quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Vá dormir, disse meu pai.
Noites, perigosas noites. Seus sulcos pelos quais escorrem os temores, os amores, os poderes. Os lençóis por onde escorrem as tintas vermelhas, azuis, o sangue e o vinho. Branco ou tinto. As noites. Aquelas em que me sirvo cafés, porque sei que não irei dormir. Porque sei que não preciso. Porque sei que as noites irão durar para sempre. Se não para mim, para algum outro fim. Noites, belas noites. Noites, lindas noites. Noites que eu preciso aprender a dormir. Fechar os olhos e viajar no subconsciente. Noites, preciosas noites. Noites que eu preciso reconstruir. Noites, necessárias noites. De que valem os dias de sol, sem noites de chuva?
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