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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Empírico

Aonde estão todas as cores?
Do preto me dirigi ao branco,
Do branco que não sequer posso alcançar.
Não se pode seguir de preto ao branco,
Da noite à manhã num único bradar.
A luta é muito mais longa e intensa.

Te tens da ignorância muita,
Farsas para se vangloriar.
Chamas o meu nome,
Mas a ti não posso escutar!
Vens a mim, com tanta pretensão,
Tu tens glória a que,
Vencestes de quem,
Para que com tanta ocorrência me viestes a chamar?
Tu postes todas esperanças em meu nome?
Não, antes te pões em teu lugar.

Sou de muito, de pouco, de tempo,
Sou atento, disperso, não sou porém lento,
Tu tens muito que aprender
E antes chamas o nome do Soberbo?

Onde está teu espírito?
Só vejo teu negro abismo,
Onde estás tua esperança?
Não a nomeastes, empírico, incapaz.
Eu que dizes que faço, que tenho,
Não te escuto, não te vejo,
Onde estás tua paixão, tua marca?
Onde estás tua maldade, teu karma?
Onde estás teu desejo, o fogo, a faca, o arco?

Tu, reles, contenta-te,
Te vigia, pois contigo ainda não ando,
Não te vejo, não te cheiro ou coisa qualquer,
Não, por enquanto sacia-te.
Te bastam Pedro, Lilian, Fernando.
Nem sequer te pertence Peter.

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