Não inventes que te prefiro fraco, nu e sujo.
Desprezo escorrendo-te os lábios.
Passa-me a
perna
Diga-me
tuas mentiras tão leves
Coma-me o
coração
Sente-me,
Dionéia?
Tu és como
um ladrão
E também um
estuprador em gozo
És a doença
própria
Coma-me logo
o coração
Bebe-me
sóbria
Não me
verás nu, tampouco sujo
Terás de
mim pouco
Sentir-se-á
na glória
Tenta mais
e eu fujo
Te deixo
Esfrego-te
no asfalto
Te assalto
Te deixo
sem freio
E tu vais
E eu fico
E te deixo
ires embora
Bem longe
Não me
importo
Passa-me a
perna
Diga-me
tuas mentiras tão leves
Coma-me o
coração
Sente-me,
Dionéia?
És profunda
Mas não é
tanto que consegues
Sentes meu
fundo
Faz-te de
absurda
Não o és
Ou és
Será que
minto
Ou me apaixono
Será que
minto
Ou já te beijo's pés?
Passa-me a
perna
Diga-me
tuas mentiras tão leves
Coma-me o
coração
Sente-me,
Dionéia?
Sinto-te,
Dionéia.
Mas não te
amo, Valéria.
Não te
sinto, Emília
Ou te
considero, Margarida.
Morres por
mim, amor da minha vida?
Morro por
ti, e ficas pra sempre aqui
Que logo
retorno e te salvo, quem sabe
Logo retorno e te como, vadia.