Eu me pergunto que aconteceu
Com a luz da razão
E da vontade pela verdade.
Eu me pergunto que houve
No ímpeto do clarão,
Que nos fez cegar.
E me pergunto não de hoje
De onde e por quê
Por que nos deixamos parar de crer,
Em qual dado momento
Súbito como o incerto
Nos invadimos de tolice
Nos enchemos de ego
Nos esquecemos de tentar entender...
E seguimos com vontade de ver
O momento no qual iremos ser
Sem nunca parar de querer ter
Sem entender que ser não é ter,
E ter por tempo curto é ser.
Quando tudo mudou?
E quando tudo mudará?
E quando nós iremos ver
O que não vemos jamais?
O que iremos fazer
Cegos, aspirando o Sol,
Surdos, aspirando o som,
Mudos, aspirando o bem?
O que iremos fazer
Nos encontrando imóveis
Na bela tentativa de alcançar
A velocidade da luz
E nos encontramos insolúveis
Querendo a compreensão universal?
Quando queremos ser etéreos
Tornamo-nos mais opacos;
Se queremos menos e fazemos invés
Quando tornamo-nos invisíveis
Quando tornamo-nos incríveis,
Somo-nos felizes.