Deixa-te pensar sobre mim,
Porque já provastes do ascendente ao âmago,
Porque já conhecestes Lua e estômago,
Da garganta ao esôfago
Deixa-te por mais tempo pensar.
Pensa, ponteiro do relógio, passa.
Não morreremos.
A cada texto uma nova linha
Abrevia o nosso ponto de conhecermos
Um tópico aqui, um ódio, um viva.
Um eu te amo, um eu te odeio,
Um sol ardente, uma lua cheia,
Um dia nublado e um eclipse no céu de sempre.
Mas nós não morreremos.
Mais uma semana, duas.
Talvez um dia de textos definitivos.
Não me toques, quero textos.
As Mil Mortes de Talita.
Pega toda a incerteza,
Pega todo o sentimento,
Segura firme e depois fatia.
Dois ou três versos,
Quatro pro mais incerto.
Cinco quando morres de agonia.
Nós não morreremos.
Mas é impossível dizer quando acontecerá o inevitável,
Talvez nem nos conhecemos.
Poemas, textos, picadeiro de enigmas.
Quem nós somos?
Nícolas, Miguel, Lilian ou Matheus,
Que tens Alice, Talita ou Maria?
Já não gosto de tocar-te o nome, Isabel.
Mas quando poderemos findar o incerto
Prontos estaremos para tocar o seio.