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domingo, 10 de fevereiro de 2019

Gostando De Você

De repente me encontro
Gostando de o que
Você me recomenda
Me fazendo de auê

De repente me encontro
Gostando
Contigo deslizando
Pra longe de mim

De repente me pego caindo
No abismo que você deixou
Entre nós

Espero no fundo
Num escuro
Feito de um foz
De sentimentos ruins

De repente me encontro
Pensando em você
Será que a luz
Vai se acender

Você não vem
E mesmo assim
De repente me encontro
Gostando de você

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Verão

Inspirado em SUMMERTIME - The Carters.

Vamos fazer amor
Durante o verão
No calor, num ardor
Vamos nos juntar
Uma canção

Vamos fazer amor
Quando as nuvens somem
Antes da chuva chegar
Entre a coxa e o abdômen

Vamos fazer suar
E soar sinos da catedral
Trompas e clarinetas
Harpas num coral

Vamos fazer amor
Não importa o sol, amor
Pois sou água
Ao teu clamor
Só nós dois

E o mundo vai tremer
Desvanecer, amém
Um inferno, um paraíso
Seremos terra de ninguém

Quando as nuvens somem
Seremos mormaço e nada além
Vamos fazer amor
Não importa o sol, amor

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Oferendas

Carrego nos ombros
A cabeça de ontem
A cabeça de hoje
E elas pensam em ti

Me torno um marejo
Se peço-te fim
Do amor que nutriu
Dos nossos sonhos de anis

Então te forjo coroa
De oitocentos rubis
Numa tentativa de substituir o amor
Trabalhado em marfim

E ainda assim está aqui
De cetro e capa
Ouro, veludo e prata

Certamente me ama
E certamente disfarça

E eu continuo levantando pontes
Pra você não cair
E pintando quadros
De todas as cores

Você é sereia
Eu oferendas mil

De armaduras a mantas
Arcos e lanças
Estupro, matança
Um reino em chamas

Você é rainha
Eu rei do vazio

E a culpa ainda dança
Uma ferida vil
Desculpa, criança
Somos só aliança
Não consigo ser mais gentil

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Em Vídeos Pornô

Ai, já chega
Cê chega chegando
Como se nunca tivesse fugido
Ah, me pega

Procurei teu rosto
Em vídeos pornô
Você e seu olho
Embora pro inferno
Mas continuou no meu sono

Embrulhando-me o estômago
Queimando o esôfago
Esquentando o membro
Molhando os dedos
Simulando tua boca

Como é que pode
Ser como se nunca partisse
Me vem e me fode
Até me sangrar o nariz

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

sábado, 8 de setembro de 2018

Corrosivo

Já não me faz bem, me corrói, rápido demais, me come as células antes que me regenero. Ainda assim não posso fugir, quase pela metade, sem poder aceitar a morte, insisto em resistir.

Me apunhale, me aliene, me agrida ou ameace. Sobreviverei a ti.

Exílio de Silêncio

Me prendi num exílio de silêncio no qual não me permito gritar quando sofro ou gargalhar pela boba felicidade súbita. Talvez me sentisse mais em casa num hospício.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Positivo

O ponto é que sou infeliz vivendo do seu jeito
Sempre me dói se tento resolver assim, é tão banal

Mas simplesmente não vai dar certo, você repete
Tudo é negativo, e as coisas boas que você esquece ainda estão lá

Sua insistência quase me faz acreditar
Mas lembrarei do amanhã, sempre invariavelmente passível de se mudar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Dois Contos

Hoje em dia sinto que minhas rimas
Por mais que expremendo dê poesia
Não dizem nada
Perderam seu valor de troca

Eu não queria voltar no tempo
Mas queria aprender
Essa coisa de ter saúde
Em tudo o que amo fazer.

Cristo Cego

Amigo, a longo prazo
Te ter é melhor
Assim do que no prego
Te prendendo
Como um Cristo cego
E injustiçado.

Eu te amo, e te quero
Como amigo
Na progressão
Do infinito

Mas como amante
Nos comemos
Sem sentir o gosto
Amigos, fiquemos.

domingo, 26 de agosto de 2018

Aprendizado

Eu achei que tinha aprendido
Que menos é mais
Que julgar é errado
Mas assim mesmo
Escrevia demasiado
Criticando poemas pequenos.

Poemar

I de III

Se eu conseguir poemar
Se entende por deixar
De lado o escape de amar
E ser amado
Quero reformular
A minha profissão
Mas me dói deixar de lado
O que amei por mais tempo
E com mais paixão

II de III

Não tenho tido tempo pra você
Mas não quero, escrever
Te perder
Mas não tenho, à sua mercê
Conforto

III de III

Quero te pintar e descrever
Porém, pra me fazer feliz
Como uma camiseta esquecida no armário
Que volta a servir

Como uma pílula que tinha gosto ruim
Mas é pra me fazer sentir
Como um normy que se tornou classy
Repaginado e pronto pra agir
Como um usuário de ecstasy
Imaculado e saudável fazendo beleza com poetry.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Imundo Sufoco

Imundo sufoco
Vivo de novo
Pra onde eu rumo
Há sempre um muro
Me impedindo
De ter sucesso
Sou ansioso
Mas nem é por isso
Que choro tanto
Sobre meus ombros
Carrego um enjoo
De tanto viver
Só quero sossego
Mas não aprendo
Com nenhum dos meus erros
Não tenho emprego
Tampouco escrevo
Algo que me faça saber
Pra onde é que devo
Correr?

Decepção ambulante
Me salvem do fundo do poço
Quero um ajudante
Pra me agarrar pelos braços
E me tirar daqui

Mas aí,
Quem é que sabe
Se em outro lugar
Haverá
Um sentimento suave
Pra eu mergulhar
Não há piscinas
Na minha vida
Só profundos e escuros
Buracos pra me esconder
Eu só queria saber
Quando isso vai acabar

sábado, 21 de abril de 2018

Lindo

Os santos solitários cantam
Teu canto, tua música
Em todos, em todos os cantos
Tua vida, na minha

Inspirando o mundo inteiro
Cê nem sabe quão lindo cê é
E eu só quero te contar
Pra te ouvir falar que me quer

Passando a limpo meus sonhos
Esforço que ofereço em teu nome
Eu só queria te falar
Todas as minhas palavras

Ter a tua voz nos meus fones
Ter tuas cores em quadros
Pintando minha parede
E tuas rimas nos livros
Preenchendo minhas estantes

Cê nem sabe quão lindo cê é
E eu só queria te contar
Pra ver se você vinha a me querer
E tudo fazer sentido
Quando a gente se juntar

Ter a tua voz nos meus fones
Tua cara nas placas
Tuas listras nos cones
No caminho pra casa

Teu cheiro nas flores
E brilho nas estrelas
Pr'eu ter um mundo de amores
Com tua infinita presença

Cê nem sabe quão lindo cê é
Mas farei meu melhor pra te mostrar

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Numa Arcada Óssea

Eles estão presos
Numa arcada óssea
Impedidos
Não podem escapar

É fútil pensar
Que poderiam ser brancos
Nesse mar
É fútil pensar

Que haveria saída
Que se poderia
Em alguma avenida
Se encontrar

Paz

Pra onde escapar
Não há
Eles não sabem,
Não sabem nadar

E sofrer é o que resta
Aproveita,
E não ter é a prece
A se rezar

Nossa nova magia é sonhar
Preservar
Todas as cascas vazias
De vida

Não tem pra onde escapar
Mas não tem
Coragem pra se apoiar
Nem ninguém

E não tem
Com quem conversar
No além
A gente se vê

segunda-feira, 26 de março de 2018

Fingindo Gostar de Viver

No que viver se deferencia
De faculdades das quais não queria
Se tudo no final é uma porcaria
E nem quero viver

Em quanto tempo terei de me forçar
A fingir, a gostar, de estar
Aqui na Terra, Mãe, Planeta Água?

Será que viver é trabalhar
Pra nunca mais parar
Pra nunca se saciar
E fingir gostar dos momentos rasos
De felicidade
De se perder no mar?

Até quando fecharemos os olhos
Pra dor em nossos ossos
Pra essa blasfêmia de respirar?

Por que todos me querem mudar?
Fingindo não estarem a afundar?
Sou só eu mesmo louco
Odiando aqui estar?

Me afogo no luar
Só queria saber
Se era mesmo a maré
Que a Lua está a puxar

Humilhação

Tudo que eu faço, humilhação,
Num descompasso, humilhação
Estardalhaço, humilhação,
Eu me desfaço, humilhação

Tento, não nego
Me sinto culpado
Compareço,
Vivo n'um terço
De tudo que faço
Contudo, esqueço
Recaio, contesto,
Reclamo, atesto,
Desapareço,
Me machuco,
Eu mereço,
Por desumano eu me passo
Com tudo que peço
E ganho
Não me satisfaço
Nas coisas boas
Que eu rechaço
Construo motivos
Pr'um esculacho
Não sossego meu facho,
Não consigo dormir
Acordo num despacho

Te peço, me seja, motivação
Te peço, me deixa, motivação,
Te peço, me beija, motivação
Te quero, te odeio, motivação!

sexta-feira, 23 de março de 2018

No Embalo da Rede

De vez em quando me encontro afundado numa rede que não é minha, suspenso acima do chão de uma casa que não me pertence, balançando na maresia da praia que pertence a todo mundo. De vez em quando, encontro os olhos de uma companhia que, como eu, está como um estranho convivendo nessa casa de ninguém de nós, e me sinto compelido a confortá-la, com uma vontade que também não é minha.

Meu estômago se retorce e eu entonteço, escondendo a cara atrás da renda, me castigando com a compressão dos punhos segurando firme o pano que me arranha. Será que ela estava pensando a mesma coisa, em falar comigo? Será que sou tão sozinho, e também outras pessoas, porque é difícil ter couragem de quebrar num só impulso a vidraça que nos impede de iniciar uma interação? Um saco. É o que se cria ao redor da minha cabeça quando penso "eu provavelmente deveria dizer olá". Mas sou um estranho em uma terra estrangeira, e não sei o vocabulário adequado, ou a postura mais formal. É, talvez não tenhamos nascido pra nos amigarmos.

Respiro fundo. Espio por cima da rede que usei de muro. Os olhos dela encontram os meus, é como um inseto caindo na retina, olhamos pra outro lugar. O primeiro que sirva de desculpa. Tensão sexual. Merda. Que que eu tô fazendo aqui? Tolice da minha parte pensar que alguém iria querer conversar. Ainda mais se eu não me contenho nem pra fugir de um contato visual. Se bem que continuar olhando poderia parecer... não sei, estranho.

Ah, quem liga? Respiro aliviado. Escorrego o pé pra fora, pra pegar embalo. Quando formos forçados, num jogo de tabuleiro, de baralho, numa piada social fácil de contar, no meio de um sorriso desacanhado, ela vai se encantar. Ou só revelar sua fascinação pela harmonia na qual nossas posições se encontram. Nos juntaremos pra debochar dos donos da casa, e nos sentiremos a vontade pra sair de nossas cascas. Ocasionalmente, será natural o nosso abraço.

Olho pro portão. Um carro estacionando. Ela vai elétrica até ali, num pique complicado. O que está acontecendo? Ah, sim. São seus pais. Ela nem olha mais pra trás. Vai ir embora. Mergulho. Afundo. Sumo. Vou embora.

"Tchau", ouço ela dizer, olhos brilhantes num sorriso implícito a me agradecer, e um aceno de desculpa pelo abandono. "Tchau", sorrio de volta.

domingo, 18 de março de 2018

Ainda Somos Os Mesmos

Não é curioso
Que depois de tanto tempo
Na verdade nossos blogs
Se parecem os mesmos?

Nas suas cores,
Nos seus assuntos,
Nos odores
De planta e chuva
Na escolha
De palavras
Avassaladoras.

O teu sempre superior.
O meu, timidamente,
tentando ser prior
com sermões indecentes.

O teu, meu amor,
sempre melhor.
O meu, que é teu,
tentando se superar.

Não é curioso,
que de tanto tentar
acabamos mesmo
nos separando?

E ainda assim,
ainda somos iguais.

Reizinho

Reizinho me beija
Reizinho me ama
Reizinho me deixa
Debaixo tuas coxas
Pra eu me doar todo
Pra eu te ser um só
Contigo ser um só
Contigo ser o sol
Sermos reis do ciclo
Reencarnarmos juntos
Sermos reis do mundo
Reizinho no berço
Reizinho na cama
Reizinho no beiço
Te dou tua comida
Semeio tua vida
Adoro tua cara
Te amo, me iluminas
Reizinho da minha
Reizinho, comida
Reizinho te amo
Por mais que não exista

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