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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Desfecho Mortal

Hoje, antes de eu exaustivamente tentar dormir
brigando direto contra a minha mente
parei para procurar abrigo naquilo
do que ultimamente eu tô tentando fugir:
pessoas.

Há algo de interessante nessas pessoas,
as que ignoram o que é realmente importante,
as que se acham no direito de pedir,
algo incoerente e louco que tem uma pitada
de divertido.

Habitualmente eu ficaria na cama perdido,
me revirando pra lá e pra cá sem ter onde ir.
Habitualmente eu disfarçaria meu ego,
o cortaria em sete, o faria de tonto, só pra isso:
fugir.

Quantas voltas são necessárias pra eu poder sumir?
Tudo sempre acaba na fuga, mas hoje não,
porque hoje não tem como imaginar o sumiço
diante do fim de outubro, do fim de tudo,
explosão.

Quantas vezes eu vou ter que apanhar de mim mesmo
pra aprender a ser gente?
Quantas vezes eu vou ter que ganhar coisas
pra entender o valor delas
pra finalmente desempacar e poder, talvez,
seguir em frente?

Não, não é possível. Ou não sou tão inteligente assim.
Eu prefiro os problemas, o caos, é claro que sim.
De outro modo, o que explicaria tudo isso?
Aliás, o que é tudo isso?
De onde vem?

Os sintomas são claros: Pedro sabe.
Talvez apenas ele consiga se manter íntegro no final.
Nem Renato consegue mais.
Não podemos aguentar isso por muito tempo.
Tudo vai ter um desfecho mortal.

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