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segunda-feira, 5 de março de 2018

Mesmo Infeliz

Não abre a boca pra falar
Nada, nada de bom
Vive a sua vida inteira
Fora, fora do tom

Reclama até enfartarté
rias congestionadas
Morte escorre da língua
ásperásperaiá

Minha intenção não é te magoar
Mas é impossível evitar
Querer que pares de respi
rar se for só pra praguejar

Teu arredor apodrece
Culpado o teu desgosto
E não é que até parece
Que tem no encalço encosto
Tamanho o teu remorso
Tamanho o teu esforço
De mostrar desconforto
Tão infeliz, suponho
E no final me culpo
Eu sou ou não sou um monstro?

Pai do meu corpo torto
Cheio de seus defeitos
E pecados tórpidos de si mesmos

Venho pedir
Que me deixes ser feliz
Venho pedir
Que me deixes ser feliz

Não te mato por um triz
Venho pedir
Que me deixes ser feliz
Venho pedir
Me deixes mesmo infeliz

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