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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Breve

Quando em dia e noite e dia acordado
Sou um bêbado sonolento
Tão breve, absurdo, taurino, seco.
Nem mais sou homem, nem viado.

Sou isso,
E nada além disso:
Breve.

Passa-se o verão e o sol, o inverno e a neve,
Mas após uma noite não dormida,
Pulo décadas.

Entre amores, términos, espinhos e pétalas
Faço meus piores inimigos
E colho também novas margaridas.

Mas desta vez, breve,
Não tenho nada a oferecer.
Nada além da insanidade escondida
Que se manifesta, mas é insana,
Deveria se manter escondida.

Mas agora já foi. Breve.
Como devia de ser.

E depois de passar o verão e o sol, o inverno e a neve
Acordo e sinto insolação, frio e vêm breve
A mais justa e merecida solidão.

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