Páginas

domingo, 12 de abril de 2015

Kerilyn I

Eu enxergo no preto
O fim do mundo
Perdido e vermelho no meu quarto
Enquanto tento adormecer
Uma maldição.

Cheiro de enxofre
Leve e desagradável
Envolto naquela perdição
Faço-me o próprio mal incurável
Eu sou a perdição.

Sou a sensação vulgar
A vibração laica
Sou o ritual
O vinho bebido com calma
Imprescindível sem represaria
Sou do pior o trauma

A parte incolor da água
A mais sensata na passeata dos demônios
Na noite eu também me olho
No dia vou embora

O mais insensível dos sentimentos
A dor
Na noite eu também me observo
No dia sou mais que demônio
Sou Kerilyn
Descalça e espero o vestido
Eu espero o fim dos tempos
Descalça e de noite eu me mato
Me observo do ângulo
Espero o vestido da soberania
Para ser o ser do próprio ser
Para ser a andorinha do diadema
Para ser o ser do próprio ser
Ser rainha.

Veja também