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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cortinas Queimadas

Enquanto tento te acariciar
Na noite longa do teu lado
Você inconsciente me abandona
Aqui é tão gelado

Alguém saberia dizer?
Se eu perguntasse sobre o chegar do dia
E porque me negavas
Porque ousas se não sabes
Recebes, sorria

É tão triste deste lado.
O tapa que me destes
Amargura estampada que não foi perdoada
O chão ao lado da cama recebe meu embrulhar das tuas vestes
Amanhã você se vai.
Se eu tivesse uma janela alta eu me jogava.

Meu banho é tomado pra te agradar.
Meu dente é escovado pra te beijar.
Minha roupa é rasgada pra me entregar.
Queria do mundo minha existência poupar e a minha janela não existe.
Eu toco minha harpa imaginária.
Tenho calma porque tu quisestes.

Choro por dentro.
Tenho tanta pena.
Saudades também daquele tempo
Em que as lágrimas corriam ao vento
E eu lamento os tantos dedos desperdiçados
As cortinas já queimaram.

Eu morreria por você
Eu mataria por você
Queimado, afogado
Despedaçado a facadas.
Não importa qual dos clichés.

Choro por dentro
Tenho tanta pena
Saudades daquele tempo
Em que as lágrimas corriam ao vento
E eu lamento os tantos dedos desperdiçados
As cortinas já queimaram
De uma vez por todas, já se foram, inteiras.

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