.

TORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORATORA.

domingo, 30 de julho de 2017

Perdona mi español

He estado perdido
Hasta que el latido de tu corazón
Se acercó de mis oídos
Tu me has robado como un ladrón
Pero me acostumbré de tu cautiviero
Tus labios tuvieron la capacidad
De alimentarme como a una ciudad
Tu eras completo como un sueño
Que calenta aunque es el invierno
Detrás las persianas
Tu vas a ser para siempre mi cielo
Aunque vengamos a ser el infierno
Luchamos pero tenemos fuerza y decimos
"Te quiero".

Acontece Que Nos Amamos

Só você pra me fazer
Assim de uma forma tão sutil
Ter um querer forte de viver
Vamos fugir daqui num navio

Vamos dar um pulo na Europa
Eu sei que é nulo quando procuro
Nessa sua belaza na cara
Qualquer indício do escuro

Mas o seu brilho esconde dor
E eu sei segurar como se fosse flor
E te fazer esquecer
Vamos fugir daqui num navio

Eu sei que não sou eu pra quem
Você vai dizer depois de tudo
"Amor, eu te seguro"
Mas é você quem me mantém

Eu vou brigar com todo o mundo
Poque você vem comigo
Eu sou seu melhor amigo
Você é meu porto seguro, hm

Se aproxima de mim pra dizer
Que me quer mais que tudo feliz
E eu me aproximo de você
Só pra você saber, faço tudo por ti

Acontece que nos amamos
Não importa quão longe formos
É amor que liga a todos, não é?
Um ajuda o outro a ficar de pé

Tá bom assim...
Tá bom, sim

sábado, 29 de julho de 2017

La La La La

Este poema é parte do acervo do antigo blog Mainstream Futilities, de 2016. Você pode conferir outros poemas recuperados de lá clicando aqui.

Eles vão se matar antes do anoitecer
Com as veias pulsantes do ódio
Uma cheirada de pó pra poder se engrandecer
Encontraram prazer no ócio

O que nos espera lá fora, mãe?
Pra onde eu vou quando você não estiver mais aqui?
Por favor, não me deixe.
Pra onde nós vamos depois do fim?

Só podemos responder essa pergunta assim
O psicopata com a arma na sua cara
Com toda a droga correndo nas veias
E a certeza da morte que não se cala.

Eles vão se afundar antes do amanhecer
Na cocaína, na heroína ou coisa qualquer
Num spray aerosol pra se enaltecer
E não há nada que eu possa fazer.

Mamãe, onde é que ele vai?
Ele volta ainda antes do escurecer?

Eles, em algum lugar ainda antes do anoitecer.

Mamãe, não vá atrás do papai.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Até Onde Você Vai?

Até quando vai ficar
atolado nas suas mentiras
só pra conquistar
meios sorrisos, acenos perdidos,
faíscas
que não fazem fogueiras?

Até quando você vai...?
Meu Pai!, para de pintar a cara.
Tira essa máscara e vai...
E cai, tem muito buraco pra cair...

Não sai, não sai de perto de mim,
é só assim que você chega lá.
Do mais, você pode ir até o fim
porque eu sempre vou estar lá também....

Até quando você vai...?
Até onde você vai?

Todos estão aí, rondando,
procurando alguma paz
ou atazanando, corrompendo,
corroendo as pontas da corda que seguram sua sanidade enforcada na ponta da árvore do cais.

Até onde você vai?
Enquanto você for eu vou.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mensagem Motivacional

O Caminho

Liberte-se do seu entendimento desta passagem atemporal
e concentre-se na música ou na única coisa que importa
antes do obstáculo final.

Não há o sexo, não há drogas,
não há desperdício, não há trocas,
não há morte e não há dor.

Não há solidão, não há amor,
não há vida aqui
e não há um outro lado para onde ir.

Não há valor, eternidade ou fim,
só há o calor,
mundo animal,
mas não há absolutamente nada que entorte
o caminho até o objetivo final.

Liberte-se do seu entendimento desta passagem atemporal.

Existe a caminhada até a entrada, é de um abrigo,
há uma subida, algumas descidas,
há lições que se recolhe pelo caminho.

Há campos pra se semear a vida,
há plantações por todo os trilhos
de coisas semelhantes às quais você plantou um dia.

Há os montes, os amores,
as pedras e as mãos que as tocam
e as que te ajudam a levantar.
Não há outros, não aqui,
são apenas rascunhos no fim.

Mas há o tempo,
e seus inventos pra fazê-lo passar.
Segue o teu caminho,
um dia você chega lá.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Não Quero Escrever

Original de 01.02.17

Não quero mais mudar
Tipografia ao mar
Digita inteira e afoga
Alfabeto do mal

Não quero escrever
Do zero ao zero
A mesma história
Se repete de novo

Mais uma vez
O gênio afogado
Amaldiçoado
Tenta se salvar

Pretensão revés
Nunca faz crescer
Não quero escrever
Mais uma vez.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Jardim de Tons de Rosa

Aqui deveria escrever palavras
ou seus significados?
Aqui você vem pra se perder
ou pra ser achado?

De que adiantam mil rimas
e poemas todo dia,
se vai ser bonito e sem nada
de alguma valia?

Eu continuo procurando moral
ou viro brinquedo à venda,
bonito na estante com sua etiqueta,
dizendo ser feito na China?

Esse jardim cheio de flores
não é só pra juntar abelhas.
Chegue-se pra sentir frescos odores,
sente pra ler como se usasse as orelhas.

Sou um pintor e este é meu desenho
ainda com pouquíssimas cores.
Você vai sair pra ver os atores
ou esperar pela obra prima de Nícolas?

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Olhos Cancerianos

MORRER

Original de 2016.

Dizes verdades quando compartilhas tua dor,
és semelhante, mas porque não sinto em seus olhos?
O teu odor faz jus ao cheiro do amor de belos casais,
com teus lindos olhos, lindo semblante.

Mesmo o teu suor sinto como uísque de boa qualidade.
Teu sal de longos banhos na melhor praia,
teus cuidados carinhosos, minha narcísica personalidade.
Satisfazes meu jeito e falas de novos conceitos
enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

Mas nossa relação de vampirismo psíquico é caos.
Nosso coração em meio do caminho de espinhos,
as atitudes cheias de insanidade
enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

As atitudes cheias de insanidade
Enquanto religião se torna cada vez mais penalidade.

Somos uma sina, marcados anunciando que vou perder-me;
Só não faça morreres.
Ah, e às vezes, ao teu lado,
eu é que quero morrer-me.

Nem sei de onde me vêm os golpes.
Quem sabe eu vá me matar outra vez
na insensatez de perder a linha dos moldes.
Parar enquanto é tempo
e não estás ficando doente.

Mesmo o teu suor sinto como uísque de boa qualidade.
Teu sal de longos banhos na melhor praia,
teus cuidados carinhosos, minha narcísica personalidade.
Satisfazes meu jeito e falas de novos conceitos
Enquanto religião...

Meu nirvana é escutar Nirvana o dia inteiro.
O pesadelo mais pesado é pensar você de novo.
As lágrimas de sabão que minha alma cospe fora,
eu quero mais um pedaço da tua torta.

Ou eu poderia morrer-me.

Eu ainda tento te enviar mensagens em vão,
como minhas tentativas de ter-te:
todas as minhas tentativas de manter-me por perto,
aqui estão.

Eu queria tirar-te o pigmento destes olhos
para que não mais me fizessem efeito.

Mas que olhos tão bonitos tens.

Eu vou perder-me de novo
nestes olhos tão lindos.
Eu sei que não há como manter-te por perto,
então
eu vou
morrer
em poucos.

Os momentos cheios de insanidade;
Eu vou
me perder
aos poucos.

As atitudes cheias de insanidade
nessa abstinência de personalidade.

Eu quero me perder nos teus olhos,
e assim eu vou
morrer-me
em poucos.

Os momentos cheios de insanidade,
insanidade vulgar,
meu bebê de caridade.
Me perder nos teus olhos
é o melhor jeito de poder me encontrar.

Os momentos de insanidade,
o teu calor em partes:
Eu vou
me perder
aos poucos.

E vou
morar
entre os teus olhos.

domingo, 23 de julho de 2017

O Que Eu Faço

Original de 2016

O que eu escrevo não tem utilidade social
ou é benéfico ou irá salvar o mundo.
O que eu faço não tem utilidade social,
o que eu deveria escrever então?

O que eu faço é egoísta e imundo.
Me desculpe se não agrado,
eu já tentei e não consigo.

Me desculpe se sou inútil,
eu já tentei não ser.
Me desculpe se magoei alguém,
eu já tentei desfazer também.

Me desculpe se não escrevo todo dia,
se falhei em melhorar uma frase
ou em revisar um qualquer artigo.

Me desculpe se não atingi suas expectativas,
a qualquer hora você pode ir embora
imitando o que todas as pessoas costumam fazer.
Me desculpe se eu não satisfaço o seu amor
e seu coração dói quando lê o meu poema,
mas ele não foi feito pra te atingir.

Me desculpe se você acha que este texto é pra você.

O que eu faço é egoísta e imundo.
Me desculpe se sou inútil,
mas na breve sensação que você puder ter
agradeço imensamente, assim fútil
por alguém que tenha vontade de terminar de ler.

Então, obrigado,
mas me desculpe por ser.

sábado, 22 de julho de 2017

Nícolas e Débora

Ele queria salvar o mundo
as mãos nas costas, na cabeça o oculto
Ela queria salvar a si mesma
as mãos amarradas, a cabeça no alto.

Ele tinha muitos argumentos
e ela a preguiça de debater.
Ele tinha orelhas grandes
e ela mal tinha ouvidos.

Ele tinha fatos aos quais se ater
e ela simbolismos que não podia descrer.
Ele escrevia para o público ler,
e ela para a si mesma entender.

Ela e seu rosto escondido
debaixo das cobertas.
Ele e seu procurar incessante
por um rosto amigo.

Ela no Rio de Janeiro
e ele onde morava o perigo.
Ele querendo ser político
e ela analisadora dos convívios.

Dois artistas sem rumo.
Ela e seus sentimentos ambíguos,
ele e suas certezas sem ritmo.
Eles e seus defeitos malditos
em brigas sem espaço pra trégua.
Dois poetas.
Nícolas e Débora.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Mundinho

Vivo no meu mundinho
de textos e pouco conhecimento adquirido.
Vivo de natureza morta,
e o único ser vivo ao meu redor é objeto
de admiração.

Caos ambulante motivo da minha evasão.

Dentro do meu computador
vive um universo cheio de dor
no qual reina a rainha e o rei
do meu coração.

Mas não importa ao externo
a extensão deste universo
se quando chega o inverno
a necessidade é de calor.

Todos os blogs do mundo
que decorrem a vida
apontam o mesmo,
apontam amor.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sem fim

Alguns rascunhos, alguns anéis,
tentam contar histórias fiéis
sobre quem sou.
Quem conta as mentiras
é o preto nas unhas
e sob as linhas
de todos os papéis.

As tatuagens em fileiras
na lista de coisas a fazer,
que nunca está satisfeita
pra começar a ser feita.

Tocam um milhão de músicas
e a cabeça ainda só consegue
produzir um poema por dia.

Todos os desenhos perdidos
no blackout da máquina.
A vontade de arrancar os cabelos,
e o autocontrole maldito.

Alguns fios para trás da orelha,
a cintura parece tão longe.
Algumas conversas durante
uma infinita leva de ociosidade.

Nada se continua,
e não existe desfecho
no meu dia-a-dia
ou nas criações
advindas de suas fantasias.
Nem minhas histórias,
nem essa poesia,
coisas infindas,
frutos de hipocrisia.
Coisas da minha vida.

Take Me To The Moon

So take me and go
Nobody's gonna find out about it
Take me to the moon
Lead me to where there's no pain
I won't complain the travel's taking us so long
Doesn't matter the path we take
Just don't ever leave me alone

So take me home
Believe me it isn't late to run away
Just make me yours
Undress the feelings that seem to say
Because this can't be wrong
It ain't wrong to fall in love
It was never supposed to be the case
Why do you look so amazed?
It's supposed to be this way.

Just take me, go on
Your body hot, mine upon
Our bodies working on and on, hun
You stole my heart
And tattooed it above yours
I won't ever let you go
Without me
I won't ever let you go
Without passing by
To take me home
To introduce to me
How happy life could be.

Take me
Take me to the moon
Take me home,
Take me to your bedroom
Take me
Take me to the moon.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Porcaria

É melhor viver no chiqueiro
do que ser um porco humano.
Ter no estômago o remorso
porque ao redor do umbigo
não gira o mundo inteiro.

O porco visita o chiqueiro,
porco de olho faxineiro.
O porco visita, o porco me irrita,
porco sem vida e sua porca querida.

Qual vida hoje eles vão salvar
pra depois humilhar?
Qual qualidade eles vão se gabar
pra me fazer urrar?

Ar

O porco visita o chiqueiro,
depois de trabalhar o dia inteiro.
O porco visita, o porco em conflito,
não sabe o que faz pra se contentar.

Sua única meta de vida
é continuar.
O porco gordo a fuçar
na merda por ele plantada.

Um dia a colheita
merda será.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Página Em Branco

Essa página em branco
é como um amigo antigo
que empresta o ombro
quando não há nenhum outro
conhecido ou chegado suposto
aos quais empresto palavras
minimamente escolhidas.

Quando me veem em socorro,
com histórias da pior lavra,
com a gordura rasa,
me pedindo para tirar.

É fácil pra quem se importa,
não me custa nada
desfazer as histórias criadas
mostrando o óbvio,

Mas quando tá escuro
não neles, mas aqui dentro,
eu recorro ao meu isqueiro
e essa página em branco.

A Day To Remember

It's the morning again
and it came as a slap in my face
but it's okay...
Because today's finally the day

A day to remember
nothing lasts forever.
A day to remember
lovers got to be...
Everyone's got to be clever

Those times when you used to get on your knees
and say it was worth it, do you remember?
Because today's the day to remember
that none of us' strong enough against the blow of destiny
but we're still free to run away from it.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Querida, eu queria ser poesia

Eu queria em minha pele
a cor dos pergaminhos
no qual se estende o linho
para que seja preso.

Queria que minha carne
fosse feita de livros
pra eu ser bom de cheirar.

Queria que meus pelos
fossem palavras
escritas em mim
por mim mesmo.

De dentro pra fora,
um texto bonito
que não escapa apenas
porque se precisa escrever.

Um poema bonito
que nunca mais não seria
apenas intrinsecamente
parte de mim.

domingo, 16 de julho de 2017

Pulp Fiction

Nós somos um desenho feio
dançando numa animação mal acabada.
E continuamos sendo um par perfeito
com uma história mal contada.

Somos um romance cheio de defeitos
com um roteiro insuportável,
e ninguém sabe o porquê
dessa química ser durável.

De noite eu em cima de você
na prova real dos teus ossos inquebráveis
no meu te comer interminável.

Nós saímos de uma revista pulp
no fim do século vinte.
De um traço instável
numa expressão triste...

No futuro seremos cult,
esmerado produto midiático.
Assistiremos bebendo yakult
Yuri, lemon, yaoi fútil,

lutaremos até a morte
num filme sem cores nem cortes.
Traremos de volta o cinema mudo
num longa de vinte horas sútil.

Sem dia, durante horas de noite
seremos vaiados nas salas de IMAX
por causa do orçamento desviado do triplex.
Só pra realizar este absurdo
teremos trinta anos sem sorte.

Nós seremos cantados por Jupita Jubilee
nos fenômenos do palco Multi,
versos gritados na corte inglesa,
porque somos a realeza mais útil.

Nós seremos louvados
nas câmaras, no Senado.
Nós seremos lembrados
até nas danças de reggaeton,
em Brasília, na Ásia,
na América, Sudão.

Seremos inseridos em mensagens subliminares
até nas faíscas de um Raiton.


Reescrito; original de 18.04.2016.

sábado, 15 de julho de 2017

Harumonia

Uma dança, um cheiro,
MPB do qual nunca se cansa
no escuro, um beijo,
teu ser combina com meu.

A praia do Rio de Janeiro,
teu berço, a água, um terço
de tudo que acredito ser
verdadeiro.

Os óculos de sol num filme preto e branco
consumindo poesia japonesa.

Não importa quão o vento seja forte
nós pássaros nos guiamos pelo mesmo norte.

Vamos de barco em Venesa
onde a minha e a tua beleza
também são como aqui.
Harmonia.

Inspirado em Harmonia, performado pela dupla Rythem, que serviu de encerramento no anime Naruto.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Renascimento da Fênix

Eu fui
tolo incessantemente.
Tomei
pra mim essa aura carente.

Não sei,
não soube quem fui ante-ontem.
Lutei
contra saber

Mas eu sou
eu mesmo em pele, alma e osso.
Não posso negar,
não posso fugir...

Eu fui
depressão, água com pão,
eu tomei
tudo aquilo que parecia poder
curar meu coração.

Eu tentei
com espada em punho,
com fogo e barulho
espantar meu eu de mim.

Mas eu sou
anarquista espírita vivo,
eu vivo a negar
mas não posso fugir.

Eu sou
feminista pansex e tudo,
em mim vive um mundo
e em você também.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Eu sou a Noite

Eu sou a noite, chegando com o silêncio em qualquer lugar do mundo.
Sou o fim da alegria e das risadas, que cessam quando eu chego.
Todos precisam ascender uma luz quando estou por perto, para que eu não os atrapalhe.
Eu sou aquela que tem utilidade somente para que uma estrela brilhe.

Eu sou a noite que preocupa quem está perdido,
quando eu chego, se faz necessidade de um abrigo.
Eu não tenho voz, só um uivo frio, motivo de não entenderem o que digo.

Estive sozinha desde que nasci.

Até que a Lua escurecida finalmente encontrou abrigo em mim,
e então o seu clarão inserido na minha pele foi motivo
de que todos os olhares da terra, que a escurecia um pouco como a mim,
finalmente me fizesse ser vista como alguém.

— REIS.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Até 2019

Checa, abraça, reza, até dois mil e dezenove
A sua crença dura até as onze?
Acontece, acaba, morre, passam os cinquenta anos
O amanhecer do cogumelo, o fim do tempo-prazo.

Mas será que não vai acontecer?
O caos no Brasil e a Europa nem segura
Olha o imigrante na sua
Me refugia pr'eu ser da tua turma
Eu só quero um lugar na rua
Pra poder estuprar suas filhas

Conta a conta feia, três, dois, um
Não toleramos a Coreia, cabum!
Quatro e cinco e seis,
Dança das bombas em vocês

E lá vem a deusa Ísis
Pra ouvir as preces dos tristes
Sofrendo algum deslize
Na tentativa de tornar felizes
Seus filhos e meretrizes

Lá vai os fulanos, três, dois, um
Generaliza os muçulmanos, cabum!
Quatro e cinco e seis
Dança das bombas entre vocês

Achava que o nazismo era um clarão?
Espera o explosivo de um botão.
Deixa o estranho estranhar sua nação
Não vai ter acanho para a retaliação

Um
Dois
Três
Cabum!

terça-feira, 11 de julho de 2017

Procura-se Emprego

Debocha da minha poesia
no bater da maresia
assistindo o amanhecer.

Quase que eu não fui feliz
antes de tentar,
mais uma vez.

Planta vinte e uma sementes
pra nascerem frutos
quem sabe, talvez.

Corre lá e cá, entrementes,
água pra não desidratar,
as raízes uma ou três.

Ah, mas volta pra casa
e quem não sabe
que a flor sempre irá murchar.

Você não sabe de nada,
Rei-Sol, assim não vale,
me deixa brilhar.

Dores no tronco fraco,
será que vai tombar.

Sempre me foge o sono
quando brilha o luar.

A lua é de sangue
pra me desmotivar.

Não gosto do vermelho,
minha horta é rosa pra rosas desabrochar.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Crianças

São as crianças, são as crianças de novo
E elas vêm
Elas nos vem observando
E elas estão nos atrapalhando
Criança, vai pro teu canto
São as crianças, são as crianças de novo

Santos, quebrados pouco a pouco
Elas vão se tornando
Tudo aquilo que hoje somos
Com esperança consertando
Os erros de seus pais toscos

São as crianças, são as crianças de novo
E elas vêm
Elas vêm nos adorando
Não fazem ideia do que estão falando
Criança, vai pro teu quarto
Não quero ouvir isso de novo

E elas são tão violentas
Criança, cadê tua pureza
Para com isso, tá querendo atenção?
Não há outra opção
Nós adultos somos obrigados a usar de agressão

Não vamos estar aqui pra sempre
Crianças, parem de chorar
Tudo vai ser diferente, daqui pra frente
Coleta esperança pra continuar

São as crianças, são as crianças novamente
Semente pro mundo fecundar
Criança, criança, criança carente
Pare agora de me humilhar
Não foi assim que eu te criei,
Foi só o videogame que te dei?
Seus amigos delinquentes?
Eu bem que sabia, nunca os aprovei
Crianças, crianças, crianças novamente

Porque o tempo corre
Voa na direção
Do fim de nossas vidas
E da nossa canção

domingo, 9 de julho de 2017

Quem será?

Quem será que me deixou assim?
Será que você acreditaria
que ela foi quem inventou a cor
com um espectro sem fim?

Quem será que me pintou assim?
Ela é um buquê cheio
sendo só mais uma flor
que o universo deu pra mim.

Quem será que me deixou
pra eu viver ainda mais feliz
sem precisar de um show
quando não é como esse alguém quis?

Quem será que se murxou
e perdeu até mesmo o sabor?
Quem será que desabrochou
pra seguir o sol pelo seu calor?

Quem será que te esqueceu?
Quem será que venceu
sua batalha pra nos derrotar?
Nunca mais vamos voltar.

sábado, 8 de julho de 2017

Nós Nunca Daríamos Certo

Foi quase um ano de tentativas.
É engraçado como é sempre na promixidade
de trezentos e sessenta e cinco dias.
Ela não era minha outra metade.

Brigávamos, como se fosse assim tão importante
que realmente déssemos certo.
Lutávamos, como se fosse até mais do que urgente
consertar tudo em pouco tempo.

Nós nunca daríamos certo,
ela recitava.

Só voltaríamos se tentássemos fazer certo,
ela reclama.

Não há qualquer chance
de que eu e ela voltemos,
eu confirmo.

Já não seria um romance,
teria amor ao menos,
eu me nego.

Nós nunca daríamos certo?

Não é verdade.
Eu fui muito duro
e não soube esperar.

Tínhamos a amizade.
Eu não fui suficientemente maduro
e sempre quis me casar.

Tamanha profanidade
de querer tanto fez crescer um muro.
Assim, nunca íamos funcionar.

Você estava verde
como as paredes do meu quarto.
Não demos certo, não era pra dar.

Nós nunca daríamos certo.

Nós nunca mais vamos dar.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

O Leão e o Leãozinho

Eu achei que tava apaixonado
por um leãozinho carinhoso
e eu tava.

Mas leão na realidade
tem uma boca grande,
come demais,
tem dentes grandes,
machuca,
e toda aquela juba.

Gosto muito de você, leãozinho,
mas tenho medo dos seus amiguinhos.

Que saudade de você, leãozinho,
onde é que eu fui parar?

Um leão de verdade,
aquelas unhas pra arranhar
e as patas gordas pra esmagar?

Sinto falta do meu leãozinho,
apesar de conseguir escapar
do seu leão de verdade,
mas, câncer, já vai chegar.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Suas Desculpas

Teu drama de ser tão diferente,
em sofrer eterno desde o início da tua existência,
seu caminhar para o eterno tão longe,
são motivos para ser tão desprezível.

E pode usar suas desculpas
mesmo quando tá realmente no ponto da morte,
nas tuas desgraças
e então me caça pra me fazer ser forte.

Podíamos ter tido cinco filhos:
e é do que sinto saudades.
E todos os textos de amor:
nadas na tua conta infernal da nossa realidade.

E destrói desde nosso anime
até meu ânimo em lembrar que você vive
depois de eu ter te matado
você continua desprezível.

Holy shit, holy shit,
vai se bloquear?
Holy shit, holy shit,
dá mais uma tuitada
Holy shit, holy shit,
ela quer ser notada.
Holy shit, holy shit,
fala que quer morrer
suas desculpas,
um grande e vazio nada.

Os detalhes das possibilidades,
das casas, da decoração,
os sonhos e toda aquela canção,
coisas que não eram verdade.

Coisa que você nunca foi,
desde o início da tua existência
mergulhada no sofrimento mentiroso.
Tu és fantasia, nunca ciência.

Tu és maresia,
nunca a areia.

Irreal que somes com o tempo,
nem me inventes
de voltar no vento.
Eu não deixaria, de qualquer jeito.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Assim Tão Interessante

“Você se impressiona com cada mistério meu, a ponto de ter uma opinião muito melhor de mim do que qualquer coisa que eu poderia realmente ser. É por isso que você nunca vai me conhecer.”

Eu sou um tipo tosco que faz rir
Sou suficientemente louco pra ser fútil
Só pra te deixar mais próxima de mim
Nem que isso signifique não ser mais eu;
Se impressione com cada mistério meu
A ponto de ter uma opinião muito melhor
Do que eu jamais poderia ser de verdade pra você
E pros poucos que acabaram por me conhecer.

Um pouquinho é o suficiente
Pra não notarem que não sou o bastante
E pra você é muito saber pouco
Porque eu preciso de um que me ache assim tão interessante
Pra ao menos ser lembrado
E se tiver uma sorte incessante
Talvez um dia ser amado

Por isso ninguém mais vai me encontrar
Deixo cada sentimento bater nas paredes no meu peito
Ecoando a solidão só aqui dentro, ninguém sabe
Ninguém nunca vai saber, mas vou merecer estar por perto
De quem eu quero, de você.

terça-feira, 4 de julho de 2017

A Moda

É um fiasco ser tão prático
a ponto de estudar para saber
sempre antes da hora
de usar qualquer saber

A moda agora é ser fútil
e não ter pra onde ir
não é de hoje que é útil
ter raiva ao invés de rir

Mas já não tá na hora
da camaradagem nos unir
já é chato lutar pelas coisas
ao invés de poder compartir

A moda agora é ser fútil
sem saber o que vem depois
o amor já parece tão inútil
mas quando ele tomar conta de nós

Haverá um tempo no qual
se sentar pra conversar será a solução
para o senhor e a senhora
digo que já é hora de chegar nessa conclusão

Deixa da moda de ser fútil
e não ter pra onde ir
o amor não é inútil
é o que irá nos unir.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

À Sua Espera

Não tenho razões
para imaginar que você
irá chegar cedo,
entre tantos dos meus bordões
você foi o que mais durou.

Mas nunca houveram razões
para me mimar
em relação a sua possibilidade
de chegar
e, no caso dela, a durabilidade
continua dúbia
como minhas ações ébias
em toda a minha vida.

Mas continua no ar
e no fogo que me queimam
e me cercam.
Continua no chão que piso
na água que tomo,
no Atlântico, no Pacífico...

A sua chance de surgir
e me pegar em seus braços
de quem quer me sentir...

A sua chance de surgir
e me deixar te pegar em mim
pra te levar daqui...

A mais remota e finita chance
de me agarrar na esperança de felicidade
faço porque você está no meu alcance.

domingo, 2 de julho de 2017

Irmãos

Andamos de mãos dadas no nosso próprio ritmo
e em três ou quatro passos já estamos no limiar
sem nem perceber que o tempo passa tão rápido,
mas é assim que estamos acostumados a andar.

O futuro brilha como o sol no horizonte
é impossível olhar para ele, mas há um molde
que nos cerca, e nós vamos sempre adiante
não importa o que esteja no caminho à frente

Oh, até o sol se pôr.
Enquanto a luz não se for
haverá sempre mais chão
e uma chama
para ascender o coração.
E uma brisa
para acalentar o calorão.
Ou uma sombra
para acalmar a confusão.
Sempre há cola
para reunir as nossas mãos.

sábado, 1 de julho de 2017

Conectados

Conectados nos seus cliques incessantes
Ancorados nas vidas super massantes
E parados sem saber do que acontece
Sem dados do que acabou de acontecer

Cegos pra caralho pela fumaça invisível
De pensamentos idiotas em cabeças vazias
Desconfigurados e disfuncionais, não é incrível?
Ninguém queria uma juventude de joãos e marias

Veja só onde nós fomos parar...

Estamos todos cansados de tanto trabalhar
Vagamos o mundo procurando estudar
Uma maneira

Desligamos nossos músculos pra poder descançar
Alugamos mil terras pra ter onde as máquinas ligar
Que rasteira

Lutamos em mil frontes pra poder conquistar
Direitos de sujeitos sem nem lugar pra morar
Que asneira

Veja só onde nós fomos parar.

Ligados por cabos em tomadas de três pinos
Viciados com nossos dedos a tocar
Esquecidos que podiam ir em outro lugar
Sem dados que a vida acabou de acabar.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

MAIS VISTOS DE JUNHO

Olar novamente.

Hoje é dia 30, o mês de Junho está pra acabar e com ele ficam no passado 33 poemas e 3 postagens de poemas mais vistos, mas isso é uma porção muito pequena do acervo de todo o blog que no momento possui 300 publicações, 301 contando essa, ao contrário do que diz o Texto Egoísta Que Ninguém Quer Ler Nº 1000, que era apenas o 40º texto do blog.

Sem mais delongas, dou início à prática de postar o top 5 de poemas mais vistos do mês!


Número 5!

Doce do Limão - 23 de Junho

Este escrevi quando estava chateado com o número de visuaizações, convidando de forma um pouco maldosa quem lesse a continuar lendo todos os poemas do blog. Dá pra perceber que minha visão dos textos presentes aqui não é lá das melhores...
Visualizações em Junho: 36.


Número 4!

Pra Que Encarnar? - 16 de Junho

Ah, os títulos chamativos e exagerados... Me encanta o fato de que textos com títulos negativos tenham visualizações mais facilmente, só que não. Esse texto é original do dia 12 de Maio de 2016, e o teor pessimista dele foi muito suavizado, pois alterei o sentido da frase "pra que encarnar" (que originalmente se referia ao sentido de "pra que nascer", sou espírita afinal de contas) para "pra que se importar tanto".
Visualizações em Junho: 39.


Número 3!

Falsos E Verdadeiros - 25 de Junho

Por mais que pareça um texto de amor, isso é exatamente o que esse texto é, mas é sobre uma amizade. De qualquer forma, você pode enviar para qualquer um que ame.
Visualizações em Junho: 42.


Número 2!

Un Corps - 28 de Junho

Sabe quando você está na rua e vê uma pessoa irresistível? Às vezes você faz amizade com ela e vai adiante, mas o próximo passo de toda amizade minha é um texto. E não é pra muitos que eu arranho o pouco de francês que posso arranhar...
Visualizações em Junho: 44.


Número 1!

Incógnita - 14 de Junho

Sempre que eu leio a primeira frase desse poema, "lidei com tanta coisa difícil", me critico pensando "é mentira", e então lembro de ler a continuação. O verso justifica a mentira, e gosto do poema, mas ele é a maior incógnita também - não faço ideia de onde surgiu a finalização dele, possuo apenas suspeitas - mas como sempre, o que vale é o que você interpreta.
Visualizações em Junho: 48.



E aí? Gostou dos mais vistos do mês? Deixa um comentário e segue as redes sociais, tem poema todo dia e eles são divulgados em todas elas assim que saem!


Até dia 31 de Julho, com mais um Top 5 de Poemas Mais Vistos.
See ya ✌

300

Dois mil e catorze,
ele acha que sabe escrever
e o faz em inglês,
porque talvez
ache que assim ninguém irá saber
mas quem não sabe é ele.

Tira o agá da gaiola,
coloca no banner do blog.
Pouco estilo, muita ambição,
mas quão pouca cara
tem teus poemas de canção.

Dois mil e quinze
e ele tem uma namorada
pra afundá-lo na depressão
e em textos sem afago.

Nomeia essa bagunça
de Café ou Cigarro
e quer dar fim à vida
até descobrir o espírito
ao qual fica acorrentado.

Tenta amar a Flor de Cerejeira,
mas cai na desistência,
como sempre faz.

Chega em dois mil e dezesseis
ainda na futulidade mainstream
num carro roxo neon pra aprender inglês.
Nasce o diário, escapa por um triz
de não fazer as pazes com o passado.

Tudo isso para em dois mil e dezessete
mudar como uma festa quando confete cai do teto
parece que todo ano precisa ser alguém diferente
mas não é isso igual a ser o mesmo de sempre?

Trezentos e aqui não é mais um cinzeiro,
mas o desgosto ainda parece o mesmo,
será que em dois mil e dezoito,
o autor consegue aposentar seu isqueiro?


Em comemoração à 300ª postagem do blog.

Veja também