Embriaguês que não advém de vodca
cobrindo meus olhos com lágrimas.
Ariando minha raça curvado pra parede rosa,
tantos poemas, nenhuma dádiva.
A difícil realidade
de todos a minha volta.
É estranho ver neles
normalidade,
mas ali está,
lhes fazendo escolta,
no expediente sem fim,
sem prestar contas a mim.
O olhar complexado,
superior que é inferior,
com medo de ser taxado
do que é, com terror,
com medo de mal olhado,
medo de morrer na praia,
medo de ser pra sempre
nada mais que um desgraçado.
E a tontura sem álcool
não satisfaz sequer no momento,
só serviu pra mostrar para algo
o caminho errado do lamento
até transbordar como de um lago
olhos afora sem nenhum alento
e rondado de cadeados,
sem espelho pra dizer que meu rosto
não era só um vergonhoso sombreado...
Mas está acabado.
Como na folga de um buraco,
minha cabeça se enterra,
sem pedir por afago.