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domingo, 22 de março de 2015

Tu

Os versos dos homens fracos não te servem ou cabem
Os versos destes dedos não te agradam ou machucam
E as histórias que eu conto a ti são fracas e leves
Como as coisas que digo por aí, passam pelos olhos, mas apenas ardem

Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais tu

Toda coisa que dizes é passageira como um beijo na bochecha
Toda coisa que fumas perduras intensa e te apodrece por dentro
Toda mentira que contas é linda e toda verdade és falta afinal
Todas coisas que te digo é nada mais que uma brecha

Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais também

Tudo que eu te gravo é um basta de tesão
E tudo que te canto é desprevenido de refrão
Tudo que me escreves é falso de coração
E tudo que me cantas é lindo e sem perdão

Nós devíamos ter sexo com mais ardência e discussão com menos tempo

Eu me refiro a todas as vezes que eu te firo ou tenho a chance
E todas as vezes que eu te deixo de lado são opacos objetos de desejo
E nada na minha vida é tão real ou tão virtual quanto nossa relação
E toda coisa que eu te digo é uma grande traição que nunca será perdoada
Mas toda chibata vem do fundo mais profundo deste obsceno coração

Você deveria ser mais você, e eu também deveria ser.

Eu te amo tanto que nem eu sei, e você me ama tanto que nem tem ideia
Eu minto tanto que eu nem sei por que, e tu me odeia tanto que nem quer saber
Eu sou tão gay que nem piedade tenho, e você tão hétero que nem tem o porquê
Você é minha, Nícolas e eu sou teu, Dionéia
Eu sou seu, Dionaeam, e tu é minha a minha mercê
Eu sou do teu direito e tu tens poder a todos os meus clichês
Como esse e outros, que vou recitar sem fim, sem saber
Odeio teus textos sem rima, e amo eles porque são diferentes dos meus.

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