Alguns rascunhos, alguns anéis,
tentam contar histórias fiéis
sobre quem sou.
Quem conta as mentiras
é o preto nas unhas
e sob as linhas
de todos os papéis.
As tatuagens em fileiras
na lista de coisas a fazer,
que nunca está satisfeita
pra começar a ser feita.
Tocam um milhão de músicas
e a cabeça ainda só consegue
produzir um poema por dia.
Todos os desenhos perdidos
no blackout da máquina.
A vontade de arrancar os cabelos,
e o autocontrole maldito.
Alguns fios para trás da orelha,
a cintura parece tão longe.
Algumas conversas durante
uma infinita leva de ociosidade.
Nada se continua,
e não existe desfecho
no meu dia-a-dia
ou nas criações
advindas de suas fantasias.
Nem minhas histórias,
nem essa poesia,
coisas infindas,
frutos de hipocrisia.
Coisas da minha vida.