terça-feira, 12 de maio de 2015
Status quo atual
Os meus cortes me denunciam ser a pessoa mais desprezível do mundo. Mas são os meus cigarros que me preocupam. Eu sou alguém que não tira a pulseira +18 quando sai dai das festas, pra tentar entender porque ainda não amadureci. Eu tenho tantos problemas, que não sei qual solver primeiro. Eu tive tempo pra parar todos antes de começarem, mas eu precisava provar pra mim mesmo que conseguia parar eles depois. E aqui estou eu. Eu não posso. Mas era o que eu queria. Descobrir se era melhor eu morrer ou se eu tinha vontade verdadeira de viver. Eu não tinha. Mas eu não quero morrer. É minha maldita religião, meu medo do castigo eterno. Eu não temo por mais ninguém, só por mim mesmo. E isso é ruim, qualquer dia esqueço das religiões e me enfio uma faca bem amolada no olho. Mas eu não quero morrer. Mas eu não quero viver. Eu não quero falar com ninguém. Eu quero olhar pras minhas paredes verdes, sem sentir nada. Mas eu sinto, e com agonia eu evito sentir. Qualquer tipo de vergonha, arrependimento, raiva. Eu queria que alguém me acolhesse, e me levasse pra longe de todos esses problemas, os tornassem a arte que eu faço de conta pra mim mesmo que são de vez em quando. Eu não me importo com mais ninguém. Eu queria abandonar todos, mas eu vou sentir saudades de ser incomodado, ferido e julgado. Mas eu não sei mais de nada. O que será que aconteceu? Eu não sei. Eu sei algumas coisas que me ajudariam, e eu evito elas... Eu sei alguns acordos quais fazer, mas não os cumpro. Eu sei de alguns muros, e não os construo. Eu sei de alguns argumentos, e nem uso. Eu sei de algumas notícias que eu ignoro. E minha vontade, onde foi parar? Ela só volta de vez quando pra me provar que existe ainda, mas quando preciso ela não dá as caras. Qualquer hora eu desisto de ter vontade. E aí sim, Deus, o que resta pra mim nesse mundo? Vai saber... Vai se saber... Saber... Saber? Reticências. Meu status quo atual.
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