Os versos dos homens fracos não te servem
Os dos meus dedos não te agradam nem machucam
E as histórias que eu conto a ti são fracas e leves
Como as coisas que digo por aí, passam pelos olhos, mas apenas ardem
Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais tu
Toda coisa que dizes é passageira como um beijo na bochecha
Toda coisa que fumas perduras intensa e te apodrece por dentro
Toda mentira que contas é linda e toda verdade és falta afinal
Todas coisas que te digo abrem uma brecha
Você deveria ser mais eu, enquanto eu deveria ser mais também
Tudo que eu te faço é um basta no tesão
E tudo que te canto é desprevenido de refrão
Tudo que me escreves é falso de coração
E tudo que me cantas é lindo e sem perdão
Nós devíamos ter sexo com mais ardência e discussões mais lentas
Eu me refiro a todas as vezes que eu te firo ou tenho a chance
E todas as vezes que eu te deixo de lado são opacos objetos de desejo
E nada na minha vida é tão falso e virtual quanto nossa relação
E toda coisa que eu te digo é uma grande traição que nunca será perdoada
Mas toda chibata vem do fundo mais profundo deste obsceno coração
Você deveria ser mais você, e eu também deveria ser.
Eu te amo tanto que nem eu sei, e você me ama tanto que nem tem ideia
Eu minto tanto que eu nem sei por quê, e tu me odeia tanto que nem quer saber
Eu sou tão gay que nem piedade tenho, e você tão hétero que nem tem o porquê
Você é minha, Nícolas e eu sou teu, Dionéia
Eu sou seu, Dionaeam, e tu é minha a minha mercê
Eu sou do teu direito e tu tens poder a todos os meus clichês
Como esse e outros, que vou recitar sem fim, sem saber
Odeio teus textos sem constância, e amo eles porque são outros que não os meus.