Páginas

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Oferendas

Carrego nos ombros
A cabeça de ontem
A cabeça de hoje
E elas pensam em ti

Me torno um marejo
Se peço-te fim
Do amor que nutriu
Dos nossos sonhos de anis

Então te forjo coroa
De oitocentos rubis
Numa tentativa de substituir o amor
Trabalhado em marfim

E ainda assim está aqui
De cetro e capa
Ouro, veludo e prata

Certamente me ama
E certamente disfarça

E eu continuo levantando pontes
Pra você não cair
E pintando quadros
De todas as cores

Você é sereia
Eu oferendas mil

De armaduras a mantas
Arcos e lanças
Estupro, matança
Um reino em chamas

Você é rainha
Eu rei do vazio

E a culpa ainda dança
Uma ferida vil
Desculpa, criança
Somos só aliança
Não consigo ser mais gentil

Veja também