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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Lamento

Eu vou chegar
e perguntar
"como andam seus romances?",
e você nem vai notar.

O mundo está girando estranho hoje,
porque escuto Adele, porque escuto sua voz nela.
O mundo está muito triste hoje,
porque simplesmente não era pra ser assim.

Tanto que somos diferentes,
tanto eu quero você.
Tanto, quanto lágrimas,
porque eu choro?
Eu me pergunto o porquê,
depois de tudo aquilo.
Será que você pensa antes de dormir...
ou simplesmente dorme tarde
e pensa no seu novo amor?

Bem, você se lembra de mim,
sabe mais do que eu sei.
Principalmente do que é ruim,
porque eu tanto errei,
claro, porque a vida precisava,
como eu, continuar,
e eu aprender a valorizar isso
que é o que eu mais amo agora,
que é o que eu mais estranhamente sinto falta...
Durante essa tortura de pensar em você,
é você, você, você, tudo que eu quero.

Tão distante, como uma eternidade,
e tão estranha, tão distante, só pra lembrar
eu perdi você junto com todas as oportunidades.

Então, aí vai meu lamento.
Cafona, triste, cheio de lágrimas
(o que é uma novidade).
O que é uma grande parte
de tudo que eu esqueci durante essa viagem.
Queria que passasse aqui na minha cidade.
Queria que me contasse
sobre o seu novo amor...
Sobre quanto eu posso me arrepender
depois de tudo, eu não consigo me entender.
Mas vai saber.
A vida queria que eu aprendesse,
eu queria que você se magoasse.
Eu fui o lixo, mas de primeira só você se sentiu assim...
E isso é tudo que me resta.
Pagamento, sem acréscimos.

Então eu vou chegar e perguntar
"como andam seus romances?",
e você nem vai notar...
quanto...
quanto...
ah.

Love Song

Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir em casa outra vez.
Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir completo outra vez.
Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir jovem outra vez.
Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir engraçado outra vez.

Eu sinto que se eu tivesse uma chance
pra poder passar uma tarde com você,
seria como se o mundo inteiro soubesse
que eu vou sempre amar você.

Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir livre outra vez.
Se eu ficasse sozinho com você,
você me faria sentir limpo outra vez.

Eu sinto que se eu tivesse uma chance
pra poder passar uma tarde com você,
seria como se o mundo passasse a saber
que eu nunca deixei você.

Eu sinto que se eu pudesse voltar no tempo
pra poder tentar passar uma tarde com você
eu deixaria você saber que eu te amo pra sempre
como jamais pudesse ser...

Not Drunk Enough

Never been a boy who used to cry
Didn't show emotions, don't know why
Didn't wanna feel the pain inside, I guess

But as the dats keep going by,
You came along and changed my mind
I should leave the past behind me,
I should let you find me,
Supposed to stay beside me
You were supposed to guide me,
Through the ups and downs,
You were always gonna be around until the end

I still think we could
'Cause you and me, we're good
And i'll tell you why this hurts, 'cause i'm sober

But i just wanna be drunk
So i can forget about you
And all the stupid things that love has pulled me through
Even when i've had too much,
I still feel your touch
Maybe this just means that i'm not drunk enough

So i`m gonna get myself another drink
Whenever i start to think about you
'Cause i do what i really don't want to
But sometimes my dreams just come through

And when i get there,
To a place where i see you in a kitchen
I stop wishing but that thing and i don`t need you,
I don't really wanna see you
And i don't want you to see me,
You would think that i was crazy,
you might think that i wanna be close to you
But i'd rather wanna drink some whisky
And maybe have a little sip `o wine
`Cause right now it's the only thing that makes me forget you are mine
But right now i am sober

But i just wanna be drunk
So i can forget about you
And all the stupid things that love has pulled me through
Even when i've had too much,
I still feel your touch
Maybe this just means that i`m not drunk enough

I still think we could
(I`m not drunk enough)
`Cause you and me, we`re good
`Cause i`m sober

But i just wanna be drunk
So i can forget about you
And all the stupid things that love has pulled me through.

Adele Erichsen

Menos É Mais

Eu fico em casa vendo essas letras de música passadas
da época que estávamos juntos.
Todos os sonhos passam na minha frente,
nós ainda ficamos lindos um ao lado do outro.

Mas nunca houve
nós dois, um ao lado do outro.
O jeito como a vida preparou tudo,
foi sempre o suficiente,
injusto e triste,
como era pra ser (?)

De qualquer jeito,
você sabe,
e eu odeio você - e você eu.
E a vida segue meio solitária:
eu aqui, você aí,
nosso amor realmente morreu.

De qualquer jeito,
nós sabemos,
eu ainda amo você - e você eu não sei,
eu só sei que sinto sua falta.
E seu sorriso bobo.
E esqueça a rima,
porque minha vida não é mais bonita.

"Menos é mais",
menos sem você, mon amour,
mon cheri, vou dizer o que?
"Menos é mais",
menos de você, plus tristé,
mon amour, mon cheri.

Vous étiez le meilleur de moi...
Vous étiez le meilleur de moi...
Vous étiez le meilleur de moi.

Amável Formalidade v3

Os dias correm como água do copo à boca,
e você como sal, pra minha sopa,
você é como a tal, não me poupa,

eu posso ser só teu por alguns segundos
posso provar do teu perfume com a língua
e segurar os teus medos com meus dedos,
eu posso curar tua fobia de se jogar em mim.

Na verdade vou sugar tua liberdade
porque não só te ofereço amor
como desvio se me desviar
com sua amável formalidade.

Sei que talvez eu seja apenas mais um escroto
usurpando de romance barato te conquisto,
com mais um escrito, é, palavras clichés,
e sentimentos verdadeiros considerados bonitos.

Mas eu posso provar ser só teu
- por alguns segundos -
posso segurar teus medos com meus dedos,
e curar tua fobia de me morar,
eu na verdade vou te sugar a liberdade
e me desvio mesmo se me desviar
com essa sua amável formalidade.

Assim como diz a música,
por alguns segundos.
A melodia da flauta passou,
por muitos dias,
mas só queria a melhor maneira de te fazer ver
que eu podia com muito prazer pegar você.
Lembra?
Todo dia.
Todo dia...

Alma Perdida

Ei
Viu minha alma por aí?
Está perdida
Já faz algum tempo,
Me pergunto no que tropecei.

Ou
Quem sabe, talvez,
Foi minha outra metade,
Ou o inimigo distante
Que a matou.

Quem sabe?
Talvez nem haja motivos,
Se eu me preocupo demais
Fico louco ou perco os sonhos,
São pesadelos, desesperos,
Onde está meu asilo?
Eu não vejo, no longe, futuro,
Abrigo? Mãe? Alguém?
Se existe algo como propósito
Deve estar muito além...
Quem sabe?

Ou
Vai entender, talvez,
Foi minha outra metade,
Retornando das sombras,
Ou o inimigo distante,
Este que é tão presente,
Que a surrupiou...

Ou
Quem sabe, talvez
Foi minha outra metade
Ou o inimigo distante
Que a matou?

Hum.
Suspiros e, talvez, gemidos.
As sombras são um mistério pra mim.
Nesse caminho tortuoso eu vi
Diversas vezes e em diversos, trépidos,
Agoniantes, horríveis meios,
São coisas que eu sempre temi,
Eu sei, é medonho... é estranho...
Nem sei.

Quem sabe, talvez,
Está perdida
Já faz algum tempo,
Me pergunto se eu mesmo me matei.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Fraturas Múltiplas

A noite diz que estou sozinho
para que eu beba e nada adiante.
A companhia diz que sou desprezível
para que eu queira estar sozinho.
O pai acorda para me lembrar
deixando claro quão sou inútil.
O triste é saber que pensei sobre tentar,
quem sabe o dia poderia ser bom.
Mas não foi, e recém começou.
Os golpes vêm de todos os lados,
do medo do fundo do coração
ou do irmão mais próximo.
Qualquer um faz questão de lembrar
Do tamanho maior que pode atingir
A solidão.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Volte para casa

Se você pudesse, por favor, voltar pra casa
Aqui há coisas novas esperando por você
Como remendos para seu coração.

Se você pudesse, por favor, me deixar falar
Eu teria coisas à dizer que te animariam
E fariam que repensasse essa situação.

Eu tenho confiança em nós depois de tudo
Sabendo que estamos despedaçados
Tentando nos consertar com drinks
E todas essas coisas, é até engraçado
Pois você não chegou em casa por enquanto.

Mas eu sei que um dia você voltará
Com seu sorriso de diamante, brilhando
E fará da minha vida algo melhor de novo
Quando você voltar para cá.

E aí eu vou poder secar essas lágrimas
Vestir meus sapatos de dança e flutuar
Numa nova realidade aconchegante
Que só os seu braços podem criar.

Eu terei de limpar a casa,
Tudo está uma bagunça.
Mas quando você chegar,
Então tudo estará no seu lugar.

Eu sei que um dia você voltará
Com seu sorriso de diamante, brilhando
E fará da minha vida algo melhor de novo
Quando você voltar pra cá,
Então sim poderei dizer sorrindo
Que todo esse amor existe e
E tudo está no seu lugar.

Odds

Na totalidade das existências se encontra
de forma simples e também complexa
que a felicidade se resume na diferença
encontrada somente nos ímpares, veja:

Se um não quer, os dois não fazem.
Se um não quer, outros dois podem fazer.
Simples, complexo.

A verdade está no conjunto
ou no indivíduo?
Totalidade ou individualidade?
Juntos sempre,
ou só de vez em quando?

Dois parceiros pra cada um,
talvez mais fizesse mais sentido.
Brigue com um, brique com o outro,
o mundo continua ao seu dispor.

Uma república orgásmica,
de noites de orgia
e amantes que se importam.
Consigo mesmo, ou com a galáxia?
Prefiro a totalidade.
Sem ciúmes, possessão,
mas cheia de liberdade.

Se um sai, dois tomam seu lugar.
Um na frente e outro atrás.
Assim o mecanismo funciona,
sem leis, sem problemas,
na totalidade dos odd numbers.

Meias listradas

Me parece que sua compulsividade não é apenas por fumar. É sobre ter os cigarros ao seu redor. É sobre mostrar ao mundo que os tem. É sobre escrever sobre eles. Fazer deles o seu sofrimento e o seu descanso.
Me parece que beber te é incômodo. Que tem compulsão quando começa, que sente que pode desaparecer deste mundo por algumas horas.
Me parece que maconha é como petit gateau, tem compulsão por pensar, e ganas de tentar desistir outra vez mais.
Me parece que cocaína é seu sonho compulsivo, assim como a overdose que traria e a morte que almeja.
Alto, sem dor, cheio de coragem - para encarar o mundo lá fora. Pra conhecer a quarta dimensão.

Suas roupas velhas, sem motivos pra existirem. Seu casaco significativo, as camisetas desbotadas e o roupão mofando em cima de uma pilha de outras peças em cima da escrivaninha.
As novas meias listradas. Os velhos problemas rondando na cabeça.
"Você sempre some, sempre fala sobre sumir, só quer morrer e deixar de existir."
A verdade? A verdade sobre Nícolas Arths. Está escrevendo este texto e acendendo um cigarro.
O texto deveria se chamar compulsão, como todo título cliché com nomes impactantes que ele copia à semelhança das obras de Débora, tentando superá-la.
Meias listradas. São um presente de seu pai, significam mais do que parecem. Estão a sua frente, te fazem lembrar de Pedro e sua aura infantil. Porque você não é Pedro? Ou porque não se permite ser?

Tudo que a rainha dos elfos sempre quis. Que tu tens te tornado? Lembra que prometera a ela que viajaria pelo teu mundo depois de pegar o caminho errado, mas que ele te levaria a ela uma vez mais? Porque depois de tanto tempo, de tantas histórias, porque você ainda ama ela? Porque você ainda ama todas as outras? Que elas fizeram por ti? Alguma delas estava lá para tirar o cigarro de suas mãos? Alguma lhe estendeu o braço para arrancar-te do precipício que é tua cama?

Estamos afundando outra vez. Sempre mais fundo. Sempre mais cigarros do que da última vez. E você ainda só pensa em terminar seu livro ou sumir.

Aquele livro é a única coisa que pode acertar tudo. Me por de volta ao lado dela.

Este texto devia se chamar confissão.

Como eu odeio esse mundo. Como odeio Lilian por ter partido. Como odeio Fernando por me afogar todos os dias. Quantos são necessários pra cumprirem o sacrifício? Isso é minha expiação, tudo em nome da rainha dos elfos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Notícias de hoje

Eu gostaria de ter. Mas eu não tenho nada de legal pra falar, então, baboseiras amontoadas são o que restam pra essa pilha de lixo com um pingo de esperança chamada blog. Notícias boas? Estou no quarto capítulo do livro. Notícias melhores? Estou satisfeito com o que escrevo e deixando pra revisar tudo depois de pronto. Notícias adicionais? Tem a metade final de um capítulo e a metade inicial de outro já escritos quais não pude esperar pra redigir.
Está tudo na minha mente. Uma hora tinha que sair.

Aniversário, pelos sete

"Parabéns, garoto. Seja mais homem daqui pra frente, viu? Você tem tudo pra ser feliz, é só saber no que notar. Eu sou uma dessas coisas :)"
- Pedro.

"Mais um dia infeliz, como sempre. Me dê um cigarro."
- Fernando.

"Felicidades, acenda as velas e se mantenha claro para os nossos objetivos. Preciso de muitos motivos pra continuar."
- Renato.

"Não se esqueça de se deixar divertir neste dia, ele não é como outro qualquer. Fique bem."
- Leonardo.

"Tente ao menos ter uma transa pra comemorar com a gente."
- Marcos.

"Continue tentando."
- Tiago.

"..."
- Lily.

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♏❓

Desfecho Mortal

Hoje, antes de eu exaustivamente tentar dormir
brigando direto contra a minha mente
parei para procurar abrigo naquilo
do que ultimamente eu tô tentando fugir:
pessoas.

Há algo de interessante nessas pessoas,
as que ignoram o que é realmente importante,
as que se acham no direito de pedir,
algo incoerente e louco que tem uma pitada
de divertido.

Habitualmente eu ficaria na cama perdido,
me revirando pra lá e pra cá sem ter onde ir.
Habitualmente eu disfarçaria meu ego,
o cortaria em sete, o faria de tonto, só pra isso:
fugir.

Quantas voltas são necessárias pra eu poder sumir?
Tudo sempre acaba na fuga, mas hoje não,
porque hoje não tem como imaginar o sumiço
diante do fim de outubro, do fim de tudo,
explosão.

Quantas vezes eu vou ter que apanhar de mim mesmo
pra aprender a ser gente?
Quantas vezes eu vou ter que ganhar coisas
pra entender o valor delas
pra finalmente desempacar e poder, talvez,
seguir em frente?

Não, não é possível. Ou não sou tão inteligente assim.
Eu prefiro os problemas, o caos, é claro que sim.
De outro modo, o que explicaria tudo isso?
Aliás, o que é tudo isso?
De onde vem?

Os sintomas são claros: Pedro sabe.
Talvez apenas ele consiga se manter íntegro no final.
Nem Renato consegue mais.
Não podemos aguentar isso por muito tempo.
Tudo vai ter um desfecho mortal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Fernando, por favor... Saia da minha cabeça.

Molti... Molti?

Você é meu plano.? Você vale todo o tempo.?

Eu te amo muito.?

Eu te quero demais.?

É como tem que ser quando você ama alguém.?

É como quando eu choro de tristeza e você me alegra.?

É como o Sol quando a noite está escura demais.?

É como o herói grego que chega para extinguir os monstros invencíveis.?

"O amor é o herói grego que chega para extinguir os meus monstros invencíveis."?

E você é o meu amor.?

Obrigado.?

Vérité

É nossa última opção, Fernando. É minha última carta na manga. Arthur ficaria muito feliz se isso desse certo.

Isso nunca, jamais, daria certo. Você já perdeu as contas de quantas vezes tentou, não foi? Porque você acha? No mínimo tenha a decência de manter esse livro tolo só consigo mesmo.

Você é muito cruel.

Sou exatamente o que eu devo ser, seu maricas.

Alguém me salve daqui. Por favor, alguém se lembre de mim...

VOCÊS IRÃO PERDER TUDO SE CONTINUAREM COM ISSO, COMO PODEM NÃO PERCEBER?

Você deveria tentar. Sem hesitar, pois esse é o seu sonho. Deveria acreditar pelo menos nisso. Eu vejo quão feliz você fica fazendo isso. Não deixe Fernando destruir seu único sonho. Eu andei lendo as coisas que escreve, elas com certeza podem dar certo.

Isso é tão ridículo que não consigo olhar pra vocês. Está tudo uma bagunça e uma sujeira, é mais uma poluição visual do que um livro. Está bagunçado e você nem sequer se dá ao trabalho de revisar. Está tudo um lixo. Você é um lixo, Nícolas. Eu não suporto mais nenhum de vocês, não suporto mais dividir espaço com coisas tão podres. Se não me bastasse, vocês ainda clamam pela presença de pessoas piores que vocês para suprirem suas necessidades. São todos lixos. Lixos apreciando lixos. Vocês me anojam. Você é um lixo nojento, é o que você é.

Pelo amor de Deus, alguém me tire daqui!

CHEGA! MORRAM TODOS VOCÊS! VOCÊS NÃO PERCEBEM? OLHEM AO SEU REDOR! AS OLHEIRAS, CONSEGUIR ENXERGAR? É CULPA DE VOCÊS! NEM SEQUER É CAPAZ DE SERVIR UM CAFÉ AO SEU PAI? VOCÊ JÁ FOI MELHOR DO QUE ISSO, NÍCOLAS ARTHS. VOCÊ É UM LIXO!

Você é uma pessoa preocupada e muito sensível. Seu livro é uma das coisas que mais me animam em existir. Se eu não puder terminar de lê-lo estarei vivendo aqui em vão. Você deveria continuar.

Meu coração dói. O que está acontecendo?

O que acontece é que você não pode mentir para si mesmo. Está se enganando. Está caindo numa armadilha muito fácil, pensando que é capaz de alguma coisa. Deveria acabar logo com essa existência...

Não dê ouvidos a ele, Nícolas. Nós gostamos de viver.

Porque isso está acontecendo? O que eu fiz para merecer isso? Me digam.

Você deveria terminar tudo de uma vez. Está vendo? A dor no coração para enquanto eu falo. É porque eu estou certo. Não adianta bufar, não adianta forçar ou procurar pela dor. Seu coração dói porque todos estão errados, apenas eu falo a verdade. Com energia, com certeza. A vida é uma merda acidental deste universo e não há santo que mude isso. Deus... que bobagem. Acabe logo com isso!

Fernando... está doendo. Por favor, pare com isso...

A única armadilha que existe aqui é a dele, Nícolas. Pare com isso.

Eu posso fazê-la parar. Mas não sou eu que a causa. Você sabe disso. Por tudo em que você acredita, em tudo que você sente. Em cada veia que escorre seu sangue, eu estou presente. Liberté? Não. Verdade. Eu sou a Verdade.

Como se faz parar?

Deixe-me fazê-lo.

Certo.

Não. Hoje não. Não enquanto eu estiver aqui.


Esta vai ser a última vez...

Chega de veneno, Fernando.

Leonardo...

Bagunça

A vida tem estado uma bagunça,
ali uma estante organizada,
ao lado uma pilha de roupas amaçadas.
A cabeça tem estado um caos,
aqui já não faz mais sentido,
aí fica tudo virado pro lado dos maus.
Os mesmos de sempre, você sabe.
Os mesmos de sempre, você conhece.
A vida tem estado uma bagunça,
pois já não sei quem sou,
já não sei onde isso começou.
Eu com certeza sou Fernando.
Com toda a certeza.

domingo, 25 de outubro de 2015

Mr. Madness

Uma carta. É, uma carta. Todos nós devíamos escrever cartas de vez em quando, mas nós nos esquecemos de fazer isso ao longo do tempo. É claro que temos meios mais eficientes de nos comunicarmos com as pessoas, mas as cartas ainda são o melhor meio de provar que realmente temos algo a dizer à alguém. Pior do que não escrever uma carta a alguém é ignorar uma carta recebida e deixá-la em qualquer lugar da sua casa, ou nem sequer checar o seu correio.

Esse sou eu. Aquele que não escreve cartas ou valoriza aquelas que recebe. E eu admito que sou um hipócrita também, seja por estar escrevendo isso, ou por pensar que posso dizer uma palavra contra quem não escreve ou contra quem também não valoriza cartas... mas não é o caso de hoje. Queria apenas dizer que se você já recebeu uma carta de alguém, nessa carta está um pequeno pedaço da alma da pessoa que a escreveu. Não importa o quão a pessoa fale de si mesma na carta, se é uma ofensa ou se é algum plano maligno - na verdade, essas são as mais valiosas.

Uma carta que só fala coisas boas tem um motivo pra ser guardada. Assim é fácil. Mas uma carta desagradável, você precisa mantê-la a salvo. Em alguns meses, ou, que seja, em alguns anos, se você reler essa carta, sua vida irá mudar. Cartas são a coisa mais valiosa que você pode receber de uma pessoa. Pedacinhos dela que você poderá guardar pra sempre, e mesmo que se afasta daquela pessoa, quando reler a carta no futuro, quando estiver se sentindo mal por qualquer coisa, você poderá vibrar tão intensamente lendo um pedacinho da alma dessa pessoa que está longe que é capaz de chorar.

As pessoas se afastam todos os dias das coisas que as fazem bem. Todo santo dia. É claro que sempre chega o dia em que elas precisam se olhar no espelho e enxergar a caveira vazia que se tornaram. Sem amigos. Sem esperança. Sem ter pra onde ir. Sem ter como fugir. Cheias de medo, cheias de ódio. Mas o ódio é sempre direcionado pro mundo. Pra outra pessoa, pra outra coisa. Mas a verdade é que a culpa é sempre nossa... por mais que mereçamos receber uma carta de um amigo, e por mais que aquela carta possa provar nossa natureza tão bela como amigos e irmãos, desperdiçar a alma das pessoas depois de recebê-las - de serem confiadas à você - não é justificado pelos motivos pelos quais ela foi confiada. Tudo que é compartilhado conosco é de responsabilidade nossa.

Eu, você, eles: todos nós precisamos de um pouco de amor, e como o amor é o que mais gera ódio nesse mundo, não podemos mais deixar o pouco de esperança dos outros que chega até nós ser jogado no lixo. Quando chegar a hora, você deve devolver sua carta para a pessoa. Nessa hora, deverá dizer que finalmente você entendeu aquela carta. Deve agradecer. E deve devolver a alma da pessoa à ela. Muitos vão pensar que devem fazer isso com as cartas que têm guardadas e pensar que seria uma tolice devolvê-las aos seus donos. Seus corações, talvez, assim como o meu, doam, só de pensar em se livrar desse pedaço de papel simbólico. Isso é a prova mais concreta de que está na hora de aprender o verdadeiro significado de tudo que se possui. É a hora de saber como a sua própria alma funciona. Seja hoje, seja apenas em seu testamento de morte, a carta só deve ser devolvida na hora certa. A carta não pertence à você. Nada nesse mundo pertence à você. Nenhuma pessoa sequer poderia pertencer à você. Quando morrermos, estaremos à mercê do desconhecido. E não há herança melhor a deixar nesse mundo do que amor, alma, esperança, para todos aqueles que continuam aqui. E isso não precisa esperar. Se sua alma é grande, divida-a o máximo o possível com os outros, sem precisar dizer à ninguém. Há muitas pessoas nesse mundo (a maioria delas) se sentindo solitárias igualzinho a você. Família, relacionamentos, amigos... são rótulos que não chegam à alma. Só alma tem o poder de falar com alma. Pedir alguém em namoro, pedir em amizade, pedir desculpas... a alma não pode ser enganada. Ela, no entanto, diferente daquele que a governa, seu dono, não precisa de rodeios pra aceitar um presente. Só se presenteia a alma com amor. Todo o resto é inútil e perda de tempo.

Sabe aquele seu amigo que você sempre teve a sensação de que precisava de um apoio? Aqueles todos? Eles provavelmente ainda precisam. Você pode pensar que é aquele amigo, mas mesmo assim, aqueles seus outros amigos também já lhe passaram essa impressão. É por isso que ninguém está livre do egoísmo. Nossa alma está apenas pronta para começar a receber amor verdadeiro. A de todos está. Basta começar. Se você não o fizer por medo, vergonha ou semelhantes, saiba que todos são igualzinhos a você, quase todo mundo hoje em dia mais espera receber do que compreende que os outros também estão esperando. Se continuar nesse ritmo, nada vai mudar. Só vamos nos tornar cada vez MENOS esperançosos. Por mais que esperança venha de esperar, quanto mais esperamos, mais tempo nós perdemos. Isso não é uma fantasia de um futuro distópico, não é uma ilusão implantada - quanto mais você espera o amor verdadeiro chegar, mais constrói a sua velhice solitária e infeliz. Agora é hora de você assinar a sua carta, terminar de deixar sua alma nessa carta, e a emprestar para alguém que você quer que se sinta bem.

À todos que lerem,
Nícolas Arths.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Atenção

O mundo te cobra coisas
que ofendem a solidão
e você quer fugir dela
gritando por atenção.

Aqueles que maldizem
as companhias de você,
nada mais almejam
que você seja as deles também.

Quem mais quer atenção?
Quem tem ou quem reclama
por você ter e ele não?

Quem mais quer atenção?
Quem tem ou quem reclama
por você ter e ele não?

Quem quer mais atenção?

Todo mundo quer
não é má coisa.
Mas quem diverge
entre ter e querer mais,
boa pessoa não é.
Boa pessoa não é.

Porque quem mais quer atenção?
Quem tem ou quem reclama
por você ter e ele não?
Quem quer mais atenção?

domingo, 11 de outubro de 2015

Desconecte

Eu estou ficando alérgico à tomadas
e tudo girando em torno delas,
as algemas da infelicidade;
Se tem algo nesse lugar que temos,
ou já alguma vez tivemos,
a gente pode afirmar agora
com os olhos bem abertos
que nos perdemos.
Não é de hoje, nem amanhã,
é de sempre
e sempre mais.

Desconecte.
Rápido.
Crie sua própria aversão ao comodismo,
à pessoas, à mesquinharia.

Desconecte.
Rápido.
Crie sua própria versão do modernismo,
o trabalho, a quinquilharia.

"É lixo",
repita.
"É lixo".

E assim a gente vai levando
porque de lixo em lixo
todo artista cria seu castelo de sucata,
uma mansão ou uma humilde morada.

Eu quero é pra agora
me desligar,
e quem não quer?
Dizer que quer ser feliz é fácil,
difícil é trilhar o caminho
cheio de espinhos,
mas as rosas, as rosas em seu lugar,
e os espinhos são uma questão de provar:
valor, mérito e humildade
PRA PODER ERRAR.

Desconecte.
Rápido.
Crie sua própria versão do modernismo,
o trabalho, o próprio conhecimento...
Avante com o andar!

Mundo fechado

Que se foda
essa porra.

Eu desisto de todos vocês.

Que se fodam vocês.

Eu desisto de todo esse mundo
de lixo julgando lixo
colocando purpurina, brilhando
achando que é ouro.

Ouro é banana.

Que se foda
essa porra

Eu desisto de todos vocês.

Pessoas falando de mim,
do que eu fiz e não fiz.
Lixo transbordando pelo ladrão,
Que se foda essa porra.
Que se foda.
Tudo que eu sempre quis
era nada mais que uma flor
e depois tiraram tudo de mim.
Tiraram tudo de mim.

Hoje eu estou nu,
difamado,
sou um muro pichado.
Eu sou um coração perfurado,
sonhos de Terra do Nunca
no nunca foram deixados.

Agora eu vivo em outro mundo,
um mundo fechado.
Só entra quem for de fé,
que já o tenha provado.

Primos, amigos, desconhecidos, parentes,
o mundo está cheio de lixo.
Transbordando lixo.
Às vezes Deus vai ao nosso limite
e meu limite, Deus, já foi alcançado.
Eu estou cansado.

Agora eu vivo em outro mundo,
um mundo fechado.

Chega de confiar em gente besta,
gente que pode atrapalhar,
o mundo é um lixo,
então é no lixo que temos que fuçar.

Positividade é o caralho,
eu quero que se foda
essa porra.

Que se foda
essa porra.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Sad, Sad Universe

Crossing this lonely road
Walking underneath the hole
Life has been hard alone
I wouldn't have slept
And I wouldn't have spewed (away)
Life doesn't understand

Chorus
Sad, sad Universe track
Everything is taken back
On your stairway down
Or rising up, out of your doom
Everything is taken back
Suddenly you're home.
Oh...

Everything has its time
All becomes home sometime
All the Universe watches TV
Waiting its brothers and family
Because all the Universe will
Become our homeland in time...

A river never loses its course
The preachers will have their boost
The fallen will have their hand
And the nice will have the answer
Everything has its time
All becomes home sometime

Sad, sad Universe track
Everything is taken back
On your stairway down
Or rising up, out of your doom
Everything is taken back
Suddenly your're home
Oh...

Everything has its time
All becomes home sometime
All the Universe watches TV tonight
Waiting its brothers and family
Because all the Universe has a plan
(All the Universe become our homeland in time)

Repeat chorus.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tarde de reflexão

No quarto de madeira,
o pensamento reflexivo
direto na lavoura.
Em pensamentos fundos
de muitos anos esquecidos
de tentativas de fuga.

Como pode o homem perdido
ter a capacidade de lançar
desesperados ao caminho reto?
Como pode o homem encontrado
retirar o que o pôs em certo
direto para as vias infernais?

Pois assim se aprende
que nada de ruim é eterno.
Assim se pode ver
que fé pouca leva ao desespero,
e desespero leva à fé forte.
E fé fraca leva a desespero.

O ciclo da vida é belo,
pois é fruto da vida.
E vida é bela porque é um milagre
ou uma probabilidade que resiste...
por menor que seja... resiste...
Por mais desesperador...
Resiste.

Resiste.

domingo, 27 de setembro de 2015

Quem sou eu?

Me dói sua ignorância,
Sua nostalgia interminável,
Pois o ignorante está em perdição
Se não é cercado de inteligentes.

Que vida digna terá
Se não lhe mandarem tomar banho,
Se não lhe avisarem de amor
Ou que tais coisas tem outro significado?

Quem sou eu para julgar ou insistir
Para que saia da burrice.
Se não o quiser, se não me escutar,
Que aprenda na velhice.

Quem sou eu para tentar em vão
Se cada empreendimento de minha força
Tem força de forma amor n'outro coração?

Quem sou eu para namorar
E estar sempre sozinho
Se há quem me preencha,
E me seja bonzinho?

Quem sou eu para deixar o tempo escorrer
Se em tanta boa-aventurança me posso estar
Não me posso deixar em ociosidade,
Tampouco me posso entristecer,
Se em tal mundo posso ser Peter Pan
Sem nunca parar de crescer?

Não devo explicações

Na noite de desabafar para as paredes
O porque eu estava triste.
Na noite de desabar entre as cobertas
Porque eu estava ficando doente.
Na noite de desencadear as correntes
De dessabor por estar carente.
Na noite de destroçar a serpente,
A esforço puro da mente.

Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não choro.
Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não volto.
Eu não devo explicações nem a Deus
Do porquê eu não morro.
Eu não devo explicações,
De porquê eu sei, do porquê eu faço,
De porquê tenho em mente
Tanta certeza de que tudo está certo.

Eu não preciso saber teu sofrimento
Pra saber que ele acaba.
Eu não preciso saber tua nostalgia
Pra saber que ela é não é cabida.
Eu não preciso saber tua reclamação
Pra saber que é perda de tempo.
Eu não preciso secar teu choro
Pra saber que ele é de coração.
Eu não preciso te acariciar
Pra saber que tudo nesse mundo
Sendo a tormenta de tão dentro ou tão de fora,
Está predestinada a passar.

Eu não devo explicações nem a Deus
De que eu sei que ele sabe de tudo
E que nem sequer uma folha cai da árvore
Sem ter contribuição ao mundo.

Amori

O amor nos faz funcionar,
por ele fomos criados
e por ele não nos podemos destruir.

Assim é pecado do enraizado
de todos nós originais da Horta da Mãe,
travar sua luta contra tal aprendizado.

Nossa condição é frágil,
por isso a primeira Lei
é termos humildade de nos assumirmos falhos.

Nossa origem é rica,
por isso dit'outra Lei
sermos fiéis ao mesmo coração que peca.

Nosso objetivo é feliz,
por isso a terceira Lei
diz-nos sejam esperançosos.

Nosso ardor é fugaz,
por tanto a quarta Lei:
não reclamei jamais.

Nossos sonhos são preciosos,
nisso se baseia a quinta Lei:
não destrua a do outro, sejam bondosos.

Nossos olhos pouco enxergam,
então usemos os ouvidos muito
para não falar mentiras do longe.

Nossos ouvidos são também limitados,
e graças a isso não nos condoamos
com qualquer maldição de outros brados.

Nossas bocas se sujam quando abertas,
então mantemo-nos bem calados.
Nos abriremos para o conhecimento oculto,
mas não a esmo espalhemos o fato.

Temos cabeça dura
e nisso uma mágoa qualquer perdura.
Mas temos cabeça mole
então não levemos por muito.
Ofensa, agressão e ódio
não penetram coração algum
de homem que só existe
para provar que o perdão resiste.

E pela desobediência de tudo isso
existe mais nova Lei
tal que repete 'evite',
evite, amado, morrer de antecipado.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Tiago, próxima encarnação

Tiago,
Te sentimos falta.
Tu, em tua humildade,
Tiago, que saudade.

Da próxima encarnação,
Tiago te aproximes,
Me enches de teus preceitos
Esteja em volta,
Me escute nessa oração...

Tiago,
Te sinto falta.
Tiago, sem tua riqueza,
Que desolação.

Tiago,
Te sentimos falta.
Tu, em tua coragem...
Tiago, que saudade.

White Vibe

Entrou em mim uma vibe positiva
Dias, semanas, meses, anos atrás.
Uma vibração branca.
Algo de esperança, bonchance,
Uma vontade tenaz
De assassinar a maldita fase negra.

Os anos se passaram.
Os bons presságios apagaram-se.
A fase negra atingiu-se em auge
Dum clarão inigualável
Que cegou todo o mal estado.
Que diabos?

Os anos se terminavam.
Hoje os bons presságios concretizaram-se.
A fase verde traz no horizonte a eternidade
Num clarão de éter assombroso,
Que vai levando os maus ao longe.
Que sorte.

Teoria dos Sonhos

Em meus devaneios espirituais
Te procuro, solitário.
Meu guia envergonhado
Com minhas peripécias do passado.

Tu andas com gente outra,
Tu te prendes igualmente atrás.
As vezes à frente.
Temos de recorrer à nova postura.

Tempo, tempo.
Até os bons sonhos levam tempo.
Tempo, tempo.
Toda forma de amor leva um bom tempo...

Minha alma vaga por calor material,
Enquanto tu vagas por conhecimento e moral.
Eu velejo em aventuras carnais,
Tu em aventuras perigosas, em umbrais.

Tempo, tempo.
Até os bons sonhos levam tempo.
Tempo, tempo.
Quanto tempo até eu te levar um beijo?
Tempo, tempo...
Tempo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Molti Molti

Você é meu plano. Você vale todo o tempo.

Eu te amo muito.

Eu te quero demais.

É como tem que ser quando você ama alguém.

É como quando eu choro de tristeza e você me alegra.

É como o Sol quando a noite está escura demais.

É como o herói grego que chega para extinguir os monstros invencíveis.

"O amor é o herói grego que chega para extinguir os meus monstros invencíveis."

E você é o meu amor.

Obrigado.

Vá dormir, disse meu pai.

Noites, perigosas noites. Seus sulcos pelos quais escorrem os temores, os amores, os poderes. Os lençóis por onde escorrem as tintas vermelhas, azuis, o sangue e o vinho. Branco ou tinto. As noites. Aquelas em que me sirvo cafés, porque sei que não irei dormir. Porque sei que não preciso. Porque sei que as noites irão durar para sempre. Se não para mim, para algum outro fim. Noites, belas noites. Noites, lindas noites. Noites que eu preciso aprender a dormir. Fechar os olhos e viajar no subconsciente. Noites, preciosas noites. Noites que eu preciso reconstruir. Noites, necessárias noites. De que valem os dias de sol, sem noites de chuva?

"Tá na hora de eu crescer", disse Peter.

"Liberdade"

Em meio às ruas do Império Romano
Os bordéis, as arenas
Os patrícios e as prostitutas
Os amores e as culpas

Dentre cada beco de Paris
Os ladrões, os mendigos
Os namorados, os sonhadores
Os loucos e os andarilhos

Em cada salão da Grécia Antiga
Os homens e as orgias
Os deuses e os monstros
Os heróis e a filosofia

Em cada rua deste país
Em cada casa sem amor
Em cada grão de areia
Em cada restaurante sem sabor

Em cada favor deste Universo
Nos empréstimos de peças da Verdade
Você em minha ótima está presente
Você é de tudo necessário.
Obrigado, Liberdade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Drunk

Eu estou bêbado agora. Estou pensando sobre a vida. Sobre como eu consigo teclar automaticamente tudo que eu penso. Isso deve ter se tornado um hábito estranho. Talvez eu pudesse me tornar uma máquina. Quantas pessoas teclam assim, rápido, preciso e correto? Estando bêbados? Não sei.

Eu costumo cuspir textos e publicá-los. Não sei porque eu disse isso, não vou fazer um twist dizendo "este vai ser diferente". Vai ser a mesma coisa. Quem sabe cuspir mais do que alguém que bebe?
Eu queria estar chorando agora. Como da última vez. Não estou.

Estou agoniado desta vez.

Wendy me deixou assim.

Ela ameaça se matar. Da última vez foi tudo porque eu a queria perfeita. A queria como Tinker. Ela não foi Tinker, foi Wendy. E Wendy quer ser criança boba. Quer crescer. Eu não quero crescer. Tenho tudo o que eu preciso bem aqui, com Tinker. Será que ela não entende?

Eu vou desistir de tudo isso. Esse negócio de aprender com quem não sabe nada. Vou ir aprender com Tinker. Ela sabe das coisas. Ela pode me ensinar. Ela liga pra mim, mais do que pra ela mesma. Eu sei disso. Ela me ama de verdade. Wendy não me ama. Ama a si mesma. E esse é o pior tipo de pessoa para se amar. Mas eu sou Peter. Me deram o nome à uma doença, e eu concordo. Posso sê-la. Mas não preciso que ninguém me diga "fique bem" mais. Eu simplesmente sou o bem. E isso é o suficiente para viver na minha Terra do Nunca.

Eu estou aqui, feliz. Vivendo para sempre. Os outros estão vivendo o agora... eu, o amanhã.

Certo, um Peter Pan bêbado. Pois por que não?

Exatamente.

Um Peter Pan bêbado.

Escrevo essas merdas. Essas merdas que eu deveria escrever sóbrio. Sou não Fernando. Não Renato. Não Pedro. Sou Peter. Sou sempre Peter. Sou Peter Pan. E você não entendem o que é viver para sempre/ou o que é viver sempre jovem.

A vida é uma brincadeira. E eu rio dela. E ninguém é capaz de me dizer "você está louco" e me convencer. Eu sou uma criança, viajando numa nuvem chamada vida. E eu vou ser para sempre. Como o anjo cupido, eternamente retratado como um bebê de asas. Sou uma criança com uma XII tatuado no pulso. Marcas da inocência. Com certeza. Eu amo viver. Eu amo estar aqui. Eu amo rir de quem não sabe viver. Todos vão aprender um dia, é inevitável, então eu apenas rio.

Eu amo viver. Eu vivo. Pra sempre.

Eu sou Peter Pan.

I just wanna be free. I just wanna be me. And I want my friend to envite me from their parties.

Afronta

Nunca teria sido certo pensar
que um dia eu diria isso.
Sempre fora ela,
e ela sempre será este ser.
Sempre fora ela,
Eu dela sempre fui.
Eu do destino, sempre pertenci,
eu pertenço ao plano.
Eu sou humano.
Eu fui mal.
Eu fui mal.
Eu errei.
Mas nada justifica a crueldade:
não poder ter.

Amei.
Intensamente amei.
Jeni,
Vanessa.
Rainha dos Elfos Vermelhos,
Wendy.
Mas eu pertenço ao destino que escolhi.
Eu pertenço à felicidade
dos sonhos e dos jardins
recheados de flores.
Eu pertenço à realidade
que eu escolhi.

Os sonhos de viver uma vida
Meditando ao lado do monge.
Os méritos de se suportar o aprendizado
Com a criança que brilhava em alegria.

Mas eu pertenço ao certo.
Ao feliz.
Ao bonito.
Ao desejo perdoável,
à bondade dela.
Aquele que deve se nomear.
Eu amo
Ela.

Apenas
Ela.

90 graus

Zorro.
Se fossem três traços, seria simples.
Se fossem no tecido, seria fácil.
Mas, a superfície,
de cores peculiares e sua sutil variação,
possui nomes em dobro,
foneticamente compatíveis.

Pertence a um nome composto,
que é demônio e também é santo.
Não dói como antes doía.
Não queima a pureza do espírito,
ou sequer condena o que a danifica.

A inicial do nome de luta,
que esconde a sua verdade na rotação,
agora adora o seu dono,
como se não houvesse mais volta.
O que agora existe não deseja volta.

Traços irregulares,
dispostos em três direções,
carregados de transparências bege,
equivalem à oração de todos os dias.
Peter, meu Peter.
Revelam a permanência

do que não pode ser previsto.

Peter, meu Peter.
Cuja identidade é forjada
em letras de escolha própria,
consciente da própria voz.

Peter, meu Peter.
E seus belos tímpanos
em deleite dos meus elogios.
E meus profundos olhos
à espera da aparição de seus medos e recados.
Peter, meu Peter.
E os diversos pecados
que decido não cometer.

Se não tivesse, outrora,
avistado o poço,
Se a face que hoje agrada
não tivesse observado com cuidado,
Se não tocasse insistentemente
nas mesmas teclas melódicas,
Ou se, por acaso,
não sentisse medo a cada verso,
Não teria ainda
as vestes que hoje habito.
Não seria,
em voz quase exclusivamente interna,
fonte de luz alguma.
Não preencheria jamais
os pequenos vãos que me moram.

De que me valeriam, afinal,
as marcas de batalha,
se não antes soubesse
a beleza da sua estadia?

Peter, meu Peter.
Não há validade mais extensa
que a da regeneração finita.
Se há cura para o que me cobre,
Há cura para todo o resto.

E todo o resto agora
existe em torno de Peter.
Peter, meu Peter.
Precisamente meu.
Preciosamente
Peter

Débora.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dia de Aniversário

Eu estava num estado tórpido, tentando não abrir os olhos. Mas aquelas mãozinhas fofas eram insistentes, me chacoalhando pra lá e pra cá. Aí eu despertei. Os olhinhos esverdeados me observavam sob cabelos castanhos amadeirados, e aquele sorrisinho entre bochechas gorduchas. O rosto limpo e brilhante à luz da manhã que invadia o quarto pela janela. Seu olhar de admiração e amor verdadeiro me encantavam a qualquer hora, mesmo quando eu estivesse no pior momento de minha vida.

- Bom dia, amor - disse uma voz por trás da pequena Bella. Uma voz doce e límpida, como se tivesse vindo da natureza lá fora diretamente para meus ouvidos. - Feliz aniversário.

Fiquei extasiado. Bella me olhava agora rindo como se minha felicidade estivesse se refletindo nela... mas era a felicidade dela que se refletia em mim. Éramos espelhos de amor, um de frente pro outro. Sorri de orelha à orelha.
- Fizemos um bolo, pai - disse Alice, com seus longos cabelos castanhos cobrindo as laterais do rosto. Segurava um bolo nas mãos limpas e bem cuidadas logo ao lado de sua mãe, com um sorriso tímido à face.
- Ah - disse eu, me espreguiçando lentamente e sentando-me. - Nada melhor pra começar o dia do que um bolo de aniversário e várias guloseimas pra me alegrar, não é, meus docinhos? - eu ri feliz. - Pois bem, espero que tenha morangos no recheio.
- Acha que a gente ia esquecer dos morangos, Nícolas? - riu aquela linda mulher de cabelos ruivos.
- Jamais, pois aí está você, o melhor morango de todos - disse eu, enquanto ela se colocava à cama ao meu lado, dando-me um beijo demorado e quente.
Percebi, então, ao meu lado, meu pequeno garotinho de cabelos encaracolados, abraçado num travesseiro e perdido em sono profundo.
- Não quis acordar ele - disse minha deusa maior. - Acho que fica mais bonito assim, como um anjinho adormecido.
- Esse é o melhor dia de aniversário que eu já tive até agora - disse eu. - Espero que nunca acabe.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Monks

Agradecimentos
Ao monge budista
Que me melhorou.

Desculpas
Ao monge budista
Que eu abandonei,
E aos seus cabelos dourados
Saudades,
Porque os amei.

Lírios
Ao monge budista,
Porque tinha ares de artista,
E merece mais que poemas vis.

Pedras ametistas,
De poder incomensuráveis
Ao monge em transe,
Cuidando de suas pedras duras,
De seu coração de lobo,
De seu canto de cordeiro,
Refazendo suas listas.

Amor, muito amor
Ao monge budista,
Porque merece e devo
Uma imensidão de favores.

Carinho e abraços
Ao monge budista
Porque de mim leva mágoas frias,
O monge merece calores,
Merece anjos adornados de prata e ouro,
Merece aplausos, merece flores,
Merece agrados e não mais agouros.

Companhia em silêncio,
Ao monge budista,
Meditando solitário à montanha,
Uma conexão, um consenso,
Um título de mestre
Ao monge budista.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Teoria do Aprendizado

Assim o homem moldou de terra seu aprendiz
E lhe deu o sopro da vida.
Assim diz a teoria do aprendizado criacionista;
Assim diz o servo da dívida.

Aprender, continuar, sem cessar.
Suicidar, para aprender apenas de mais tarde,
Que amar é o único caminho para o amor.
Amar é a única saída para amar melhor
E receber ainda mais.

Assim o homem moldou de terra seu aprendiz
E lhe deu o sopro do conhecimento.
Assim diz a teoria da sabedoria,
E o homem de tudo sabe, sem nada saber de fato.

Cacos

Ser quebrado é uma dádiva
Ser a personificação do milagre
De cacos de vidro
Tornar-se cristal,
Imune ao tempo.

Estar quebrando,
Se desfazendo,
Hora depurando,
Hora desaparecendo.

Eu sou areia do deserto,
Nuvem dos céus,
Tinta do rosto rubro,
Amor do corpo nu,
Ébrio, sóbrio,
Opaco, translúcido,
Em transição,
Nos véus do universo,
Eu brilho.

Eu sou cacos de vidro,
Eu sou gás tóxico,
Evaporando das águas termais,
Para chover em Júpiter,
Sou diamante.
Sou tudo, e nada nem eu,
Nem ninguém foi jamais.

Tu, Sempre Tu. Outro Eu.

Tu és tu.
O universo sabes quem és tu.
Tu, que tanto o és,
Sabes que és tu.

Já eu,
Não sei quem sou.
Me nomearam vencedor,
E eu me pus em pompas
De perdedor.

Eu hoje sou um;
Que ama;
Que é paciente;
Que vive;
Que pacientemente ama viver.
Que aspira.

Tu hoje és uma,
A mesma que conheci ontem.
Com todos os raciocínios,
Cálculos e respostas,
Crenças e descrenças;

Eu te amo.
Eu te quero.
Te quero bem,
Te quero bem resolvida,
Te quero muito.
Te quero bem,
Te quero bem evoluída.

Eu hoje te quero,
Te quero bem,
E isto é imutável,
E rege as leis da minha afinidade.

Eu ontem fui um,
Hoje quero ser outro,
Melhor.
Que assim seja;
Que assim eu, de carvão,
Me transforme em diamante,
Ou em ouro.
E assim sejas tu,
E assim ficamos bem,
Almas radiantes.

Quando Tornamo-nos Invisíveis

Eu me pergunto que aconteceu
Com a luz da razão
E da vontade pela verdade.

Eu me pergunto que houve
No ímpeto do clarão,
Que nos fez cegar.

E me pergunto não de hoje
De onde e por quê
Por que nos deixamos parar de crer,
Em qual dado momento
Súbito como o incerto
Nos invadimos de tolice
Nos enchemos de ego
Nos esquecemos de tentar entender...

E seguimos com vontade de ver
O momento no qual iremos ser
Sem nunca parar de querer ter
Sem entender que ser não é ter,
E ter por tempo curto é ser.

Quando tudo mudou?
E quando tudo mudará?
E quando nós iremos ver
O que não vemos jamais?

O que iremos fazer
Cegos, aspirando o Sol,
Surdos, aspirando o som,
Mudos, aspirando o bem?

O que iremos fazer
Nos encontrando imóveis
Na bela tentativa de alcançar
A velocidade da luz

E nos encontramos insolúveis
Querendo a compreensão universal?

Quando queremos ser etéreos
Tornamo-nos mais opacos;
Se queremos menos e fazemos invés
Quando tornamo-nos invisíveis
Quando tornamo-nos incríveis,
Somo-nos felizes.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Terceira Carta de Larisse

Já perdi as contas de quantas vezes disse que te amo por mensagem de texto. Por todos os aplicativos que já inventaram. Com corações coloridos,alguns que pulsam,outros não,nas mais diversas cores e formas variadas de janelas de redes sociais. Que estranho este caminho que a gente encontrou pra dizer um pro outro que a nossa relação vai além do que a virtualidade permite. Quero te dizer,neste segundo,que te amo. Mas o que fazer se seus olhos insistem em se manter distantes dos meus,por conta da rotina caótica dos dias? Juro que até,mais uma vez,peguei o celular ontem mesmo pra mandar mais uma mensagem,mais resisti. Olhei pro céu e pensei em você,com toda a força do meu coração apaixonado. Quem me dera se os pensamentos me respondessem com aqueles alertas de mensagem recebida. Que eu tivesse certeza que as nuvens tinham levado o meu recado para você . Pelo visto,a única forma de dizer que te amo à distância é a frieza de um celular. Ainda que eu use a função quase descartada nos dias que se seguem,a ligação,não seria o suficiente. Não seria a mesma coisa do que ficar no calor dos teus braços. Então,faz assim: te mando agora este recado e a gente marca de se encontrar amanhã . Combinado? Ah,por sinal,antes que eu me esqueça,ainda que mesmo por rede- te amo ❤️

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Those who named the wizard a charmer they are the lost ones...

Depressão pós-porre

A vida parece diferente depois do seu primeiro porre. Para os mais reflexivos, o porre é um aglomerado de indícios para realizar uma autoanálise de personalidade. As drogas não mudam você, elas potencializam seus impulsos. E seus impulsos são a sua guerra interior. Existem diversos marcos na sua vida que você pode parar e pensar: "a partir daqui, agirei diferente". Dependendo do acúmulo de informações que você possuía antes do porre, o pós-porre será muito produtivo para você. Se eu precisava chorar, chorei. E agora aprendi a chorar quando preciso.
Porres, como tudo que acontece, uma lição de vida.

sábado, 8 de agosto de 2015

Fumantes

Os signos divagam sobre seus cigarros,
Enquanto o Leão fuma para saciar seus problemas do interior
O Escorpião fuma para saciar as vontades do cigarro
E o Câncer para tomar para si as dores do seu amor.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Strenght

To be happy in the rain
When the sun is not here anymore
It's difficult to put our scars to drain
When the heat has abandoned

The calls of God can't be heard
And the prays you pray don't longer make sense...

Beat the rain out
Use your rage
With your own hands
Beat the rain out
With your own hands

Noose the sun
Hurry up,
You gotta pass over your doom
Noose the sun
Hurry up,
You gotta pass over your doom

To be happy in the night
When the moon can't be seen
It's difficult to put a smile in our faces
'Cause there's no light
Up in the skies!

Beat the night out
Use your rage
Run the town
Run your heart

Noose the moon
Hurry up
You gotta pass over your doom
Noose the sun
Turn the night
Upside down

O Leãozinho


Gosto muito de te ver, leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol, pai de toda cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol, leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar no mar

Composição: Caetano Veloso

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Alter

Se instalam todos os outros
De uma vez por todas
Subitamente num dia só
Te fazem de boneco
Te adentram e tu gostas

Que dizer de ti se não que és doente
Um terço de ti tu nem conheces
E te fazes de feliz de deixar-lhes conscientes
Que fazes agora quando não mais te pertences?

Te aviso que impeça antes que não possa
Pois hora não pode mais controlar
E te torna apenas outro Alter
Como um outro qualquer
Como algo que não vai mais dizer andar
E andar com as pernas próprias.

Entorno de fantasia pequena
Se faz grande movimentação interna
Brincas enquanto e depois te perdes
E não me pedes pra te encontrar.

Leonardo.

Outubro no Horizonte

Então é Agosto,
Reinado por leoezinhos,
Repleto de dívidas,
Medo dos erros,
Heroísmo.

Já posso sentir o cheiro
Outubro já chega...
Somente dois signos à frente,
Enquanto vem o verão.
Outubro é o meu berço.

Já vem, lá de longe,
Com o cheiro de todos os amores,
Com a tristeza das marcas,
Com os prometidos dias melhores.

Venha logo,
Esperado mês de aniversário!
Te espero com flores,
Com promessas e dores
Te espero parar curar meus medos,
Minhas memórias, meus anseios,
Chega e me cobre,
E me deita no teu ombro
Que preciso de tu,
Ó, mês tão nobre!

Já vem, lá de longe,
Com o cheiro de todos os amores,
Com a tristeza das marcas,
Com os prometidos dias melhores.

Vem, Outubro...
Vem e me acolhe.

Ême

Me deprecio observando teus dizeres
Existem sempre textos melhores
Tu és um grande tolo prepotente
Tentando fazer de si poeta,
Uma total falta de vergonha na cara,
Versos e títulos e cópias baratas.

Um grande fingimento,
Um teatro de troca,
É visível que sofres de superficialidade.
Porque?
Trocastes teu Sol pela tua Lua.
Tens consciência da estupidez,
Se é bonita, não é obra tua.

Não te cansas de tanta falação,
Ou não aguenta a tentação de tentar
Ser um maior, ser o melhor,
E não te envergonhas de falhar?

Todo poema teu é uma falha.
Te deixas na praia,
Numa ilha deserta
Aproveita, melhora ou nem volta.

♑♡

Irresistivel

É irresistível,
O gosto de uma fritura,
Uma boa conversa
Sobre literatura.

É irresistível
O seu lábio molhado,
O cara do almoxarifado,
A vingança oportuna,
O beijo roubado,
Uma viagem de bondinho
Quando no Corcovado.

É irresistível
O teu abraço
O desistir no cansaço
Um copo d'água no mormaço.

É irresistível
Te elogiar sem embaraço,
Te pegar nos braços,
Te levar à cama
No calor da embriaguez,
No meio do amaço.

É irresistível
Dar a uma criança uma boneca,
Almoçar e tirar uma soneca,
Uma folha em branco e uma caneta,
Um pouco de rum numa caneca,
O cheiro do café, o teu chamar
O cheiro, o gosto da sua boceta,
O teu molhar nos meus dedos,
O teu melado entre as pernas,
Tudo do teu calor,
O sugar do teu suor,
O sugar das tuas gotas...
O teu buraco...
Te estuprar,
Te encher de todos os jeitos
Me olhas, te perfuro,
Te fazer gozar,
É irresistível,
É essencial,
É desprezível
Te provar pouco
Te encher pouco
Te dou mais
Te como tanto
De graça
Em qualquer lugar da casa
Porque te amo, porque te possuo,
Porque te gosto, por mais te engulo,
Te roço, te adubo
Se tu vens
Contigo faço tudo.

É irresistível
Começar um texto e não te assediar
E em muitas linhas te explorar
No meu delírio, vou recomeçar
Vou fazer, vou te respirar
Porque é irresistível.
Irresistível não te falar.

Conto das Grandes Orgias

O desenho da palavra é lento,
Tenho por tomar o lápis em pressa,
E assim o faço imperfeito.

O verso é uma peça,
Cujo qual se contorna
Para que fique bonito,

Mostra tudo após a nona taça,
Tudo num texto,
Numa overdose sem missa,
Num conto torto,
Repleto de verdades e remorso,
Cheio de listas,
Cheio de pontas soltas,
De grosserias e todo o resto.

A conclusão do poema é sensível,
Amostra de muitas magias,
Revelação de segredos,
Lembrança da tentação que fora irresistível,
O Conto das Grandes Orgias.

Te amo, te quero, te temo.

Insígnias

Áries

Tudo vem, tudo vai.
Tudo bem, tudo mal.
Tudo tem, tudo falta.
Tudo sobe, tudo cai.
Tudo quero, ponto final.

Touro

Hum,
Não.
Um qualquer, outro.
Mas que saco.
Vem, vai, tudo pronto.
Minha casa, meu dinheiro.

Gêmeos

Primeiramente tudo passa,
Volta outra hora,
Te tenho um sorriso.
De tudo por trás,
Nada lhe interessa.

Câncer

Ficarei, se quiseres.
Se não, ficarei também.

Leão

E brilharei, imenso,
E tu me rodearás.
Me seguirão até o fim,
Nos vales da poeira baixa,
Nos pântanos da neblina densa.

Virgem

Pois vou e penso,
Se não tem como,
Repenso.
Se tens um ou outro,
O melhor é pouco.
Pois paro e penso,
Se não tem como,
Crio modo outro.

Libra

Se pensar bem,
Dá.
Se pensar direito,
Acontece,
A gente ajeita,
Sempre existe um jeito.

Escorpião

Melhor não.

Sagitário

Ao horizonte,
Pra sempre,
Avante!

Capricórnio

Dois milhões,
Em trinta,
Talvez cinquenta anos.
O que se faz com cifrões?
Eu sei,
Concordo, sempre se ajeita.

Aquário

Todos se movimentarão além,
E o mar em gemidos levantará.
A união faz a força,
A totalidade é o bem.

Peixes

...

Uma hora tudo se transforma em casa.

Dores

Quantos tempos se vão na dor?
Numa atitude singela,
De flash de lanterna que falha,
A vida é do ator,
Que mesmo na pior
Engole o choro, sorri e entra em cena.

Meu coração não é assim,
Minha cabeça pouco aguenta.
Não te quero tão mal, amor,
Me abraças que te seco quando choras,
Tu tens mais que eu,
Te assopro cada cisco nos olhos,
Não te afastas, te mostras,
Se te escondes, te quero em muros,
Cantando a todo mundo.

Coração, te ponho a prova,
Se aguenta e não te apavoras,
Nãos és de marfim.
És menos valioso,
Não tão negro,
Não tão rosa,

Meu coração não é assim,
Ele não aguenta
Não me acusas, amor,
Me abraças que eu seco quando choras,
Tu tens mais que eu,
Te assopro cada cisco nos olhos,
Não te afastas, te mostras,
Se te escondes, te quero em muros,
Cantando a todo mundo.

Te assopro cada cisco nos olhos,
Não te afastas, te mostras,
Se te escondes, te quero em muros,
Cantando a todos,
Te quero em muros,
Cantando a todo mundo.

Empírico

Aonde estão todas as cores?
Do preto me dirigi ao branco,
Do branco que não sequer posso alcançar.
Não se pode seguir de preto ao branco,
Da noite à manhã num único bradar.
A luta é muito mais longa e intensa.

Te tens da ignorância muita,
Farsas para se vangloriar.
Chamas o meu nome,
Mas a ti não posso escutar!
Vens a mim, com tanta pretensão,
Tu tens glória a que,
Vencestes de quem,
Para que com tanta ocorrência me viestes a chamar?
Tu postes todas esperanças em meu nome?
Não, antes te pões em teu lugar.

Sou de muito, de pouco, de tempo,
Sou atento, disperso, não sou porém lento,
Tu tens muito que aprender
E antes chamas o nome do Soberbo?

Onde está teu espírito?
Só vejo teu negro abismo,
Onde estás tua esperança?
Não a nomeastes, empírico, incapaz.
Eu que dizes que faço, que tenho,
Não te escuto, não te vejo,
Onde estás tua paixão, tua marca?
Onde estás tua maldade, teu karma?
Onde estás teu desejo, o fogo, a faca, o arco?

Tu, reles, contenta-te,
Te vigia, pois contigo ainda não ando,
Não te vejo, não te cheiro ou coisa qualquer,
Não, por enquanto sacia-te.
Te bastam Pedro, Lilian, Fernando.
Nem sequer te pertence Peter.

Pedido

Tímido, incômodo, leonino.
Te fazes direito em sinal de paz
Tu és imortal e influente,
Tomas teu conhaque, teu violino, chega e faz.

Tu tens pose, palavra,
Tu és tu e tu ninguém mais.
Tamanha posse de direitos,
Tu tens quem te apresenta, quem tudo te trazes.

Tu te passas, te entregas,
Tu te sentes, bens tu trazes... bens tu trazes.

Te colocas em paz,
Te ajeito um canto, com certeza.
Te colocas em paz.
Tiago, te faças logo, te podemos ver
Tiago, te colocas, nós imploramos...
Te colocas em paz.

Sou Uma Cômoda

Dói,
E sempre vai doer.

Meu cérebro grita,
Cansado de eu o moer,
Cansado assim como o teu
Estar cansada de ser.

Não há saída pra mim,
Eu fico por aqui.
Posso até me acostumar,
As paredes verdes,
O sol assim,
Tudo diferente,
Mas eu me ajeito.
Tudo se ajeita,
Um dia vemos que é certo.
Tudo uma hora vira casa.

Você pode me visitar
Com vinho e um buquê.
Sempre irá poder retornar
A me perguntar o porquê.

Não há mais saída pra mim,
Eu fico por aqui.
Posso até me acostumar,
As paredes verdes
E o sol assim.
Tudo diferente...

Bagunça

Para falar de coisas por sorteio
Tenho me saído bem,
Mas pessoalmente tenho sido ácido.
Mãos, calos, feridas,
O que mais tem?
É o passar do tempo que torna tudo cálido.

Eu tenho estado sem jeito.
Agora quero muito arrumar.
Agora quero terminar...

Para falar de coisas aleatórias
Tenho cartas, blogs, amores de sobra,
Eu quero arrumar o que tem dentro.
Amor, me perdoa,
Na sombra da palmeira na praia,
No despir da tua saia,
No banho, na água, no abraço salgado,
Na avidez do embargo,
O perfume na carta,
O sentimento de ontem,
A dor do amanhã,
O sal, o açúcar, o mel e o limão...
O querer e o perdão,
Você não é a vilã,
E o sentimento se esquece de tanto
O tudo de agora,
O sentimento de ontem,
A dor do amanhã...
Não
Não tem perdão...

Eu tenho estado sem jeito
Agora quero muito arrumar...
Está bagunçado assim,
O meu coraçãozinho...
Em profundos desafios,
Vamos deixar pra amanhã?
Eu queria estar
Queria estar rodeado de ti...
Mas hoje não vai mais dar,
E nem amanhã, temos outros compromissos
E está bagunçado assim...
Podemos arrumar juntos?

Depois das 3

Não me mantenha acordado mais
Depois das 3 é sempre pior
Não me tenha pra você nunca mais
Depois das 6 desligue o som
Vai ser ainda pior
Depois das 9 a minha dor aumenta
Você sabe que de nós dois
Eu sou ainda pior

Não me ligue
Ao chegar da noite
Prefiro de você
O declarar de mil auto-falantes

Me embarace o quanto quiser, meu amor,
Ao fim de tudo o teu semblante
Vai me retirar da tua aura porque sorri
Porque eu te amo

Mas não fique até depois das 3
Pois é tudo tão mais dolorido
Quando vêm à tona
É uma maratona de infelicidade à dois
E tu tens melhor antes das 3

Não me ligue
Ao chegar da noite
Prefiro de você
Declarações de mil auto-falantes

Me desfaça o quanto puder, amor,
Ao fim de tudo ainda sou amante
De cada detalhe e falo por tudo
Porque eu te amo

Mas volte depois
Porque a partir das 3
Acaba o ânimo
Volta depois
Ao começo do ano
A partir das 3
Não me garanto...

Não me ligue
Ao chegar da noite
Prefiro de você, de dia
O declarar de mil auto-falantes

sábado, 1 de agosto de 2015

A Chegada de Tiago

Tiago,
Soberbo iluminado.
Bens seja recebido, com pompas,
Tenho indícios de que serás bem colocado.

Não te aflijas de alguns outros
Estes que ainda nem foram nomeados,
Sujos, cheios de vícios, amaldiçoados.
Com o tempo tu te destacarás,
Pois tu és Tiago, o Soberbo Iluminado,
Nascido no dia 1º de Agosto,
Para nos trazer as luzes de Apolo.

Este Relicário espera teu ego.
Este Relicário espera-te atento.
Tu és Tiago, o Soberbo Iluminado,
E nós, o Povo, já somos prontos para ter-te.
Te veremos, pois é tempo,
E nos alegremos, pois tu eras muito esperado.

"Deste mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar"

Combinações de Primeiro Grau

Pão caseiro combina com nata,
Pão francês combina com presunto.
Pão fatiado combina com queijo,
Pão de queijo combina com café,
Assim como os cigarros.

Horizontes, Neblina.

Bloqueias incessantemente o que te faz mal
Mas corres atrás do que não podes excluir
Meu blog, minhas cartas, meus textos
É tudo uma grande fachada.
Não nos vemos, conhecemos ou sequer sabemos
Que fim irá levar, que coração irá rachar
Sonhos de cobras sufocado uns aos outros
Este é o mundo em que vivemos.
Nada é certo, mas nada é incerto com certeza.
Nada é mundano, mas tudo que nos rodeia o é
Isso é tudo que aqui conheceremos.

De Trás Pra Frente

A começar não sou assim tão mal
Tento, por exemplo, no intento de acabar com tal,
Deparando-me na inconformidade de não conseguir por imediato,
E me perco no vau da turbulência do mesmo, então,
Não me tenha por tão mal caracterizado,
Se por algum dia já consigo não mais ser tão vil,
Hoje me sinto depressivo por ter causado o mesmo desagrado,
O mesmo que julgas, o mesmo que contraístes em ânsias, afinal
Quando não entendias, não entendia eu também
Se por um momento te tinha, por outro por isso sofria,
E no final nada mais me pertencia.

Escravo, bobo ou surto de consciência?
Não sei, e o passado já não se justifica.
Foi um furto de moralidade e decência,
Mas aconteceu e remediação apenas
Agora ou no futuro se apresenta.

Ciúmes

Os ciúmes são incoerentes
Sou taxado de futuro possessivo
Enquanto só o sinto entrementes.

Meus ciúmes existem para causar dor
Nada mais.
O sinto de quem não me pertence
E apenas por quem queria que me sentisse amor.

Em toda minha história não me lembro
De tal momento infame no qual não tive,
Quis, e fiquei por isso mesmo.

Este então se mostra o momento, finalmente,
De deixar a vaidade e seguir em frente.
Por isso deixo entrementes.
Ou morrem os ciúmes incoerentes
Ou se mostrem alguma vez as malditas provas inerentes.

É preto ou é branco
Ou se mostra a mentirosa falácia enfim
Ou tu algo a mim e vice-e-versa nos pertence.

Meus Textos

Por final,
Tão simples quanto a pergunta é falha
Não sou adulto e sou uma farsa.
Também textos meus se confundem,
Misturam e disfarçam.
Alguns a mim, alguns a outros,
E entre tantos,
Prefiro que fiquem menos claros.
Não são de todos
Não todos
Apenas alguns.

Porque não me enfia logo uma faca, antes do anúncio?

Maciço

É um certo tipo de preocupação
Sem ser ocupação
Sem ser opaco
Sem ser simples

É um certo tipo de amor
Sem ser razoável
Sem ser difícil
Sem ser simples

É um certo tipo de mensagem
Sem ser romântico
Sem ser paterno

Um certo tipo de carinho
Sem ser amante
Sem ser patético

Um tipo de necessidade
De ter por perto
De ser eterno

Uma desconfiança
De que não acaba
Nem se apaga
Com o tempo

É um certo querer inconformado
Um amor danado
Em nós confusos, cafonas
Sem ser banalizado
Funciona, opera

É um certo tipo de mensagem
Sem ser romântico
Sem ser paterno

Um certo tipo de carinho
Sem ser amante
Sem ser patético

Não é Pop

Já se foi o tempo
Em que tu fazia-te de pop
Adota teu termo
Que seja punk, que seja qualquer rock
Tens uma cara de mpb,
Mas tanto desanima que não serve pra acústico
Não te porias neste dvd.
Atiça mais tua vontade, garoto
E fazes o que deves.
Que deves não sei, mas procura teu vocabulário.
Fazes o que deves,
Que deves não sei e tu não sabes,
Mas este és teu relicário.
Não o encha de desvirtudes,
Cuida teus hábitos.

Cobre-te de bondade

Porque choras, anjinho?
Quem te fizeste este mal?
Lembra-te de mim, teu amigo?
Estou sempre aqui contigo.
Não chores, anjo,
Pois tu tens abrigo.

Tudo que levas nesta vida é passageiro,
E um dia tudo debanda de teu coração.
Cada palavra, cada abraço, cada ofensa,
Não te leves de rancor ou depressão,
Faça-te mais e mais até que beire
A felicidade está à distância do portão
Enquanto andas neste cemitério
Bebes das águas sujas e dos monstros sem critério
Alguém te guia, anjo, até o portão.

Não te desvincules da tua bondade
Faça por amor mais do que por maldade
Não te culpes tanto dos erros,
Do que causastes.
Lembra-te que todo dia é uma nova chance
Lembra-te de cada nova oportunidade,
De que quem repete o erro consciente
É vítima de vaidade.
Não sejas leviano, anjo,
Cobre-te de bondade.

Seja bem-vinda de volta, vontade de morrer.

Despedaçar Antes de Unir

Deixa-te pensar sobre mim,
Porque já provastes do ascendente ao âmago,
Porque já conhecestes Lua e estômago,
Da garganta ao esôfago
Deixa-te por mais tempo pensar.
Pensa, ponteiro do relógio, passa.

Não morreremos.

A cada texto uma nova linha
Abrevia o nosso ponto de conhecermos
Um tópico aqui, um ódio, um viva.
Um eu te amo, um eu te odeio,
Um sol ardente, uma lua cheia,
Um dia nublado e um eclipse no céu de sempre.

Mas nós não morreremos.

Mais uma semana, duas.
Talvez um dia de textos definitivos.
Não me toques, quero textos.
As Mil Mortes de Talita.

Pega toda a incerteza,
Pega todo o sentimento,
Segura firme e depois fatia.
Dois ou três versos,
Quatro pro mais incerto.
Cinco quando morres de agonia.

Nós não morreremos.
Mas é impossível dizer quando acontecerá o inevitável,
Talvez nem nos conhecemos.
Poemas, textos, picadeiro de enigmas.

Quem nós somos?
Nícolas, Miguel, Lilian ou Matheus,
Que tens Alice, Talita ou Maria?
Já não gosto de tocar-te o nome, Isabel.
Mas quando poderemos findar o incerto
Prontos estaremos para tocar o seio.

É da Minha Índole

É da minha índole
Tudo o que me interessa
Minhas preces secretas
Minhas vontades secas
Meus términos de sexta
Meus amores de sábado
E de madrugada as festas.

É da minha índole
Amar, amar e enlouquecer.
Se fazer de cego,
E amar mais de uma vez.
E amar muitos ao mesmo tempo,
É da minha índole,
É do meu patrono,

Meu coração é uma rampa íngreme
Se acumulam os privilegiados em cima
Sobrepostos tardiamente vão abaixo
Ser podre, essa é minha índole.

Não é da Minha Índole

Faz muito tempo que não sou rei
Porque descobri outro maior
Faz muito tempo que não sei quem sou
Porque sinto coisas além da dor

E tu tem me sido objeto de pesquisa
Porque não entendo o que se passa
Que sinto, que ciúmes é este,
No que isto se finda?

Te tenho tantas coisas a dizer
Algumas tenho vergonha
E nada é da minha índole,
Dúvidas, possessão, medo,
A cegonha que me trouxe
Não especificou isso na etiqueta.

Sangrei meu dedo
Fazendo pactos com o demônio
Me voltando a Deus
Me pus curativos
Falando com espíritos
Me pus dúvidas
Crendo em signos
Me pus certezas tortas
Crendo em ti
Me pus o desconhecido

Tanto que falando de Alice
Sempre escrevo mais bonito
Mesmo às vezes eu mais querendo dizer
Falo mais do que rimo

Não sei se te toca
Eu sinto ciúmes e vergonha
E isto não é da minha índole,
Dúvidas, possessão, medo.
A cegonha que mandaram
Não dizia nada disso no rótulo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sozinho

Carente, desabrigado.
Inocente inconformado.
Indecente mentiroso,
Doce ladrão com disfarce de criado.

Sozinho novamente,
Que grande tolo inconsequente,
Pensar no brilho do dia,
Que nunca jamais pensaria, notaria,
Jamais iria querer dizer
Mas com certeza outra vez ele amaria.

Grande tolo inconsequente.
Na noite do maior desprezo independente
Se vê inútil, frio, morno e quente.
E continua sem ninguém,
Mais uma noite,
Sozinho novamente.

Com ninguém, como merecia,
Pois uma vez pensara
Que nunca jamais pensaria, notaria,
Jamais iria querer dizer
Mas com certeza outra vez
Lembrar-te-ia...
Com certeza uma outra vez ele amaria.

Farol da Verdade

Um, dois.
Não mais que três...
Somos o revés
E o mesmo depois.

Um é um,
E o outro é o segundo
Mas em não mais que dois segundos
Nos mostramos iguais.

O charme é a ponta.
Em alguns dias,
Nos cheiramos diferentes,
Nos sentimos contentes,
Nos explodimos, completamente inconsequentes.

Me adota, é urgente
Preciso de uma foice
Preciso de um colo
Preciso do dois
Da minha primeira parte...

De acordo com a medicina
Você é minha parceria
De acordo com a astrologia
A gente se completa
Está repleta de sadismo
Nossa intensa remediação
Companhia de domingo,
Companhia de abrigo,
Posto de gasolina,
Me enche, me adota, me mima.

Um, dois.
Não mais que três.
Somos o revés
E o mesmo depois.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Retrocesso

Consegues notar meu retrocesso?
Lento, uniforme, de pouco em pouco
Retornando à forma original.
Tomando-se novamente pela luxuria
Pelo incerto acima da certeza,
Para o escuro do dia após as noites em claro.
É tanta volúpia.

Consegues notar meu retrocesso?
A escassez das divindades
Os assuntos pagãos
As incertezas de sempre?
Nenhuma novidade.
Estava escrito.
Pelo menos agora creio que algo há.
E isso é um avanço
Mas nem tal poder tecnológico
Impede o retrocesso.

Vamos ver o filme novamente?
Escorpianos, os dedos mais hábeis na arte de rebobinar
E também de masturbar, obviamente,
Senta, pois lá vem história.

Reinaugurar a praça de visitações ou declarar falência?

Treva, assombros, profundas depressões,
Teu lar.

Café, mentira, agressões e nicotina,
Quantas noites passastes por aqui
Já és mais também a tua hospedaria.

A Terra do Nunca é na verdade uma promessa
Que nunca alcançaremos.

Me pergunto se vale a pena voltar
Ou se deixamos como está.

Se alegas não sentir de mim falta alguma
Que ganharíamos senão gozos falsos,
Mentiras de altares,
Que lucraríamos?

Não sei
Só sei que não quero por mais nada na conta.

Então me contes
Qual és tua opinião?

Seja boazinha, Alice.

Fuja, Tinker Bell! Para a Terra do Nunca!

Breve

Quando em dia e noite e dia acordado
Sou um bêbado sonolento
Tão breve, absurdo, taurino, seco.
Nem mais sou homem, nem viado.

Sou isso,
E nada além disso:
Breve.

Passa-se o verão e o sol, o inverno e a neve,
Mas após uma noite não dormida,
Pulo décadas.

Entre amores, términos, espinhos e pétalas
Faço meus piores inimigos
E colho também novas margaridas.

Mas desta vez, breve,
Não tenho nada a oferecer.
Nada além da insanidade escondida
Que se manifesta, mas é insana,
Deveria se manter escondida.

Mas agora já foi. Breve.
Como devia de ser.

E depois de passar o verão e o sol, o inverno e a neve
Acordo e sinto insolação, frio e vêm breve
A mais justa e merecida solidão.

"Café,"

Quando eu era pequena,
Eu amava o cheiro quente e salgado
Do café sendo feito na hora.
Eu seguia aquele cheiro até o copo
Só para não prová-lo.
Descobri uma vez
O quão diferente era o gosto
E passei a ignorá-lo.
O cheiro me bastava.
E pouco a pouco
Foi morrendo a magia.
Eu bebo café às vezes,
Não tem graça.
O gosto,
O cheiro já nem importa mais.
A efemeridade do prazer
Ficou no ar da minha infância.

Chega

Eu juro que não quis nunca ter começado nada disto
Em nenhum momento planejei a dor causada
Mas agora causei e ela hei de ser justamente vingada.

Mais um coração riscado verticalmente
Despedaçado em cacos.
Um por causa do outro e o outro por causa do primeiro.
E assim a vida vai e vem o caos.

Mas não importa, porque agora não comecei-vos nada.
Vivei-vos livremente até a hora de sermos aprisionados,
E abram alas.
Novas ideias e conceitos limpos e bonitos criei-vos,
Novos laços de apenas um sentimento implantei-vos.
Prazeres, longe de mim amores.
Ainda tenho pais muito bem vivos.
Representei-vos finalmente sem produtor nosso grande teatro
E quem sabe um sexo à quatro?

Este é apenas um dia a mais para a morte,
Contei-vos agora assim, certo,
E usei-vos melhor a vida, apliquei-vos Marte.

Vida Maldita

E eu lá imaginaria
A esta altura
Encher-me de ciúmes
Esperando alegria?

Amante

Sei eu de por quem sinto amor
E esta palavra nunca me serviu de rótulo
Algumas vezes de obstáculo.

Nós seres mortais
Tanto fazemos e pouco pensamos,
Nós, seres imorais,
Tanto fazemos, tanto sentimos, tanto pensamos,
Não sabemos nem a certa ordem.

E como todo bom amante
Desejo que vivas a felicidade
E como todo bom amante
Me tomo as dores em silêncio
E torno novamente
Caso seja necessário.

Alegamos ser poetas que não sabem amar,
Mas na verdade somos amantes que não sabem ser poetas.

Que canções são canções para qualquer banda de boate?

terça-feira, 28 de julho de 2015

Canal Sensacionalista

Vamos ver se me serve ficar quieto
Ou serve-me apenas para encher cinzeiros
Vamos ver se melhora a situação
Deixar de dar carvão para teu ego queimar
Por algum acaso tens Marte em Escorpião?

Que grande falácia.
Que inútil tentar.
Que desprezível me sinto
A cada suspiro do teu ódio
Porque não te entendem,
Porque não te gostam.
Que grande dor,
Alega que não digo o que sinto
Mas se quando sinto serve-te de pilha
E teu controle remoto liga no canal sensacionalista,
Prefiro deixá-lo descarregado.
Prefiro deixar-te no silêncio
Porque não entendo como te fazer ver
Que eres completamente entendida
Mas que és absurda muitas vezes,
Que ainda és uma criança.
Que ofensa te digo ao te dizer a verdade
Se ela conto apenas a ti,
Se a verdade é nosso selo de maturidade
E o que pode nos manter juntos
É exatamente essa sincera lealdade.

Eu jamais deveria tê-la abandonada
Eu percebi a aura de loucura em sua casa
Fechada e mal-tapada, sem ninguém para ter
Nem motivo para ranger teus dentes.
É motivo suficiente para ter a maldita vontade
Mas não precisas implantar o caos.
Precisas dar ouvido à ruindade da sua mente?
Precisas parar para pensar e afastar a tristeza
Tudo que tens, tudo que conquistas,
Tudo te pertence enquanto bem vigia.
Mas tudo que plantas, tudo que amaldiçoa,
Sabendo muito bem que o destino é uma vadia
Pronta para fazer tudo que tu pagares.
E sendo a tua moeda de escambo a tua boca,
E a tua boca hoje amaldiçoa.
E a tua mão, também, outra moeda,
A tua mão hoje planta ervas-daninha.

I am no happy I am sick

Obstáculo

É chegado o momento do drama do dia-sim, dia-não.
E eu aqui preocupado com a brilhante chegada da lua-cheia,
E tu aí, ignorante das minhas preocupações.
Vem de novo com teu drama mal pensado e tuas facas já tão sujas
Os fios de nossas conexões não aguentam mais os esparadrapos.
Ó, amor, se me amas, porque não me convéns?
Se me amas, porque não me entretém?
Se me amas, porque não acordas e deixa-nos viver em paz?
Se tanto me amas e do que eu mais, porque fastes de tanto,
No momento da intriga pões tuas chantagens,
E da reconciliação não te desculpas, nada fazes,
E porque tão pouco nos alimenta a alma,
Porque tanto desfazes? Porque tanto brigas?
Que tanto que se distrai?
Se ainda houvesse alguém para trair-te,
Ou alguém para lhe largar por qualquer motivo,
Tens quem te ama e cuida, e prometes guerra ao desconhecido
"Se não me vens, desfaço nossos vínculos."
Mesmo quando ameaças, te entendo, te satisfaço.
Mas quando torna a mim a necessidade de algo,
Me acolha e guarde, e não me ataque argumentos toscos
Enganastes se pensas que sou um palhaço.
Quando um não quer, dois não fazem...
Quando um quer e força o outro,
Dois não fazem, ou ambos se desfazem.
Que assim seja a regra, que assim se faça a paz,
Ou que assim se institua a guerra...
Se não queres um nem outro, pra mim tanto faz.

Falácia

E este amor, todo pretensioso, que me pregas?
Imagino o que te passas na cabeça e no coração
Ao martelar tua placa à pregos tortos no meu
E me dizer contra minha vontade que devo fazer
Tanto carinho para que logo implante a maldição
E penso, de verdade, que sejas minha rendição
Que faço, de verdade, meu pior caminho,
Trilheis nossos passos para o abismo da solidão.
Te amo e cada dia mais tu me torturas
Desvinculando-me do clarão, voltei-vos então.
Volvei à escuridão.

Querer X Tendência

Queria cantar as coisas boas
Mas não as vejo.
Queria cantar as coisas boas que fiz
Mas não as faço.
Queria cantar as coisas boas que existem
Mas não as presencio tanto.

Que coisas boas um quarto e uma sala de estar
Quais maravilhas eles podem mostrar?
Não sei o que me falta, nem sei se falta,
Não sei como fazer, nem ao menos como cantar
E se eu tento, eu paro, porque tendo a afundar.
Por que eu tendo a afundar?

Is this true?

"You tear me down like Roger Moore
"I cheated myself
"Like I knew I would
"I told you, I was trouble
"You know that I'm no good"

Is this true?
You're my death,
You're my curse?
Or is this untrue,
But without you
I'm so good,

You're so well
We're fine, so what?
We're cursed by birth
We can be alone
But never together
Never, never, never...

Is this true?
Because when I think about you
I'm so sick
Or am I depressed and you just show me more about myself
Or am I mad, or am I sick every damn time of my life?

What do I do?

I was so happy and now I feel guilty,
Or am I just crazy?
Or am I just so sick?
I don't wanna pay those bills...
I didn't mean to buy it, I swear,

I didn't mean that. Did I?

Ainda Não é o Momento Certo

Esqueço-me de olhar para dentro.
A noite é amiga para a introspecção
Nas noites de lua minguante.
E o dia de luz intensa da crescente
Dói mais para pensar no passado.
Comecei-vos o novo, por favor,
Querido cérebro, viva o hoje,
Por favor, olhos, recolha suas lágrimas.
Por favor, mente, não é das dores
Que eu desejo que se alimente.
Por favor, espírito, não tragas a ti mesmo
Assim tantas contas, e esses tantos amores
Pra que tu necessitas?
Olhei-vos na lua cheia nossas coisas feitas
Mas como se enquanto ela nos deixa fazer
Tu te deparas com tanto que não se deparou
Quando ela nos pedia todas as desfeitas
Limpa-te da sujeira no próximo mês.
No próximo mês, querida alma.
No próximo mês, querido karma.
No próximo, por favor, cérebro,
Por favor, tenha calma.

Que escorpiano serve para sociopata?

Não me lembro teu mapa astral
Não imagino como se sentes
Não faço ideia de quanto tens
Nem do que mais pretendes

Temo por sua partida
E temo ainda mais seu retorno
Se eu já desisti de ir
E me dei outra chance por medo
Eu tenho tanto a perder
E quanto tenho a ganhar?
E de que o ganho importa
Quando estou cada dia mais perto
E posso ver entre as névoas a frente
Sua imagem tão bela
Pronta para dizer que está pronta
E não precisará mais de mim
E agora foges, até o fôlego pedir chega
Mas por enquanto não adianta mentir
Tu vais olhar pra trás para sempre
Assim como eu tenho que fazer porque sei
A culpa é toda minha,
E toda conquista de nada vale
Se feita por cima da melodia da verdade
Da melodia dos outros.
Vivei-vos longe, compostos pelo sufoco.
Vivei-vos desconexos, naturalmente complexos
Mas cheios de defeitos podres

Eu sei, eu não deveria,
Mas eu quero.
De que vale escrever
Se quando fazê-lo vai querer esconder
Os seus mais primitivos instintos?
Eu não deveria,
Mas eu tenho necessidade.
Eu sempre vou destruir
Porque minha natureza é reconstrutora
Mas o sistema já está completamente infectado
Então que mais eu faço
Se não parte dele ao criar todos os impuros desfechos
Para todos os ódios, para todos os meus amores
Para todos que amo, e para todos que odeio.
E quem eu odeio de verdade?

Se sou sociopata,
Manipulador, psicopata,
Com traços sérios de esquizofrenia
E bipolaridade.
Se sofro de depressão profunda
E sou manipulado por outra doente mental.
Que ganhei deste mundo
Se não um imenso karma pintado de vida?

Eu sei, eu não deveria ter feito isso
Mas eu sou tão insano
Quanto sou sensato.
E tão vampiro psíquico quanto bom samaritano
Eu sou tão doente quanto alegas
Como sou inútil para reparar
Como manda minha natureza.

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