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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sozinho

Carente, desabrigado.
Inocente inconformado.
Indecente mentiroso,
Doce ladrão com disfarce de criado.

Sozinho novamente,
Que grande tolo inconsequente,
Pensar no brilho do dia,
Que nunca jamais pensaria, notaria,
Jamais iria querer dizer
Mas com certeza outra vez ele amaria.

Grande tolo inconsequente.
Na noite do maior desprezo independente
Se vê inútil, frio, morno e quente.
E continua sem ninguém,
Mais uma noite,
Sozinho novamente.

Com ninguém, como merecia,
Pois uma vez pensara
Que nunca jamais pensaria, notaria,
Jamais iria querer dizer
Mas com certeza outra vez
Lembrar-te-ia...
Com certeza uma outra vez ele amaria.

Farol da Verdade

Um, dois.
Não mais que três...
Somos o revés
E o mesmo depois.

Um é um,
E o outro é o segundo
Mas em não mais que dois segundos
Nos mostramos iguais.

O charme é a ponta.
Em alguns dias,
Nos cheiramos diferentes,
Nos sentimos contentes,
Nos explodimos, completamente inconsequentes.

Me adota, é urgente
Preciso de uma foice
Preciso de um colo
Preciso do dois
Da minha primeira parte...

De acordo com a medicina
Você é minha parceria
De acordo com a astrologia
A gente se completa
Está repleta de sadismo
Nossa intensa remediação
Companhia de domingo,
Companhia de abrigo,
Posto de gasolina,
Me enche, me adota, me mima.

Um, dois.
Não mais que três.
Somos o revés
E o mesmo depois.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Retrocesso

Consegues notar meu retrocesso?
Lento, uniforme, de pouco em pouco
Retornando à forma original.
Tomando-se novamente pela luxuria
Pelo incerto acima da certeza,
Para o escuro do dia após as noites em claro.
É tanta volúpia.

Consegues notar meu retrocesso?
A escassez das divindades
Os assuntos pagãos
As incertezas de sempre?
Nenhuma novidade.
Estava escrito.
Pelo menos agora creio que algo há.
E isso é um avanço
Mas nem tal poder tecnológico
Impede o retrocesso.

Vamos ver o filme novamente?
Escorpianos, os dedos mais hábeis na arte de rebobinar
E também de masturbar, obviamente,
Senta, pois lá vem história.

Reinaugurar a praça de visitações ou declarar falência?

Treva, assombros, profundas depressões,
Teu lar.

Café, mentira, agressões e nicotina,
Quantas noites passastes por aqui
Já és mais também a tua hospedaria.

A Terra do Nunca é na verdade uma promessa
Que nunca alcançaremos.

Me pergunto se vale a pena voltar
Ou se deixamos como está.

Se alegas não sentir de mim falta alguma
Que ganharíamos senão gozos falsos,
Mentiras de altares,
Que lucraríamos?

Não sei
Só sei que não quero por mais nada na conta.

Então me contes
Qual és tua opinião?

Seja boazinha, Alice.

Fuja, Tinker Bell! Para a Terra do Nunca!

Breve

Quando em dia e noite e dia acordado
Sou um bêbado sonolento
Tão breve, absurdo, taurino, seco.
Nem mais sou homem, nem viado.

Sou isso,
E nada além disso:
Breve.

Passa-se o verão e o sol, o inverno e a neve,
Mas após uma noite não dormida,
Pulo décadas.

Entre amores, términos, espinhos e pétalas
Faço meus piores inimigos
E colho também novas margaridas.

Mas desta vez, breve,
Não tenho nada a oferecer.
Nada além da insanidade escondida
Que se manifesta, mas é insana,
Deveria se manter escondida.

Mas agora já foi. Breve.
Como devia de ser.

E depois de passar o verão e o sol, o inverno e a neve
Acordo e sinto insolação, frio e vêm breve
A mais justa e merecida solidão.

"Café,"

Quando eu era pequena,
Eu amava o cheiro quente e salgado
Do café sendo feito na hora.
Eu seguia aquele cheiro até o copo
Só para não prová-lo.
Descobri uma vez
O quão diferente era o gosto
E passei a ignorá-lo.
O cheiro me bastava.
E pouco a pouco
Foi morrendo a magia.
Eu bebo café às vezes,
Não tem graça.
O gosto,
O cheiro já nem importa mais.
A efemeridade do prazer
Ficou no ar da minha infância.

Chega

Eu juro que não quis nunca ter começado nada disto
Em nenhum momento planejei a dor causada
Mas agora causei e ela hei de ser justamente vingada.

Mais um coração riscado verticalmente
Despedaçado em cacos.
Um por causa do outro e o outro por causa do primeiro.
E assim a vida vai e vem o caos.

Mas não importa, porque agora não comecei-vos nada.
Vivei-vos livremente até a hora de sermos aprisionados,
E abram alas.
Novas ideias e conceitos limpos e bonitos criei-vos,
Novos laços de apenas um sentimento implantei-vos.
Prazeres, longe de mim amores.
Ainda tenho pais muito bem vivos.
Representei-vos finalmente sem produtor nosso grande teatro
E quem sabe um sexo à quatro?

Este é apenas um dia a mais para a morte,
Contei-vos agora assim, certo,
E usei-vos melhor a vida, apliquei-vos Marte.

Vida Maldita

E eu lá imaginaria
A esta altura
Encher-me de ciúmes
Esperando alegria?

Amante

Sei eu de por quem sinto amor
E esta palavra nunca me serviu de rótulo
Algumas vezes de obstáculo.

Nós seres mortais
Tanto fazemos e pouco pensamos,
Nós, seres imorais,
Tanto fazemos, tanto sentimos, tanto pensamos,
Não sabemos nem a certa ordem.

E como todo bom amante
Desejo que vivas a felicidade
E como todo bom amante
Me tomo as dores em silêncio
E torno novamente
Caso seja necessário.

Alegamos ser poetas que não sabem amar,
Mas na verdade somos amantes que não sabem ser poetas.

Que canções são canções para qualquer banda de boate?

terça-feira, 28 de julho de 2015

Canal Sensacionalista

Vamos ver se me serve ficar quieto
Ou serve-me apenas para encher cinzeiros
Vamos ver se melhora a situação
Deixar de dar carvão para teu ego queimar
Por algum acaso tens Marte em Escorpião?

Que grande falácia.
Que inútil tentar.
Que desprezível me sinto
A cada suspiro do teu ódio
Porque não te entendem,
Porque não te gostam.
Que grande dor,
Alega que não digo o que sinto
Mas se quando sinto serve-te de pilha
E teu controle remoto liga no canal sensacionalista,
Prefiro deixá-lo descarregado.
Prefiro deixar-te no silêncio
Porque não entendo como te fazer ver
Que eres completamente entendida
Mas que és absurda muitas vezes,
Que ainda és uma criança.
Que ofensa te digo ao te dizer a verdade
Se ela conto apenas a ti,
Se a verdade é nosso selo de maturidade
E o que pode nos manter juntos
É exatamente essa sincera lealdade.

Eu jamais deveria tê-la abandonada
Eu percebi a aura de loucura em sua casa
Fechada e mal-tapada, sem ninguém para ter
Nem motivo para ranger teus dentes.
É motivo suficiente para ter a maldita vontade
Mas não precisas implantar o caos.
Precisas dar ouvido à ruindade da sua mente?
Precisas parar para pensar e afastar a tristeza
Tudo que tens, tudo que conquistas,
Tudo te pertence enquanto bem vigia.
Mas tudo que plantas, tudo que amaldiçoa,
Sabendo muito bem que o destino é uma vadia
Pronta para fazer tudo que tu pagares.
E sendo a tua moeda de escambo a tua boca,
E a tua boca hoje amaldiçoa.
E a tua mão, também, outra moeda,
A tua mão hoje planta ervas-daninha.

I am no happy I am sick

Obstáculo

É chegado o momento do drama do dia-sim, dia-não.
E eu aqui preocupado com a brilhante chegada da lua-cheia,
E tu aí, ignorante das minhas preocupações.
Vem de novo com teu drama mal pensado e tuas facas já tão sujas
Os fios de nossas conexões não aguentam mais os esparadrapos.
Ó, amor, se me amas, porque não me convéns?
Se me amas, porque não me entretém?
Se me amas, porque não acordas e deixa-nos viver em paz?
Se tanto me amas e do que eu mais, porque fastes de tanto,
No momento da intriga pões tuas chantagens,
E da reconciliação não te desculpas, nada fazes,
E porque tão pouco nos alimenta a alma,
Porque tanto desfazes? Porque tanto brigas?
Que tanto que se distrai?
Se ainda houvesse alguém para trair-te,
Ou alguém para lhe largar por qualquer motivo,
Tens quem te ama e cuida, e prometes guerra ao desconhecido
"Se não me vens, desfaço nossos vínculos."
Mesmo quando ameaças, te entendo, te satisfaço.
Mas quando torna a mim a necessidade de algo,
Me acolha e guarde, e não me ataque argumentos toscos
Enganastes se pensas que sou um palhaço.
Quando um não quer, dois não fazem...
Quando um quer e força o outro,
Dois não fazem, ou ambos se desfazem.
Que assim seja a regra, que assim se faça a paz,
Ou que assim se institua a guerra...
Se não queres um nem outro, pra mim tanto faz.

Falácia

E este amor, todo pretensioso, que me pregas?
Imagino o que te passas na cabeça e no coração
Ao martelar tua placa à pregos tortos no meu
E me dizer contra minha vontade que devo fazer
Tanto carinho para que logo implante a maldição
E penso, de verdade, que sejas minha rendição
Que faço, de verdade, meu pior caminho,
Trilheis nossos passos para o abismo da solidão.
Te amo e cada dia mais tu me torturas
Desvinculando-me do clarão, voltei-vos então.
Volvei à escuridão.

Querer X Tendência

Queria cantar as coisas boas
Mas não as vejo.
Queria cantar as coisas boas que fiz
Mas não as faço.
Queria cantar as coisas boas que existem
Mas não as presencio tanto.

Que coisas boas um quarto e uma sala de estar
Quais maravilhas eles podem mostrar?
Não sei o que me falta, nem sei se falta,
Não sei como fazer, nem ao menos como cantar
E se eu tento, eu paro, porque tendo a afundar.
Por que eu tendo a afundar?

Is this true?

"You tear me down like Roger Moore
"I cheated myself
"Like I knew I would
"I told you, I was trouble
"You know that I'm no good"

Is this true?
You're my death,
You're my curse?
Or is this untrue,
But without you
I'm so good,

You're so well
We're fine, so what?
We're cursed by birth
We can be alone
But never together
Never, never, never...

Is this true?
Because when I think about you
I'm so sick
Or am I depressed and you just show me more about myself
Or am I mad, or am I sick every damn time of my life?

What do I do?

I was so happy and now I feel guilty,
Or am I just crazy?
Or am I just so sick?
I don't wanna pay those bills...
I didn't mean to buy it, I swear,

I didn't mean that. Did I?

Ainda Não é o Momento Certo

Esqueço-me de olhar para dentro.
A noite é amiga para a introspecção
Nas noites de lua minguante.
E o dia de luz intensa da crescente
Dói mais para pensar no passado.
Comecei-vos o novo, por favor,
Querido cérebro, viva o hoje,
Por favor, olhos, recolha suas lágrimas.
Por favor, mente, não é das dores
Que eu desejo que se alimente.
Por favor, espírito, não tragas a ti mesmo
Assim tantas contas, e esses tantos amores
Pra que tu necessitas?
Olhei-vos na lua cheia nossas coisas feitas
Mas como se enquanto ela nos deixa fazer
Tu te deparas com tanto que não se deparou
Quando ela nos pedia todas as desfeitas
Limpa-te da sujeira no próximo mês.
No próximo mês, querida alma.
No próximo mês, querido karma.
No próximo, por favor, cérebro,
Por favor, tenha calma.

Que escorpiano serve para sociopata?

Não me lembro teu mapa astral
Não imagino como se sentes
Não faço ideia de quanto tens
Nem do que mais pretendes

Temo por sua partida
E temo ainda mais seu retorno
Se eu já desisti de ir
E me dei outra chance por medo
Eu tenho tanto a perder
E quanto tenho a ganhar?
E de que o ganho importa
Quando estou cada dia mais perto
E posso ver entre as névoas a frente
Sua imagem tão bela
Pronta para dizer que está pronta
E não precisará mais de mim
E agora foges, até o fôlego pedir chega
Mas por enquanto não adianta mentir
Tu vais olhar pra trás para sempre
Assim como eu tenho que fazer porque sei
A culpa é toda minha,
E toda conquista de nada vale
Se feita por cima da melodia da verdade
Da melodia dos outros.
Vivei-vos longe, compostos pelo sufoco.
Vivei-vos desconexos, naturalmente complexos
Mas cheios de defeitos podres

Eu sei, eu não deveria,
Mas eu quero.
De que vale escrever
Se quando fazê-lo vai querer esconder
Os seus mais primitivos instintos?
Eu não deveria,
Mas eu tenho necessidade.
Eu sempre vou destruir
Porque minha natureza é reconstrutora
Mas o sistema já está completamente infectado
Então que mais eu faço
Se não parte dele ao criar todos os impuros desfechos
Para todos os ódios, para todos os meus amores
Para todos que amo, e para todos que odeio.
E quem eu odeio de verdade?

Se sou sociopata,
Manipulador, psicopata,
Com traços sérios de esquizofrenia
E bipolaridade.
Se sofro de depressão profunda
E sou manipulado por outra doente mental.
Que ganhei deste mundo
Se não um imenso karma pintado de vida?

Eu sei, eu não deveria ter feito isso
Mas eu sou tão insano
Quanto sou sensato.
E tão vampiro psíquico quanto bom samaritano
Eu sou tão doente quanto alegas
Como sou inútil para reparar
Como manda minha natureza.

De vez em quando são

De vez em quando tu voltas,
Sanidade.
De vez em quando me dominas
A saudade.

Me vem à cabeça quanta conta deixei a pagar
Deixando-te ao fundo do mar nos pesos da praga
A praga encarnada do amor que não se vai
Me desculpas pela loucura na qual te deixei
Me desculpas por não voltar na sanidade,
E deixar o karma acumular em cada segundo de dor
Eu sinto a mesma, e não sinto nenhuma,
Tu conheces minha lua.

Me desculpas pela loucura que te apresentei
Se não deixaria ela enlouquecer nós dois
A lágrima agora escorre
O tempo nos veste armaduras
Mas nunca esquecemos
O tempo nos veste armaduras
Mas mesmo sendo Gêmeos
Dói porque nunca esqueço

Meus passos criam fios imaginários
Quais estão amarrados à minha razão
Qual não existe em tempo algum
Afinal de contas, sempre torno a tropeçar
Nos cordões confusos que desenho à frente
Eu escolho meu destino em meu passado
A começar, a terminar,
Destino, te escolho sempre da pior maneira
Tanto que abandono
Tantos cheiros...
Tantos colos...
Tantas facas cravadas em quem amo
E carinhos no semblante dos que odeio.

Tanta insanidade,
Tenho nostalgia.
Tenho sanidade
Quando me tomo por agonia.
A vida é a totalidade dos nossos absurdos,
Então não nos encontremos nunca mais
E ambos continuem a chorar, surdos para a razão
Surdos a esfaquear nossos corações
Mudos a engolir nossas maldições
Cegos a afastar cada beijo
Com os corações sendo banhados de prata
Para que nada nunca mais adentre
Para que nada nunca mais o sinta
Tanto que tanto sentistes vês que não mais sentes tal hora


E o tempo, amor, o tempo deixa que ele ventes.

domingo, 26 de julho de 2015

Análise de Natalidade

Esta natalidade é uma merda
Mapeá-la é adentrar a selva
Fico furioso com a injustiça.
Ter nascido no Sol escaldante,
Com esta bosta de ascendente,
Numa Lua que não sei se sou de puteiro ou sou de missa.

Infeliz situação,
Ser profundo, com o Mercúrio em Escorpião,
E raso como um duas-caras.
Atitude mundana e perfeccionista
Desistência escorpiana de raiz
E alma venusiana colocada em Libra.

Que mais me faltava
Tendo o ar, o fogo, a terra e a água?
Que mais tu ainda queres?
Se nem pretendendo ser Touro
Sou tanto de aquário quanto de ouro,
Surto saturniano ligado à Áries.

Me dê profundidade, órbita lunar.
E muita coragem, ó Vênus material.
Dê-me paciência, Senhor do Tempo,
E deixe-me orbitar
Que venha a Era de Aquário,
Para que a Era de Peixes ascenda ao longínquo horizonte no mar.

Me mantenha afastado da possessividade, ó Apolo,
Que não me faltem amigos pela máscara,
Mas menos que acham chato essa cara de Sagitário.

Que não me restem motivos pra continuar,
Sejam escassos os de terminar,
E inúmeros os momentos de amor,
Amor, tanto d'água quanto do ar.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Definições de Primeiro Grau

Perseverança:
Palavra mancomunada com o demônio.

Desistência:
Senha para abrir os portões do Inferno.

Depressão:
Estado de glória de legiões de demônios sobre um corpo.

Renascer:
Guerra contra o coisa-ruim.

Perseverar:
Destituir a mancomunação do Diabo com a esperança.

Sucesso:
Estar em paz.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Afrodite e Hermes





Deuses Gregos,
                      

Voando em sonhos

Estar em casa parado,
Voando em sonhos.
Voando em sonhos, amigo.
Amigo, voando em sonhos.
Eu quero mais sonhos,
E fantasias.
Voando em sonhos, amigo.
Voando em sonhos.

Quero dormir das vinte e três às sete e meia,
da meia noite às nove horas.
Quero estar, amigo,
Voando em sonhos.

Juventude

Estar em um outro lugar
Em qualquer outra casa, garagem ou sala de estar
Não me apetece, não me pertence extravasar
Tal qual um câncer se aloja,
Uma nota retrata meu lar.

Não devo me mudar
Nem hoje, nem amanhã, nem semana que vem,
O que tem pra hoje é aguardar.
Tal qual um câncer se aloja,
Uma nota retrata meu lar.

Uma mudança esperada,
Um degrau alcançado,
Uma etapa ultrapassada,
Demora, requer esforço e demanda.

Tal qual uma afta queimada,
É hidratação o que falta.
É tempo que me resta
E energia de sobra,
É dinheiro o que falta.

E tempo, tempo, tempo...
O tempo esbanja tempo,
É tempo que nunca acaba.
E a juventude que o mundo precisa
Não me pertence, não me agrada.
E o financeiro me atrasa
Mas a experiência enche o bolso
Com o tempo, o tempo que nunca acaba.

E na velhice, tempo me falta, energia requiria,
E dinheiro, é tudo que tenho.
Ei, vida de chatice mal lavada,
Criança não dança, mas também não é disso que venho,
Falo da herança, aquela prometida, tanto talento,
Não sei onde enfio.

E tempo, tempo, tempo...
Tal qual um vírus se instala,
Tarefa feita é alento de pouco tempo
Porque logo contemplo a rotina
De novo, outra vez, completamente estagnada.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Correção

Me corrija se eu estiver errado,
Mas em todos esses anos, alguma de nossas brigas nos separou?
E em todos esses meses, algum desentendimento não foi resolvido no quarto?

Já nos faltou ovo, miojo ou café?
Nossa fé já foi abalada, esmagada ou atropelada por outro sentimento?
E tudo que fizemos foi em vão ou estamos lutando por algo?
Quando o carro quebrou continuamos a pé?

Se tava frio, eu te esquentei?
Se tava calor, abanei?
Por algum caso eu te deixei, troquei, ou simplesmente roubei no início de tudo?
Todos os passos tiveram cachorro e gato de acompanhamento,
Aos pés, carinhos, massagens, a vida é um cubo
Você vai até ali e faz o que quiser
Mas um dia tem que contornar seu caminho de novo
E se resolver tudo aquilo que fizer
Ou que já tenha feito há muito tempo, muito tempo atrás.

Já perdemos todos os amigos?
Já choramos sábados e domingos?
O tédio já nos tomou durante a segunda-feira?
Ou eu estou enganado, enganado,
E nunca nos faltou nada pro bom agrado?

Então, meu amor, meu amor
E o bom louvor de toda essa boa vida,
A planta de hoje é o bom fruto de amanhã
E eu não lembro de ter te feito nenhum mal,
Nenhum mal, meu amor
Então fechando os olhos, o tempo bom virá
Pela manhã, ao anoitecer, o amanhecer logo virá
E o entardecer reserva muitas surpresas,
A vida, meu amor, é cheia de coisas ruins,
Mas tem muitas belezas.

So when the dark times come it's time to look inside of you.
The past is full of rosebuds waiting for you to reach 'em
And start, baby, every path till your destiny and make those dreams come true.

terça-feira, 7 de julho de 2015

A Inquietação da Ignorância

Eu sou um ignorante. Tenho por todos os meios conhecimento de sobra para absorver. No entanto, como um geminiano insalubre, eu me fecho à superficialidade total, e ignoro minha habilidade natural de investigação profunda dos fatos. Sou, porém, um inquieto. Tenho fome de conhecimento e de novidades. Mas a Lua em Gêmeos está lá. Me sinto incomodado em continuar, aprofundar os saberes. Contentar com pouco é uma maldição. Um podcast sobre o assunto me basta, e não pode ser assim. Um dia inteiro de vídeos sobre algumas partes da área do conhecimento me bastam, e não pode ser assim.
O problema talvez seja a falta de foco. O não saber para onde ir. A inquietação vem da própria quietude. A falta de projetos, a falta de ambições e principalmente a falta de ação. O Ascendente em Sagitário clama pela aventura, pela viagem, pelo conhecimento das novas paisagens, e o que eu faço? A paisagem da varanda me basta quando a inquietude me consome, e eu tremo pelo movimento, querendo algo, qualquer coisa, que cesse a ansiedade.
Eu preciso de projetos novos, escrever não me sacia mais as ânsias. Jamais me cessou a agonia, eu sou um ansioso por natureza. Todos os meus problemas são arianos, a irritabilidade, a impulsividade, e o desejo por algo que me é estranho executar sempre. Querer algo de imediato, mas não ter conhecimento sobre o que é. Não me contentar nunca com o que tenho, mas não reclamar algo novo específico. Não sei do que preciso e não sei do que me incomoda de verdade. Minha vida é um enigma. Talvez esteja intrínseco ao que eu sou um mistério, um além, algo que não faça parte deste mundo. Algo que não faça parte desta esfera da realidade, pois sinto e não sei descrever. Talvez meu propósito neste mundo seja muito grande, e ao mesmo tempo muito pequeno para o hoje. Sinto, no entanto, que é algo grande. Mas ao mesmo tempo, apenas por ser meu destino, assim sinto que é maior do que realmente é, apenas por ser meu propósito. Não sei.
A inquietude da ignorância, porém, prevalece. E não sei continuar, ainda, meus estudos no aprofundamento. Quero ser mais escorpiano e menos Lua. Quero ser mais Sol e Ascendente do que sou Gêmeos. Quero evoluir. E vou me aprofundar neste assunto de evolução? Apenas Saturno me dirá. Meu objetivo é libriano.

domingo, 5 de julho de 2015

Superpoder: Ignorância

Ele se aproximou de mim com aquele ar desprezível de quem quer provocar. Falava anteriormente de heróis e lendas urbanas, e eu prestava atenção de canto enquanto escrevia cenas soltas do meu livro. Perguntou-me "qual seu superpoder?".
"Ignorar você", respondi, com a voz limpa, sem desviar os olhos do computador.
Seu riso me pareceu de controvérsia. Sua mãe, que costurava à mesa, gargalhou dizendo "Viu? Quem fala o que quer..."
Eu realmente não dou a mínima para nada disso. Não tive maldade em minha resposta, mas pareceu-me que pensaram que eu estava a fim de causar o caos com minha passividade. No final das contas, as pessoas sempre, realmente, falam o que querem e, apesar de temerem ouvir do que lhes desgosta, não têm vergonha de falar. O problema é que elas nunca estão esperando a controvérsia, querem atenção e se irritam quando percebem que estão sendo completamente irrelevantes. Querem somar novos ouvidos ao seu redor, para que possam discursar e serem aplaudidos de pé. Eu com certeza não sou o tipo de pessoa que aplaude a mesquinharia alheia, e não serei capturado por aqueles que desconsidero dignos de aplauso. Aqueles que me agradam sempre são bajulados, eu devo ter algo de libriano nesse quesito, sou propenso a puxar o saco, mas só de quem eu gosto. Por outro lado, mesmo eu sendo o puro representante do zero à esquerda, a ignorância se faz meu poder. Ignorar é a maior arma de qualquer um. Apesar de me acusarem de ter como maior temor não ser reconhecido pelo que faço, não sou o único. Ignorar é uma arma poderosa. E pode ser um artefato de provocação. Alimenta os bullies e preenche o ego dos ignorantes. É algo digno de ser usado com sabedoria, e a apatia lhe é boa substituta para evitar problemas, então, lembre-se de notar quando é ignorar o necessário, pois ignorar é um grande poder. E com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.

Marlboro

Em casa, sem juízo, cheio de tesão
O mundo gira em vão, eu sei
Todo mundo quer ganhar
A roda da fortuna não favorece ninguém
E todo mundo é gay
E todo mundo quer se safar
Mas a roda da fortuna só para em quem estiver disposto a apanhar

Eu vou ficar em casa, sem juízo,
Que se acumule o tesão
Vou ascender meu Marlboro e assistir Kill Bill pela milésima vez
Não importa o quão é cedo
Sempre dá tempo de lembrar o que foi que você fez
E a liberdade está descrita como a soltura de todas as prisões
Eu vou escrever quantos refrões forem necessários,
Seja lá pra onde formos
Marlboro vou comprar
Os vícios são diários
E não tem como escapar mais...
A vontade se foi pra sempre
Nunca mais

E eu vou ficar em casa sem juízo
Que se acumule a sujeira e as baganas de cigarro
Que se acumulem os banhos não tomados
E todos os sonhos afogados bem fundo e sem volta
Que se crucifiquem os anjos de minha guarda
Com tantas blasfêmias pintadas na parede
Com uma rede pendurada e um baseado aceso
Só mais cigarro antes e depois
E um copo de coca
A parede já não é mais verde
Vermelho sangue nº 2

Seja lá o que eu vá fazer
Eu vou ter de ter
No começo do meu dia
Pro resto da minha vida
Marlboro pra valer dessa vez
Não se preocupe,
Pois eu não vou mais me esquecer.

Sagitário

Em três terços ela se resume
O primeiro te impressiona
O segundo te enche o saco
E o terceiro te afasta
Essa é a pessoa sagitariana

Ela não liga pra nada
Vai, fala, pouco importa
Um dia volta, ela não sabe
Vai, fala, pouco importa
Um dia volta, mas foda-se
Quem se importa?

Combina com leão, como?
A aventura é o seu sangue,
Mas só se for conveniente
E a preguiça?
E a boa vontade que lhe falta?
O bom coração da água some
Na presença de um tal de signo de fogo
Louco e indigno de compaixão
E cheio de vontade
Enchente de sucessos e sorte
Mas quando dá pra ter azar
A culpa é do outro, a culpa é do seu ar

Só água, só água pra apagar esse fogo
O ascendente em escorpião, um rapper famoso,
Uma namorada virginiana
É só terra, só terra pra não se sufocar
Se deixar no ar, se deixar no ar
Prepara o armamento, Sagitário
O fogo vai se alastrar

Combina com a aríete e a flecha no coração
Ariana pra ariar a panela do alazão
Você não sabe de nada, Sagitariano
E vai acabar rico mesmo assim,
Onde está a casa de Plutão?
Agora fique longe desse escorpião
Fique bem longe desse escorpião

Ela não liga pra nada
Vai, fala, pouco importa
Um dia volta, ela não sabe
Vai, fala, pouco importa
Um dia volta, mas foda-se
Quem se importa?
O bom coração do escorpião.

4K

O amor que eu sinto é digno de plateia
Um aglomerado de promessas bonitas
Com muitas palavras feias
Sou um rei entre as plebeias
Sou o dono de todas as coisas perfeitas
E todos os dias românticos
E os incríveis passos ao por do sol
E as maiores baladas na noite
Eu sou o efeito máximo do álcool
A escalada do mais alto monte

Meu grito de amor é alto
Som digital com alcance sobrenatural
E o meu anel de casamento é grande
Projetado em 4K

O meu quarto é preto, cheio de lances de escadas
Você só sobe entre cortinas vermelhas
E chega ao paraíso lentamente
Mas que língua mais demorada
Um degrau de cada vez

Que baita declaração
Uma xícara de café ao amanhecer
Um ovo frito e dois pedaços de bacon
E ao entardecer uma nova história
Uma azaração, turn it on!

Meu grito é alto
Som digital com alcance sobrenatural
E o meu anel de casamento é grande
Projetado em 4K.

Stëgno

Estar parado é não fluir, não andar, não ir pra frente. Ser hoje exatamente o que se foi ontem e amanhã continuar igual. Estagnado é como se fica quando se perde a energia e não se pode mais mover. A agonia de nadar os sete mares em círculos, sem ter aos olhos sequer uma ilha ou tempestade, é tudo sempre igual. E não existe terra firme. E não se quer afundar. Não se quer desistir. Um cubo transparente onde se está aprisionado e não se pode ultrapassar. O que fazer? Pra onde ir? Uma prisão escura com um quadrado que te faz lembrar do sol todas as manhãs, tempos felizes e fluidos, mas nenhuma esperança de encontrá-lo novamente em liberdade. E as histórias do ano passado e retrasado, será que voltarão a ser escritas ainda este ano? Ou ano que vem, e neste ano novo, teremos foguetes outra vez? Que imagem o destino nos reserva? Que figura desforme se pode avistar dentre a neblina que tranca os pulmões hoje? No que se irá findar, então? Irei jamais saber? Ou estagno é o que pra sempre tudo sei?

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Segunda Carta de Larisse

Eu mereço alguém que não desista de mim mesmo quando já não tem interesse.Mereço alguém que não me faça promessas de envelhecer comigo, mas que realmente queira estar do meu lado. Mereço alguém que se orgulhe do que escrevo, que me faça ser mais amiga dos meus amigos e mais irmã dos meus irmãos.Mereço alguém que nunca abandone a conversa mesmo quando eu não sei mais o que dizer. Alguém que, nos jantares entre os amigos, dispute comigo para contar primeiro como nos conhecemos.Mereço alguém que goste de conduzir para nos revezarmos em longas viagens. Mereço alguém disposto a conferir se a porta está fechada e a máquina de café desligada, se o meu rosto está aborrecido ou esperançoso. Mereço alguém que prove que amar não é contrato, que o amor não termina com os nossos erros. Alguém que não se irrite com a minha ansiedade.Mereço alguém que possa criar toda uma linguagem cifrada para que ninguém nos recrimine. Alguém que arranje bilhetes para um concerto de repente, que me sequestre e me leve ao cinema, que cheire o meu corpo suado como se ainda fosse perfume.Mereço alguém que não largue as mãos dadas comigo. Mereço alguém que me olhe demoradamente quando estou distraída, que olhe no fundo dos meus olhos e me diga "eu te amo", que me telefone para narrar como foi o seu dia. Mereço alguém que procure um espaço acolchoado no meu peito para repousar. Alguém cuja única mentira que me conte seja de que cozinhou o jantar e só diga a verdade depois de eu ter comido.Mereço alguém que tenha uma risada tão bonita que terei sempre vontade de ser engraçada. Mereço alguém que comente a sua dor com respeito e ouça a minha dor com interesse. Mereço alguém que não se perturbe com o que as pessoas pensam a nosso respeito. Mereço alguém que seja divertido nos momentos de alegria mas que não perca a doçura nos momentos de tristeza. Mereço alguém que goste de passar o domingo em casa, acordar tarde e andar de chinelos, e que me pergunte o tempo antes de olhar para as janelas. Mereço alguém que me ensine a me amar porque a separação apenas me vem ensinando a me destruir.Mereço alguém que tenha pressa de mim, que deseje a eternidade comigo, que chegue rápido, que largue o casaco no sofá e não seja educado a ponto de estendê-lo. Mereço encontrar alguém que me faça de novo sentir que sou plenamente necessária e cada vez mais tenho certeza que essa pessoa esta comigo. Bom dia ♥
Escrito por L. P. Martins

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Amor

Aquela velha história do poeta que não sabe falar de amor
Mas e que poeta ama se todo poeta é um enganador?
Assim como eu, assim como ela, e como todo mundo
O que melhor todos falam é de sua dor

E eu não sei...
Eu não sei...
Eu não sei chorar
Eu não sei...
Eu não sei...
Não sei amar

Aquela longa história das nossas vidas, aqueles textos trocados
Aquelas palavras vazias sobre um trailer, uma viagem, um lago
Aquelas vidas que criamos, a imaginação, tudo que não deu em nada
Eu não sei...

E todos os nossos filhos, os Nemos e os numerosos Marlins e Corais Jr.
Os nossos cachorros, gatos, o hamster que vivia no banheiro e a cobra amarela no império de vidro
Todo o trabalho, todo aquele dinheiro, nossa casa pequena de paredes de madeira,
Quantas coisas vão ficar pra trás porque o poeta não sabe amar
E não escreve cartas, não se presta nem ao menos pra ligar,
Tudo por água abaixo, tudo indo de mal a pior, e a noite vai ficando fria
Os espaços são cada vez mais apertados, e os tempos sem você maiores,
As saudades de como você sorria e as memórias de como é linda

Eu não sei...
Eu não sei...
Não faço ideia de como chorar
Eu não sei
E nunca saberei
Jamais vou lembrar...

Mas no tempo mais remoto que chego pensando à noite,
Seu olhar se cruza com o meu pela primeira vez
E em todos os açoites da nostalgia, você estava em meu colo,
E as palavras ficam bonitas quando a dor é assim...
Porque o poeta nada mais é que um sofredor,
E se então você está aqui sendo contemplada no escuro,
Sentir dor na saudade por você é tudo o que eu conheço por amor.

Eu não sei...
Ainda não sei
Não sei chorar
Quem sabe eu sei
Talvez eu saiba
Como se faz pra te amar...

Down

Feel the sun over
Swim the skies
Float the seas
And ride your life over

Have a little patience
Do it all and go
Now take a little rest
And do it all again

Take a little breath
Try a little harder
Take aim and be nice
Walk all over the places
And see a little more
You gotta make some noise
Just don't give up unless
And just unless
That's the perfect shot

Take aim and be nice
Take aim and be bold
Take time and be that
Just whatever you can
Do whatever you want
Just be nice, but be bold
And never give up,
Never, unless my friend
That's the perfect shot
Unless that's the perfect shot

So do it all over
And over again

Baby You're Just a Bitch

You didn't get it when I said
I don't like you
Now I let it clear and I say it
Baby you're just a bitch

Bitch, bitch, bitch

Now I'm going to teach yea
You date one, two, three,
You have to do it right
You're playing a game of fools
So you can't cry anymore
If big girls don't cry
Big bitches like yea do it even less

Baby you're just a bitch, bitch, bitch

You have to be clear with yourself
What do you want, my dear?
Then you start acting and pretend you just don't care
But baby, never forget what you are
And baby you're just a bitch, bitch, bitch.

Then don't ask me or another boys to tell you about the stars
Let me and my good girls alone
I want to tell beautiful words to my honeys
Now let's let something clear
Baby you're just bitch, bitch, bitch
Closed case

Money

Dinheiro, dê o fora.
Um bom emprego e vai embora...

Dinheiro, é um incentivo.
Agarre com toda a força e o guarde vivo.

Dinheiro! Volte aqui...
I'm all right, Jack, keep your hands off of my stack

Dinheiro! É um hit de sucesso
Não tem essa história de fazer o bem
Meu cartão está platinado como a minha cama
E acho que eu preciso de um jatinho.

DINHEIRO! É um crime!

Money... so they say
É a raiz de toda a podridão hoje em dia.

Dinheiro, dinheiro.
Minta por ele,
Espione por ele,
Mate por ele,
Morra por ele.

Você chama de confiança o que eu digo que é apenas ambição e luxúria
Você está no jogo do Diabo.
Eles não estão nem aí, eles farão qualquer coisa por dinheiro,
Qualquer coisa.

Você vai à Igreja, lê sua Palavra Sagrada, no seu esquema vital,
É tudo um absurdo.
Eles não estão nem aí, eles farão qualquer coisa por dinheiro,
Qualquer coisa.

Um herói levando uma bandeira,
Uma milícia levando um distintivo,
Uma raridade chamada "apenas poucos",
Eu nunca iria tentar te enganar, amigo,
Mas você está lutando na guerra ao lado do Demônio.

Se me mostrarem o monte, então eu pego o dinheiro.
Se me mandarem chorar por ele, então eu fingirei.
Se me alcançarem o contrato, então eu o assinarei.
Se me estenderem uma mão, então eu a apertarei.
Você fará qualquer coisa por dinheiro.
Qualquer coisa.
Qualquer coisa.
Qualquer coisa por dinheiro.
Mentiria, espiaria, mataria e morreria.
Até venderia sua alma pro Diabo.

Créditos: Money, Pink Floyd e Money, Michael Jackson.

Abraço

A mão do seu irmão te passando as costas
Forma-se um abraço de verdade
Das encostas do rio nilo levanta-se a canção
O tempo te levará tudo menos a saudade
E o demônio pode assolar toda sua vida
Mas nada segurará os braços do teu irmão

(Neste abraço) deixa o mundo parar
(Neste abraço) deixa todo mundo gritar
(Neste abraço) ninguém vai parar
Mas quando o mundo inteiro se calar
Não restará um só dia em que arrependimento bata
E é cada abraço não dado que você irá lembrar
Então neste abraço deixa o mundo parar
(Neste abraço) deixa todo mundo enlouquecer
Porque o mundo não vai se calar
Enquanto o irmão estiver aqui ele vai te lembrar
E as canções da nova vida irão ser cantadas
E o mundo inteiro irá ouvir a vitória
Mas enquanto ela não chega, irmão, lembra do abraço
E deixa todo mundo gritar
(Este abraço) não deixa pra amanhã!

O que será, Vida?

Que será que guardas pra mim, vida?
Um plano misterioso?
Um desgaste contínuo aos poucos?
Um desafio perigoso?
Um ultraje, um paraíso ou um buraco malcheiroso?

Eu apostaria em algo valioso
Porém nada de valor em tão pouca prova
E tanta desesperança ansiosa
Que fareis se no fim fosse errado tudo que fizestes, pobre homem?
E se são os termos da conquista outros?
As músicas, os filmes, as pinturas,
Devia os ter pintado diferente?
E os morenos, será que deveriam ter sido louros?

Os pretos trocado pelos brancos?

E se no fim tudo estiver tão certo quanto o vão
E realmente houver nada
Haverá apenas uma inversão
E todos os cigarros se reascenderão
Pois nada tereis perdido ou pagarás
E tudo terá sido vazio, então?

Os loucos se chamariam os sãos

E se o fim está próximo
E a recompensa é valiosa
E o pós-mundo,
Ó, a Grande Educação,
E o best seller das minhas mãos
Eu seria tão feliz.
E só fim, com ponto de fim,
Acima de todos os outros fins,
Me faria tão feliz.
E me pergunto por mal
E porque mal afinal?
Se um dia acabar nas profundezas do mar
Então me faria tão feliz
Só o fim, com ponto de fim,
Acima de todos os outros fins,
Faria minha cabeça tão feliz.

Sal

Tu pusestes sal
Ao novo ponto de ignição
Nossa vida entra em desespero
No dia mais inócuo da relação
O vidro se espatifa em mil
Entre os dedos da minha mão
Não há nenhuma solução.

Tu pusestes açúcar
Numa outra ocasião
Notastes aos dez medos que dissera
O homem sem aparente razão
E em minhas vãs tardes de esforço
Fizestes o favor de enterrar miséria
Em cada passo que damos agora
Andamos em direção ao posso
E não há mais nem um pedaço de amor
Ou há?

Esfria o chá
E novamente se faz a inglória passeata
Entre espinhos e saliências
Se enerva o presunto
Mas a fé sempre se mantém intacta

Pergunte-se o porquê.
Vire-se e encare sem ter motivo,
Mas não te descanses
Não voltes sem sentido
Precisamos continuar e se não houver fertilizante
Replantamos.
Reinstalamos amor em nossos poros.

Então Apague a Luz

São trezentos e sessenta e cinco dias
E umas duzentas e doze noites
Cara, você não vive mais
E vai parar em cada dia mais de vinte vezes
E seus flashes serão poucos
Você não se lembra de viver
Pelo menos desta vez
Apague a luz antes de chegar a hora
E descanse em paz

Terão outros noventa dias ainda este ano
O problema não se esvai, deixa pra perder
Outra noite, não essa
Então apague a luz...
Então apague a luz e deixa o dia amanhecer

São vinte e quatro horas, mas reserve oito
Recupere sua vida, reserve nove
Não trague, respire
Viva um pouco mais e depois apague luz
Durma e noutro dia revive

E vive trezentos e sessenta e cinco dias do ano
À noite largue o cigarro e o problema mais difícil
Então apague a luz, mano
E apaga a fogueira que incendeia a sua mente
Se você perde a noite pelo problema
O problema não te larga, você quem perde
Então segue em frente.

Uma Nova Geração Rebelde

O fumo que eu fumo não tem filtro
O laço que eu levo não me ensina
O fumo que eu fumo não tem filtro
E o vício que eu tenho não mata

Ser criança é difícil, é cruel
O ser adulto não se importa
Quando não tem malícia não tem atenção
Quando tem coração não tem saída
Eles fecham as portas e as janelas
Cresce uma nova geração rebelde

O fumo que eu fumo não tem filtro
Os meus problemas se acumulam por dentro
Olha, aprende, a criança sofre também
E que que tem?
Cresce uma nova geração rebelde
E eles vão tacar fogo no mundo
Todo mundo vai ver
Uma nova geração rebelde

O fumo que ele fuma não tem filtro
A balada que ele baladou não o matou
Porque festa de criança é festa de verdade
E vício de criança é desenho animado
E elas continuam a chorar
Implorando atenção enquanto pai e mãe
Assuntos mais importantes têm a tratar
E a criança faladeira se depara com a mão
Da violência sem coração
A criança só queria atenção...
Mas as mães precisam fofocar
Assuntos importantes a tratar
Papo de adulto, a criança é um vulto
E algum dia todas irão
Papai, você precisa trabalhar hoje?
É meu aniversário, fica mais um pouco
E algum dia todas as crianças...
Mamãe, eu vou ficar louco
E algum dia todas as crianças irão,
E vão, to dizendo que sim,
Papai, você precisa trabalhar?
Eu quero atenção, talvez um carinho
Só preciso de vocês, pais ausentes,
E então algum dia todas as crianças irão se revoltar...
Uma nova geração rebelde
Nasce das blasfêmias saídas por entre os dentes de pais ausentes

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