Eu sou a noite, chegando com o silêncio em qualquer lugar do
mundo.
Sou o fim da alegria e das risadas, que cessam quando eu
chego.
Todos precisam ascender uma luz quando estou por perto, para
que eu não os atrapalhe.
Eu sou aquela que tem utilidade somente para que uma estrela
brilhe.
Eu sou a noite que preocupa quem está perdido,
quando eu chego, se faz necessidade de um abrigo.
Eu não tenho voz, só um uivo frio, motivo de não entenderem o que digo.
Estive sozinha desde que nasci.
Até que a Lua escurecida finalmente encontrou abrigo
em mim,
e então o seu clarão inserido na minha pele foi motivo
de que todos os olhares da terra, que a escurecia um pouco
como a mim,
finalmente me fizesse ser vista como alguém.
— REIS.