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segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Cubículo Verde

Não deve hoje existir lugar que eu prefira estar
Não existe melhor espaço para um corpo definhar
Mas minha cama nas madeiras de alicerce
Minhas paredes verdes estranhas
Meu lar.

Verde sempre foi deplorável
Tudo tem um sentido no final.
Eu estou aqui por um motivo
É um castigo imperdoável
E meu destino o que mais se não será?

E o que se não tolice foi um dia pensar
Pintar uma destas paredes de preto
A minha alma é verde
E pintá-la negra é meu pesar

Verde é a esperança.
Branco é o meu sonhar.
E o que é o preto senão minha desesperança?

Tudo tem um sentido afinal.
E eu estou aqui por um motivo
Que não vou perdoar.

E quando a hora de pagar for
E o sofrimento começar
Eu sei que eu vou chorar
Eu sei que eu vou me arrepender
Mas existir nunca foi uma opção
Foi imposto como toda a merda que vai pro vaso
Toda a merda impura que há de se despejar
E eu sou tão porco quanto a impureza que nela há
Sempre houve, sempre haverá.

Tudo tem um sentido afinal.
E eu estou aqui por isso.
Pra querer e não conseguir parar de enxergar.

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