Preciso de um assento
Coberto de algo fofo
Pra poder me despejar
Uma tigela
Sem bordas
Pra não transbordar
Preciso de uma mão
Pra me puxar
E um alicerce
Pra me manter em pé
Não preciso desistir
Só me manter
On track
Quero saber das forças
Que vão me manter longe
Da marcha ré
Quero saber dos planos
E dos sonhos
Sem seus aspectos
Desmotivadores
Não quero a cegueira
O desconhecimento
Só poder pra enfrentá-los
Tenho certeza
Que todas as dificuldades
Existem
Mas você
Não tem o direito
De esfregá-las
Na minha cara
Quem você pensa que é
Que nem me pariu
E me toma por próprio
E me espanca
Com o tom da voz
Quem você pensa que é
Pra me dizer
Que eu não posso
Governar meu mundo
E ver nele a beleza
Com a qual intendo
Pintá-lo
Por cima
Do teu inferno
Quem é você
Pra achar que vai conseguir
Com suas garras
Me afastar do sabor
Que vou sentir
Num bistrô francês
Você é tudo pra mim
E nada, por causa do que faz
Era o topo
E foi esmurrado contra o fundo do poço
Por não cooperar
E reclama direito
De opinar
E desgosta o protesto
Esbofeteia meu estresse
Chacoalha a bomba
Prestes a explodir
Tem prazer em defender a aura
Manchada, gangrena, do cigarro
Da podridão que lhe esconde a alma
Frágil, doente e amargurada
Mas não irás me fazer cair
Já dizia antes
E reafirmo agora
Sou Fênix
E renasço das cinzas
Pedro, Victor ou Nícolas
Sou a parábola de Ícaro
E na sua queda encontro o conforto
Para uma vez mais
Içar voo.